quinta-feira, 30 de abril de 2009

Itamar no PPS

Recentemente fomos surpreendidos com a notícia de que o ex-presidente Itamar Franco (PMDB-MG) estaria avaliando uma possível filiação no PPS. Seria um triste final para a carreira de um político sempre ligado às grandes questões nacionais, pois atualmente o PPS não é mais um partido sério e pode ser considerado uma filial tucana.

Oficialmente, Itamar deve sair candidato ao Senado, porém, sendo aliado do Governador mineiro Aécio Neves, o ex-presidente é uma alternativa de vice na eventual chapa encabeçada por José Serra. Em vez de Minas indicar o cabeça (Aécio Neves), indicaria o vice (Itamar).

Por ter um perfil muito nacionalista, a idéia de Itamar como vice não agrada a certos grupos tucanos... O colunista da CBN Merval Pereira, inclusive, nem disfarçou e disse no ar que o ideal é Serra para Presidente com Aécio de Vice. Em seguida completou “ideal... para o PSDB”. Ato falho? Não, Merval pensou alto!

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Heródoto x Serra

Em março essa coluna acusou Heródoto Barbeiro de ter tucanado. Trata-se de uma injustiça, segundo o jornalista Pedro Venceslau.

Em artigo intitulado “O declínio da TV Cultura no governo Serra”, Venceslau diz que Heródoto além de não ser tucano, é um desafeto do Governador José Serra. Considerado petista por Serra, Barbeiro teria sido afastado da muitas das atividades que exercia na TV Cultura.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Gripe Suína, a doença da moda

Após o bombardeiro de informações sobre a Gripe Suína temos a impressão de que a humanidade está entrando em colapso diante de um cataclismo biológico de proporções dantes nunca vistas... O que é uma grande bobagem, afinal, são apenas 250 vítimas da Gripe Suína, uma quantia irrisória se comparada com as 200 a 500 mil vítimas da gripe comum.

De tempos em tempos, somos aterrorizados por essas “novas doenças terríveis” como a Gripe Suína, a Febre Aviária, SARS, Ébola etc. Por que tanto terror?

Em primeiro lugar, não são novas doenças: ocorre que cidades, como grandes centros de concentração humana, são terreno fértil para a transmissão de epidemias. Isso não é novidade alguma, basta folhear qualquer livro de história para saber sobre as grandes epidemias na Roma Antiga, a Peste Negra na Idade Média, a varíola entre os índios na America Colonial, a tuberculose na Europa do século XIX, a Gripe Espanhola no começo do Século XX ou a AIDS no final do século XX. Perto dessas, inclusive, a Gripe Suína é uma grande bobagem...

Em segundo lugar, o que aterroriza as pessoas é a noção de que o mundo ficou menor. Uma doença em Constantinopla levaria décadas para atingir Londres ou Tóquio no Século XIII (se chegasse), enquanto hoje ela pode chegar à sua cidade no dia seguinte à descoberta do primeiro caso...

Em terceiro lugar, as informações estão globalizadas. Na Idade Média, a notícia de uma peste na Itália chegaria à França junto com a doença, ou apenas depois que ela tivesse se extinguido. Hoje assistimos em tempo real os mexicanos usando mascaras de cirurgia ao andarem pelas ruas.

Por fim, a máxima da mídia contemporânea é “Good news? No news!”. Ou seja, quanto mais a notícia da Gripe Suína for divulgada, mais jornais serão vendidos e mais os portais de internet terão acesso. Não que isso seja ruim, lembrando que, quanto mais informações, mais a sociedade pode se prevenir (imagine que na Ditadura um surto de meningite chegou a ser censurado...). O grave é quando ocorrem casos como o da Febre Amarela em 2008, quando o alarde foi tanto que a população começou a tomar vacinas sem motivos (morreu mais gente por isso do que por febre amarela).


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De Campinas-SP.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não foi surpresa alguma...

Como dizem por aí, a Veja é a principal revista norte-americana publicada em português. Quando não defende abertamente os interesses do Império, a revista da família Civita aproveita para fortalecer o pensamento conservador da Direita tupiniquim, atualmente liderada pelo Supremo-Presidente Gilmar Dantas, ops! Gilmar Mendes. Sendo assim, não foi surpresa alguma que a capa da última edição ignorasse solenemente o assunto mais comentado na semana: a briga entre os Ministros do STF.

Para quem tem memória curta, em setembro de 2007 a Veja publicou na capa uma bela foto do Ministro Joaquim Barbosa com a nobre manchete “Justiça Suprema”. Na ocasião, ele havia acabado de indiciar os 39 envolvidos no escândalo do Mensalão. Somente alguém muito inocente, para não dizer idiota, poderia esperar que agora o Ministro Barbosa recebesse da revista um tratamento igual...

Postos os fatos, a opinião pública se dividiu durante o final de semana tentando adivinhar qual seria a capa da Veja: um ataque direto ao Ministro Joaquim Barbosa ou um silêncio sepulcral? Empate, afinal se a capa foi um silêncio, no conteúdo havia uma matéria com o esperado ataque. Neutra para nenhum formador de opinião botar defeito...

