A única solução para o trânsito de São Paulo é retirar da rua parte da frota de automóveis. Mas, para tirar os carros, a cidade precisa de um sistema de transporte público eficiente. E, para criar um sistema de transporte público eficiente, o transporte de massa precisa de mais espaço, atualmente ocupado pelo transporte individual. Enfim, uma decisão precisa ser tomada: ou São Paulo aceita conviver com o trânsito, ou opta pelo transporte coletivo. (Essa é uma simplificação, pois existem outras soluções não consideradas, já que visam beneficiar apenas a camada mais rica da população, por exemplo, a instituição do pedágio urbano).
A situação atual do transporte público é tão caótica que, quem não tem carro, precisa de umas três horas de antecedência para chegar a um compromisso. Isso sem se falar do trem/ônibus/metrô lotado na hora de pico, pois quem trabalha não tem opção de chegar mais tarde para fugir desse horário. Quem tem um automóvel acaba perdendo menos tempo no trânsito, ou seja, a cidade anda tão engarrafada que quem usa o transporte público, se tiver condições de usar carro, vai migrar para o transporte individual, e aumentar a quantidade de automóveis na rua e, conseqüentemente, piorar o trânsito.
Enquanto seu Metrô não vem (pois anda a passo de tartaruga nos governos tucanos...), uma alternativa são os famigerados corredores de ônibus. Apesar de muito práticos, rápidos, simples de implementar e democráticos no acesso, uma boa parcela do povo de São Paulo repudia os corredores. Isso ocorre porque os corredores ocupam o espaço que antes eram dos carros. Basta ver o monte de dondoca que reclama das reformas na Rebouças. Como este artigo tem como temática o transporte público, abstraímos essa opinião míope e egoísta de alguns cidadãos (que elegem gente como Alckmin, Serra e Kassab).
Da observação de um mapa viário do município de São Paulo, pode-se notar que cidade é inteira quadriculada por grandes avenidas. Eis uma boa solução através de corredores de ônibus:
1º - Instala-se um corredor em cada avenida.
2º - Em cada corredor, vai passar uma linha única de ônibus (por exemplo, Largo 13-Terminal Bandeira).
3º - Elimina-se o limite de viagens do Bilhete Único, mantendo apenas o limite de tempo.
4º - O transporte interno dos bairros fica a cargo de lotações e vans.
A aplicação dessas quatro medidas equivale à instalação de uma ampla rede de metrô de superfície. Com a vantagem de que é mais fácil, barato e rápido de instalar. O difícil vai ser convencer as dondocas que seus carros terão menos espaço para passear pelas avenidas de São Paulo.
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De São Paulo-SP.
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