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De São Paulo-SP.

domingo, 26 de abril de 2009

NOTAS de domingo

A dança dos chapéus

Se na última semana o Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) teve seu momento de Severino Cavalcanti (prefeito de João Alfredo pelo PP-PE e ex-presidente da Câmara dos Deputados), podemos dizer que no STF o Ministro Joaquim Barbosa teve seu dia de Fernando Gabeira. Que bom seria se o Supremo-Presidente Gilmar Dantas, ops!, Gilmar Mendes tivesse um fim igual ao de Severino Cavalcanti...


O Bispo e o Sociólogo

A imprensa Brasileira não pára de falar nos filhos atribuídos ao Presidente paraguaio, Fernando Lugo. Bispos tendo filhos por aí sempre é notícia, já que em geral os sacerdotes católicos têm predileção pela pedofilia. O estranho é o silêncio da imprensa Brasileira sobre outro escandaloso filho de presidente nascido fora do casamento: trata-se de FHC, que tem um filho adulterino com a jornalista da Globo Miriam Dutra).


PPS: Filial tucana

O PPS sempre foi um partido meio café-com-leite. Suas origens remontam um auto-golpe cupulista para extinguir o velho Partidão, o PCB. Durante as campanhas presidenciais de Ciro Gomes (atualmente no PSB-CE), o PPS até teve seus bons momentos, mas com a saída do político cearense (que na verdade, assim como Geraldo Alckmin, nasceu em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo) descambou de vez: virou uma filial tucana, um partido de segunda linha sempre disposto a fazer o serviço sujo para o PSDB. É exatamente isso que podemos concluir do programa eleitoral transmitido na última terça-feira (21 de abril). Esse tipo de patacoada já era esperada de gente da estirpe de Raul Jungmann (PPS-PE), Ministro da (contenham o riso!) Reforma Agrária de FHC, e de Roberto Freire, o ex-comunista mais neoliberal do mundo (uma espécie de Gorbachev tupiniquim), o triste é ver que a ex-vereadora Soninha Francine também se rebaixou ao nível deles...


E o cancer da Dilma?

Será que o recém anunciado cancer da Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff vai embaralhar a sucessão presidencial? Essa coluna acha que não!

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De São Paulo-SP.

sábado, 25 de abril de 2009

FORA GILMAR MENDES! IMPEACHMENT NELE!

Entre os apoiadores oficiais do Supremo-Presidente do STF, Gilmar Dantas, ops!, Gilmar Mendes, estão o partido DEMOcratas (herdeiro da Arena, sustentáculo da Ditadura Militar), a OAB-SP, hoje dominada pelo conservadorismo reacionário do candidato Luiz Flávio Borges D’Urso, e os jornalões Folha de S. Paulo e o Estadão.

Contra Mendes estão os estudantes, os juristas Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato, o Movimento Estudantil de Direito, o Conselho Nacional de Justiça e a Associação dos Juízes Federais do Brasil. Além do Povo que está nas ruas!

FORA GILMAR MENDES! IMPEACHMENT NELE!

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Supremo Tribunal Federal é pior que o Congresso, pois nem eleitos foram!

É triste, mas é verdade... Infelizmente, no Brasil, quando as coisas parecem estar se melhorando, pioram de vez!

Quando um banqueiro picareta como Daniel Dantas é investigado, pego com a boca na botija e finalmente vai preso, então sua excelência, o Supremo-Presidente do STF, Gilmar Mendes, concede um habeas corpus em tempo recorde para livrar o banqueiro. Na falta de um, o Ministro Mendes concedeu um segundo habeas corpus. Situação digna do Guiness Book!

Em seguida, somos surpreendidos com a notícia de que o banqueiro Dantas continua livre, leve e solto e que o Delegado que conduziu a investigação contra ele é que deve ser afastado. A tal presunção de inocência vale apenas para banqueiros, não para policiais. Isso é, não vale para policiais que prendem banqueiros, afinal, nenhum policial acusado de conseguir confissões torturando pobres foi afastado da função por conta disso.

Mas o cúmulo foi o bate-boca de quarta-feira (22/04). Quando finalmente o Ministro Joaquim Barbosa disse umas verdades para Mendes, falou em nome de todo o Povo Brasileiro (ao menos de todos aqueles que se identificam como Povo). Parecia surgir uma luz de esperança... Mas não, na quinta fomos bombardeados pela informação de que os outros oito ministros do STF assinaram uma carta de apoio a Mendes.

Ou seja, o resto do Supremo não concorda com Joaquim Barbosa e com o Povo Brasileiro.

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De Sâo Paulo-SP.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Impeachment de Gilmar Mendes

Durante um bate-boca em uma Sessão do Supremo Tribunal Federal o ministro Joaquim Barbosa expôs a indignação de todo Povo Brasileiro contra as arbitrariedades e desmandos do Supremo-Presidente Gilmar Mendes. O Ministro Joaquim Barbosa denunciou que Gilmar Mendes está “destruindo a credibilidade da Justiça brasileira” e o desafiou a sair às ruas em vez de ficar empoleirado na mídia. Durante o agressivo debate, o Ministro Joaquim Barbosa ainda disse a Mendes que não era um de seus "capangas de Mato Grosso". Foi de lavar a alma!

Quem terá a honra de dar entrada no pedido de impedimento do Presidente do STF?

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Nada a temer

O Deputado Michel Temer (PMDB-SP) é Presidente da Câmara. E não é sua primeira vez... Sendo assim, não pode ser considerado inexperiente em lidar com polêmicas como esse escândalo das passagens aéreas.

Apesar disso, Temer anda mal-falado no cafezinho... Teve deputado indignado com a decisão unilateral do Presidente da Câmara em exclusivizar o uso de passagens para os próprios deputados e apenas para vôos nacionais. Essa legislatura é tão medíocre que o baixo-clero perdeu os pudores... Para se ter noção de como a situação de Temer é grave, até elogios ao ex-presidente Arlindo Chináglia (PT-SP) foram ouvidos pelos corredores do Congresso.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Hipocrisia no dos outros é refresco...

Qualquer idiota sabe que a hipocrisia corre solta no Congresso Nacional. Diante do último escândalo (essa confusão das passagens emitidas para o exterior ou para parentes de deputados), teve deputado se justificando que não fez nada de ilegal. De fato, de ilegal não fez, mas o fato de ser legal não significa que é legítimo, certo ou justo. É natural que os deputados tenham passagens para o deslocamento entre Brasília e suas bases, porém não faz o menor sentido que essas cotas sejam usadas para qualquer outra função. Isso, por si só, já encerraria qualquer discussão sobre a comutatividade, o destino ou a transferência de passagens, no entanto o clima de hipocrisia é tamanho que alguns ilustres parlamentares vêm “oportunamente” propor a “regulamentação” das passagens...

Somada à hipocrisia dos deputados, vemos a hipocrisia da imprensa. Em mais uma tentativa de desmoralizar a política, alguns jornais decidiram denunciar todos que usaram a cota para viajar para o exterior (citando, inclusive, a quantidade de vezes!). Retomando o raciocínio do parágrafo anterior, o centro da crise não é o destino da viagem, mas seu objetivo. Se os deputados foram ao exterior para cumprir alguma função parlamentar, então não há nada de errado.

Por fim, fica a hipocrisia do Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), pego com a boca na botija cedendo sua cota de passagens para a filha. Gabeira é duplamente hipócrita: primeiro quando se proclama progressista, calcado no seu passado revolucionário, mas está sempre aliado aos coronéis do atraso, aos capachos da ditadura e aos neoliberais entreguistas; segundo quando compôs um grupo de parlamentares auto-intitulados “bancada da ética”. O que os supostamente-éticos vão dizer sobre o colega Gabeira? Pedirão CPI? Cassação?

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Atrás do Alemão, agora atrás do inglês...

O Brasil inteiro está feliz com a boa fase do Rubinho Barrichello. Boa? Há controvérsias!

Antes da crítica, vamos reconhecer que Barrichello sabe dirigir... assim como qualquer piloto de Fórmula 1 contratado pelos valores milionários que as equipes pagam. Além disso, Rubinho é o piloto mais experiente da história da F1, tendo no currículo: participou de 272 Grandes Prêmios, pontuou em 182 provas, subiu em 63 pódios (4º maior “subidor”) e conquistou 544 pontos (5º maior pontuador). Para se ter uma idéia, em 2004, a pontuação anual de Barrichello (114 pontos) é apenas superada pelo Fernando Alonso e Michael Schumacher (ou seja, com essa pontuação ele teria sido campeão em quase todos os campeonatos dos demais anos). Sem se falar que Rubinho é Bi-Vice-Campeão Mundial de Fórmula 1 (2002 e 2004), foi 3º colocado no Mundial de 2001 e 4º no Mundial de 2000. Fora da F1, o piloto é penta-campeão nas 500 Milhas da Granja Viana (Kart), 3º no Campeonato de Fórmula 3000 de 1992, Campeão na Fórumula 3 Inglesa em 1991, Campeão na Fórmula Opel de 1990, ficou em 4º no Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford em 1989, foi cinco vezes campeão Brasileiro de Kart, três vezes vice-campeão Brasileiro de Kart, cinco vezes campeão Paulista de Kart e três vezes vice campeão Paulista de Kart.

Feitos os devidos elogios, passemos então a questionar a suposta boa fase de Rubinho. Observem que ele está em segundo lugar no campeonato. Ele tem o melhor carro, mas fica sempre atrás de seu companheiro de equipe. E, com o agravante de que, quando o carro da Equipe Red Bull consegue a façanha de superar tecnicamente os carros da Brawn GP, Rubinho passa para a quarta posição (perde para os dois pilotos da Red Bull e para o Button). Em suma, Rubinho está com o melhor carro (bom para ele!), mas só poderá ser considerado em uma boa fase quando começar a andar na frente de Jenson Button. Enquanto isso, por uma questão de nacionalismo, continuamos a torcer por ele.

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De Cotia-SP.

domingo, 19 de abril de 2009

Viva o Movimento Estudantil!

Com a proximidade dos Congressos da UEE-SP (Campinas, de 11 a 14 de junho) e da UNE (Brasília, 15 a 19 de julho), vale a pena comentar um pouco sobre o Movimento Estudantil.

Em 1968, o perfil era bem diferente do que é hoje. Além do fato evidente de existir uma Ditadura, o Ensino Superior estava concentrado em algumas poucas universidades, quase todas públicas (e algumas comunitárias, como a PUC-SP e o Mackenzie) e o estudante era, em geral, apenas estudante (aqueles que preenchem os formulários assim “Profissão: Estudante”).

Em 2009, a população estudantil é imensamente maior e sua maioria está matriculada nas instituições privadas com fins lucrativos (quase 80%, chegando a 90% em São Paulo). O estudante não é mais “apenas estudante”, pois trabalha para pagar a mensalidade, ajudar em casa, se sustentar ou, no caso dos mais riquinhos, fazem um estágio para ganhar experiência para disputar uma boa colocação no mercado. Fora o fato de que não existe mais a Ditadura.

Diante de diferenças tão gritantes, torna-se óbvio que a maneira de conduzir o Movimento Estudantil hoje é diferente da maneira que se fazia em 1968. Apesar disso, a atuação dos estudantes, por meio da UNE e da UEE-SP continua sendo fundamental para o desenvolvimento da sociedade. A luta não é mais contra a Ditadura, mas continua sendo contra a pobreza, contra a desigualdade, contra o atraso e contra as oligarquias que dominam o Brasil há 509 anos.

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De Cotia-SP.

sábado, 18 de abril de 2009

Fim do fumacê

O termo “Politicamente Correto” é apenas um eufemismo para a “Ditadura dos Chatos”. Em todo caso, existe um dos aspectos que os politicamente corretos acertam em cheio que é a repressão ao tabagismo.

Com a nova lei que restringe bruscamente os locais em que é permitido fumar, alguns tabagistas estão em ardorosa campanha reivindicando seus direitos de minoria... Apesar de pontuais excessos da nova lei (que poderia prever a criação de bares em que fosse permitido fumar, onde os não-fumantes clientes ou empregados só entrariam sob sua conta e risco), a maioria dos críticos não são aqueles fumantes educados que evitavam fumar em lugares fechados ou ao lado de alguém que está se alimentando, mas são exatamente os fumantes inconvenientes e egocêntricos que, na hora de medir o bem estar coletivo, só enxergam seu vicio .

Ocorre que a sensibilidade a fumaça de um fumante é imensamente menor do que a de um não-fumante, de modo que os tabagistas sequer percebem que estão incomodando. Para convencê-los, basta fazer com que os fumantes de cigarros passem o dia acompanhando um fumante de charutos ou cachimbos. Depois da experiência, não haverá dúvidas que os fumantes de cigarro perceberão como a fumaça (dos outros) incomoda, resta a eles entenderem que a suave fumaça de um cigarro tem o mesmo efeito sobre os não-fumantes.

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

As ideologias, as oportunidades e o oportunismo

De fato, existe um setor da imprensa que persegue o poder público. Fazem isso pois são jornalistas formados na lógica neoliberal e acreditam piamente (com todo o caráter ideológico não cientifico de uma crença) que a administração privada vai ser sempre melhor, uma vez que o lucro é o melhor incentivo. Motivados por essa crença, acham que defender o fim do poder público é uma maneira de melhorar o Brasil. No entanto, sua própria motivação já é uma contradição com o argumento, pois afinal, se defendem uma tese por acreditarem ser o melhor para o País, então o lucro não é a principal motivação dos seres humanos ou, caso contrário, estão defendendo uma ideologia (contra o poder público) movidos pelo lucro e não pela defesa do bem comum.

Independente da contradição, a falta de habilidade dos nossos parlamentares é impressionante. Ficam reclamando da perseguição da imprensa, mas não fazem um mínimo esforço para moralizar um pouquinho a situação. Teve um que emprestou o celular do Senado para a filha viajar ao México (a conta ficou em R$ 14.000,00), o outro alugou um jatinho com a cota de passagens e um terceiro emprestou uma passagem do congresso para uma viagem da Adriane Galisteu... Ninguém acha que os congressistas tenham que pagar para trabalhar, ao contrário, já que a luta pela remuneração dos parlamentares é uma bandeira levantada originalmente pela Esquerda (para garantir que os operários pudessem assumir cargos sem morrerem de fome, uma vez os aristocratas e banqueiros não tinham essa problema), mas esse monte de penduricalhos acaba por distorcer a função política.

E o pior, os penduricalhos servem de argumento para a campanha de desmoralização da Política. É interessante como os articulistas que estão tão indignados com a situação do Congresso ainda não citaram que a filha do ex-presidente FHC é lotada no gabinete do Senador Heráclito Fortes (DEM-PI) e recebe sem ir ao Senado. Enfim, já que a imprensa é seletiva em sua indignação, os parlamentares idôneos deveriam aproveitar a onda de denúncias para moralizar a casa.

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De São Paulo-SP.

DESENHO: Oscar Niemeyer

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A solução da crise

Esse Brasilzão de meu deus (com letra minúscula pois não existe) tem um grande parque industrial, bastante matéria-prima e um poderoso mercado consumidor interno. Crise mundial? Deixe isso para o resto do mundo! Basta que o País se concentre na economia interna e as coisas vão continuar andando (isso, é claro, quando nos referimos à economia real).

E de onde vai vir o capital para investir? Que tal pegar dessas enormes reservas que o Brasil acumulou nesses últimos anos de bonança? A solução da crise é simples, basta se mirar nos exemplos de Franklin Roosevelt, presidente dos EUA que venceu a Grande Depressão.

Afinal, a sorte favorece os audaciosos!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O perigo transgênico

Os produtos transgênicos são alvo de inúmeras polêmicas. Concentremos-nos nas maiores:

a) Prejudiciais à saúde

Em geral, os países europeus não permitem ou controlam com mão de ferro a produção e venda dos alimentos transgênicos, pelo risco que eles supostamente causam à saúde. Na dúvida, é melhor prevenir...

b) Prejudiciais à economia

As plantas transgênicas são consideradas mais resistentes a agrotóxicos, ou seja, seriam mais “produtivas” que as plantas naturais. Faltou avisar que elas são resistentes apenas aos agrotóxicos dos mesmos “fabricantes” da planta, ou seja, venda casada... (a propósito, o fato das plantas sobreviverem aos agrotóxicos não significa que elas não carreguem as substancias nocivas consigo, resultando em mais um risco à saúde).

c) Prejudiciais ao meio-ambiente

As sementes transgênicas têm um gene que garante uma quantidade limitada de germinações. Resumindo, tem data de validade. Depois que venceu, tem que comprar de novo! Considerando que o vento não respeita fronteiras, as sementes transgênicas podem se espalhar sem controle e, sendo mais resistentes, substituir involuntariamente as sementes naturais. Trata-se de um cenário catastrofista? Já é realidade em algumas regiões gaúchas.


Diante desses três riscos, o Brasil deveria proibir o uso de sementes transgênicas e a venda de alimentos deste tipo. Por outro lado, as pesquisas deveriam ser liberadas e incentivadas, pois somente com estudos o País poderá ter uma opinião própria sobre o tema (atualmente nos calcamos em estudos franceses e americanos) e, eventualmente, se proteger contra uma possível invasão “transgênica” (conforme o cenário catastrofista).

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 14 de abril de 2009

The Day After se aproxima

O mundo vai ficar pior se a Coréia do Norte adquirir tecnologia para produzir bombas atômicas. Não é nada pessoal contra a Coréia do Norte, o mesmo raciocínio pode ser estendido ao Irã, ao Paquistão, a Índia, a Israel, a China, a França, a Inglaterra, a Rússia e, principalmente, aos Estados Unidos – principalmente este último, que até o momento foi o único país assassino suficiente usar uma dessas contra seres humanos (que, inclusive, eram civis).

O raciocínio é bastante simples: quanto maior a quantidade de armas atômicas, maior a chance de uma guerra nuclear. Isso se intensifica se pensarmos que os países têm níveis diferentes de organização e segurança. As imagens do filme Dr. Strangelove, de Stanley Kubrick, vão se tornando mais possíveis quando imaginamos a instabilidade do Paquistão ou se lembramos que no final da URSS alguns generais levaram parte do armamento para casa.

Por outro lado, se analisarmos a situação geopolítica mundial, podemos notar que a única garantia de não ser invadido pelos EUA é tendo umas bombinhas. O Iraque e o Afeganistão já estavam caindo aos pedaços quando foram dominados, mas quando o assunto é invadir o Irã ou a Coréia do Norte, o Império até vacila.

Infelizmente o futuro não é o que nós esperamos ele, mas vai se configurando exatamente como alguns cineastas imaginaram...


Abaixo uma filmografia sobre o tema:

Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb), 1964 – de Stanley Kubrick

O Dia Seguinte (The Day After), 1983 – de Nicholas Meyer

O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes), 1968 – de Franklin J. Schaffner

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day), 1991 – de James Cameron

Alerta Nuclear (Fail Safe), 2000 – de Stephen Frears

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

E o final do Embargo?

Qualquer idiota sabe que essa história de multi-lateralismo é uma grande balela. Trata-se de um eufemismo para dizer que o Império Americano vai perguntar antes de atirar. Isso não quer dizer que os EUA vão parar de mandar no mundo e que, se for o caso, vão deixar de invadir e destruir países desafetos. Esse tal de Direito Internacional é apenas um conceito bonito, já que na prática não existe ninguém para obrigar a “comunidade” internacional a cumprir tais regras. No caso dos países que tem poucos soldados, forças armadas mal equipadas e nenhuma bomba atômica, até que uma pressão da ONU (ou melhor ainda, da OTAN) resolve. Mas no caso da superpotência, não tem quem obrigue. Por isso que o multi-lateralismo é uma balela.

Para servir de exemplo, não precisamos falar do Iraque, do Afeganistão, da Sérvia e nem do Vietnã, podemos usar Cuba. Imagine que em 1959, essa pequena ilha latino-americana resolveu derrubar a ditadura que lhe esmagava. Depois desse “crime” terrível, foi expulsa da OEA, sofreu uma tentativa de invasão e está sob embargo há quarenta e oito anos. O mundo inteiro é contra o embargo, mas os EUA mantêm e ponto. Quem é que vai impedir?

Nessa segunda-feira (13/04) o Governo Obama anunciou algumas medidas relaxando a pressão. Sob aplausos do mundo, os EUA mantêm a opressão econômica sobre Cuba, mas agora é uma opressão light! Por que será que a Ilha de Fidel, Raúl e Che incomoda tanto?

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De Cotia-SP.

domingo, 12 de abril de 2009

Cultura custa caro

Um CD simples está na média de R$ 30,00. Um bom livro em geral custa R$ 46,00, enquanto o salário mínimo é R$ 465,00. Depois reclamam que o Povo Brasileiro é pouco culto...

É por essas e outras que o mercado da pirataria vai de vento em popa! Se as gravadoras de música e filmes vendessem seus produtos a preços populares, dificilmente teriam que concorrer com CDs e DVDs de baixa qualidade. Infelizmente, a ganância e a miopia são tamanhas, que no final essa indústria não percebe o lucrativo mercado que lhe escapa entre os dedos. Trata-se de um setor consumidor que não tem poder aquisitivo para adquirir os produtos oficiais, mas que tem interesse em ouvir música e ver filmes. E por isso recorre à pirataria.

Vai uma dica: assim como existem os pocket books (livros feitos com papel mais barato e com preços infinitamente menores), poderiam existir os CDs e DVDs populares, com encartes mais simples e preços acessíveis.

Se o cidadão puder pagar o preço, certamente ele vai optar pelo produto com melhor qualidade.

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De Cotia-SP.

sábado, 11 de abril de 2009

Nem todo filme cabeça é chato. Graças a Clint Eastwood...

Isso mesmo, apesar da fama de durão, Clint Eastwood é ator e diretor de filmes intelectuais. Todos sabem que Eastwood ficou famoso estrelando Spaghetti western dos anos 60 como Por um punhado de dólares (1964) e suas seqüências Por uns dólares a mais (1965) e Três homens em conflito (1966). O que a maioria não sabe é que Por um punhado de dólares é baseado no filme Yojimbo, de Akira Kurosawa (o diretor italiano Sergio Leone nega o plágio).

Fora do gênero “bang-bang”, Clint também se destacou nos filmes de aventura, como Dirty Harry (1971), A Fuga de Alcatraz (1979), Um mundo perfeito (1993) os recentes Poder Absoluto (1997) e Cowboys do Espaço (2000).

Mas, além disso, ele foi o diretor de Sobre Meninos e Lobos (2003) e dirigiu e estrelou Os imperdoáveis (1992), Menina de Ouro (2004) e Gran Torino (2008). Todos filmes cabeça...

Sem se falar no sensível As Pontes de Madison (1995), tipo de filme que até nossas mães vão gostar.

Haverá um dia em que as pessoas consideradas inteligentes não serão as que viram todos os Woody Allen, mas sim as que viram todos os do Clint Eastwood.

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De Cotia-SP.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Brasil de Lula x Brasil de FHC

Agora o Brasil compõe o seleto grupo de países credores do Fundo Monetário Internacional. Não é a primeira vez que isso acontece, no Governo Getúlio Vargas o Brasil também tinha esse status.

Esse é mais um elemento que comprova ser a política econômica do Governo Lula completamente oposta à do Governo FHC. Durante seus 8 anos de neo-liberalismo, o Governo FHC recorreu três vezes ao FMI para solicitar empréstimos, o desemprego saltou de 4,7% para 12% e os juros foram para 45%. Isso sem se falar nas privatizações, que doaram grandes empresas do Povo Brasileiro para empresas multinacionais (multi só no nome, melhor seria dizer transnacionais).

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De Cotia-SP.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Dois pesos e duas medidas

É no mínimo curiosa essa indignação da imprensa supostamente especializada na cobertura econômica por causa da demissão do presidente do Banco do Brasil. O senhor Antonio Francisco de Lima Neto recusava-se expressamente a reduzir o spread bancário apesar da insistência do Governo.

Em qualquer empresa do mundo, a demissão do presidente é o caminho natural quando este se encontra em discordância com o principal acionista controlado. No caso do BB não poderia ser diferente. Além do fato de que, como banco público, o BB deve estar mais a serviço do Povo Brasileiro do que ao lucro dos acionistas.

O mais interessante com relação à repercussão entre os jornalistas-economistas é comparar a situação com a demissão do Presidente Mundial da General Motors. Neste caso, o Barack Obama derrubou o presidente de uma empresa privada e não sofreu a mesma reação. Nota-se em parte da imprensa Brasileira uma verdadeira submissão aos interesses dos EUA.

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Faltou o Meirelles

Como não tem coragem para demitir Henrique Meirelles, o Presidente Lula descontou a frustração do Povo Brasileiro em Antônio Francisco de Lima Neto, presidente do Banco do Brasil. Lima Neto foi demitido na quarta por não ter reduzido o spread bancário (a diferença entre o valor que os bancos pagam pelos empréstimos tomados e o que eles cobram dos clientes).

Na rádio CBN, a economista neoliberal Miriam Leitão anunciou toda sua indignação contra a decisão de Lula. Segundo ela, mesmo o Estado sendo maior acionista do BB, não é o único e tais decisões podem contrariar os interesses dos demais. Engraçado, se o sócio majoritário de uma empresa privada atropela os interesses da minoria a Miriam diz que é a regra do jogo, mas quando é o Brasil que toma a decisão ela acha errado...

Qual é a vantagem de possuir uma Empresa Estatal se o Poder Político não puder interferir diretamente na sua administração? E quem não concordar com a decisão de Lula que não vote nele! Pelo menos, nas Estatais, o Povo tem a chance de escolher o supremo mandatário, situação completamente diferente das empresas privadas.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Que absurdo!

Meu amigo Arthur Herculano pode estrelar as propagandas de todas as operadoras de telefonia celular concorrentes da Oi. Recentemente ele adquiriu duas linhas pós-pagas da Oi e comprou os dois aparelhos à vista (esse negócio de portabilidade é meio falacioso, pois os aparelhos da Oi custam muito mais caros que os das outras, que são subsidiados).

Após algumas semanas de uso, nessa terça-feira as duas linhas foram sumariamente bloqueadas. Bloqueadas porque além de não ligar, também pararam de receber ligações e mensagens. Ou seja, desconectado do mundo. E o pior, nem para o atendimento ao cliente era possível ligar.

Depois de horas navegando na página de internet da Oi (que é uma droga!) ele localizou outro telefone do SAC, mas apenas para ligações a partir de telefone fixo... Rumou até um telefone fixo e ligou para o número.

Foi informado que em seu cadastro, feito na compra das linhas, ele não havia informado um telefone fixo e que a operadora, após tentar entrar em contato com ele sem sucesso em uma única ligação realizada às 11h50, decidiu unilateralmente bloquear as linhas (nem receber podia!). Considerando que estava em um dia importante de trabalho sofrendo prejuízos pelo fato de não poder ligar, agravados pelo fato de sequer poder receber ligações de vários contatos que tinham apenas esses números para falar com ele, Arthur solicitou o imediato desbloqueio das linhas. A resposta da atendente foi categórica, as linhas só voltariam a funcionar após uma ligação da operadora para o número fixo recém informado. Detalhe, a ligação seria apenas no dia seguinte. Sem conversa. Sem negociação. Apenas no dia seguinte...

Indignado, ele desabafou:

- Que absurdo! Parece até aquela propaganda de celular. Alias, é a propaganda da Oi...

Depois dessa, tchau Oi!

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Amanhã cancelo a assinatura da Folha de S. Paulo

O jornal Folha de S. Paulo abusou da boa vontade do Povo Brasileiro.

Primeiro publicou um editorial ri-dí-cu-lo dizendo que o Regime Militar foi uma “ditabranda”, pois matou menos do que as outras ditaduras da America Latina.

Depois, diante da enxurrada de cartas protestando, a Folha ainda teve a pachorra de ironizar os professores Fábio Konder Comparato e Maria Vitória Benevides por terem criticado o uso da novilíngua.

Por fim, nesse domingo o Jornal da família Frias fez mais uma de suas estripulias: criou uma tese fantasiosa sobre um plano de seqüestro para Delfim Neto durante a Ditadura e fez uma ginástica semântica para atribuir sua organização à Ministra Dilma Rousseff.

Diante disso, enquanto 1º Tesoureiro da UEE-SP, tomei a decisão de cancelar a assinatura da Folha de S. Paulo. Acredito que se deve ler de tudo, mesmo as mentiras da Folha, mas não posso admitir que uma entidade que foi perseguida pela Ditadura seja financiadora desse tipo de imprensa.

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De São Paulo-SP.

domingo, 5 de abril de 2009

NOTAS de domingo

OTAN

O blog do Azenha publicou a tradução de uma entrevista do professor Noam Chomsky sobre a OTAN. De acordo com Chomsky, a OTAN é o substitutivo para os exércitos coloniais de mercenários. “Guerras coloniais são brutais demais, duras demais paras soldados regulares”, disse o professor. Ao ingressar na OTAN, as nações do Leste Europeu se dispõe a enviar seus soldados para fazer o trabalho sujo que os EUA não querem.

FINANCIAMENTO ELEITORAL

Faz-se um escândalo porque a Camargo Correia teria feito doações ilegais para candidatos e partidos. E se fossem doações legais? O mais grave não é a ilegalidade, mas o fato de que as campanhas são pagas por empresas com contratos com o Estado.

REFORMA URBANA

Através do programa Minha Casa, Minha Vida, o Governo Lula se propõe a construir 1 milhão de casas, uma cifra digna de muitos méritos. Porém, além disso, seria importante que o Poder Público efetivasse a reforma urbana, pois existem cinco milhões de imóveis desocupados em todo o País.

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De São Paulo-SP.

sábado, 4 de abril de 2009

Uma outra visão sobre a Economia

Durante os dias 03, 04 e 05 de abril, a Fundação Mauricio Grabois e o Partido Comunista do Brasil estão promovendo o seminário “Desvendar o Brasil - suas singularidades, contradições e potencialidades”. Trata-se de um evento de altíssimo nível e restrito a apenas 300 quadros políticos do PCdoB escolhidos a dedo. Para saber mais, veja na página do VERMELHO.

Durante a mesa “Padrões de acumulação capitalista no Brasil e o capitalismo brasileiro hoje”, ocorrida na manhã de sábado, o economista João Sicsú, diretor do IPEA fez alguns comentários interessantes.

Ele questionou aqueles pseudo-economistas defensores da diminuição do gasto público do Estado Brasileiro. A economia nacional é composta pelo gasto doméstico (empresarial e dos trabalhadores), pelo gasto externo e pelo gasto público. Segundo Sicsú, a questão é aritmética, pois quando não existe o gasto doméstico e o externo, só resta ao gasto público tentar fazer a economia funcionar.

Além disso, João Sicsú também questionou o Banco Central e sua política de juros altos para conter a inflação. O exemplo que ele deu foi categórico: o COPOM subiu a taxa de juros por causa da alta dos alimentos, mas tal elevação de preços foi internacional de modo que nossa taxa SELIC não teria poder controlar os preços mundiais. A não ser, é claro, que o COPOM queira que o povo pare de comer.

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De Cotia-SP.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Esse é o cara

A frase do presidente dos EUA, Barack Obama, sepulta de vez as infundadas críticas a Política Externa do Governo Lula. Apesar de não ter conquistado (ainda) uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil obteve várias conquistas na OMC e organizou um bloco de negociação alternativo para as negociações econômicas (Grupo dos 20). Graças à política Sul-Sul do Chanceler Celso Amorim (que não tira os sapatos para entrar nos EUA), o Brasil diversificou suas parcerias comerciais pelo mundo, o que nos deixou menos dependentes das economias dos países mais ricos do mundo (que, coincidentemente, são os mais atingidos pela crise mundial).

Que FHC morra de inveja!


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De Cotia-SP.

FOTO: BBC

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Brasil Interrompido

A 1ª Geração do Brasil industrializado foi formada durante a Ditadura Vargas e, por conta disso, era repleta de contradições: democracia/golpismo, soberania/entreguismo, populismo/elitismo... Ainda sim, a característica mais marcante dessa primeira geração foi o amor ao debate e à política, haja visto que, ao chegarem ao poder, criaram muitos partidos, organizaram conspirações, rebeliões e golpes.

A 2ª Geração do Brasil Industrial foi forjada na República Nova, dirigida pela primeira geração, mas livre de suas contradições. Essa geração tinha clareza na defesa da Democracia, da necessidade de um projeto nacional e soberano de desenvolvimento e da importância do caráter popular da sociedade Brasileira. Era uma geração revolucionária composta por artistas que criaram a Bossa Nova, por estudantes que bradaram “O Petróleo é Nosso!” e por trabalhadores que compreendiam seu valor e exigiam seus direitos. Certamente o Brasil teria sido muito grande se essa 2ª Geração tivesse chegado ao poder. Infelizmente não chegou, pois a parte mais atrasada, elitista, reacionária, entreguista e conservadora da 1ª Geração organizou o Golpe de 64 e atirou o Brasil na longa noite de 21 anos de medo e pobreza.

Essa 2ª Geração se perdeu. Impedidos de fazer a política democrática que tanto amavam, foram obrigados a se recolher à vida privada. Nunca chegaram ao poder para implementar seu sonho de Brasil, mas deram corpo e substância ao pensamento intelectual progressista.

O Brasil deles foi interrompido. No seu lugar instaurou-se um País submisso e subdesenvolvido. De todas as violências da Ditadura Militar, essa certamente foi a pior!

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Se a carapuça serviu...

Muitos criticaram o Presidente Lula pela frase de que a crise foi causada por pessoas brancas e de olhos azuis. Uns criticaram a frase por ser “racista ao contrário”, enquanto outros alegam que parte dos banqueiros e empresários não são brancos, nem tem olhos azuis.

Talvez tenham razão na crítica, mas é sintomático o fato de todos os que ficaram ofendidos serem empresários, banqueiros, neoliberais ou, generalizando, serem pessoas vinculadas à elite econômica.

Em resumo, talvez a frase não fosse exata na classificação dos culpados da crise, mas o capuz serviu a quem de direito.

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De São Paulo-SP.