quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Democracia foi uma conquista que precisa ser consolidada

O Fim da Ditadura e a o retorno da Democracia ao Brasil foram conquistas do Povo e não uma concessão dos militares e dos civis que se escondiam atrás deles. Houve um processo de mobilização de massas que gradativamente tornou inviável a manutenção do regime autoritário. A partir de 1976 o Movimento Estudantil voltou a se articular, em 77 os estudantes tomaram as ruas, em 79 os sindicatos retomaram as greves, em 84 o movimento das Diretas Já! deixou claro que a maioria do Povo estava contra a Ditadura. Durante esse processo de mobilização, algumas conquistas foram atingidas parcialmente, como a revogação do AI-5, a Lei da Anistia, a reorganização da UNE, a eleição de um civil pelo Colégio Eleitoral etc. Apesar da emenda das Diretas não ter sido aprovada, a mudança apontada pelo movimento não pôde mais ser detida.

Os ditadores de plantão percebendo não haver condições em manter o aparelho ditatorial, optaram por abrandar a repressão e garantir uma transição gradual e pacífica, para seu próprio bem. Se tentassem reprimir o incontrolável movimento de massas, a reação do Povo não seria pacifica e provavelmente a Democracia seria conquistada pela violência.

Por causa da covardia dos lacaios da Ditadura houve uma transição gradual para a Democracia no Brasil. Os lacaios da Ditadura nunca foram movidos por bons ideais e nem sentimentos democráticos. A Ditadura “abrandou” porque não tinha condições de “endurecer”, caso contrário, teria optado pela permanência da repressão (como ocorreu em 1968, quando o AI-5 deu fim aos movimentos democráticos).

A partir deste entendimento, podemos considerar que houve uma disputa entre dois lados: Democracia e Ditadura. A partir de 1985 venceu o time da Democracia (que tinha sido derrotado em 1964). No entanto, como a turma da Ditadura optou pela saída covarde, tiveram condições de negociar sua rendição. Como o Brasil se converteu em uma democracia, não houve um acerto de contas.

Não houve, mas deveria haver. Se os lacaios da Ditadura tivessem aceitado sua derrota com plenitude, todo o passado sinistro do Brasil entre 1964-1985 seria aberto e esclarecido, os torturadores e assassinos pediriam desculpas, as ruas com nomes de ditadores seriam rebatizadas e ficaria claro que a Democracia venceu. Porém, não é isso que ocorre, já que os arquivos militares continuam secretos, as famílias das vítimas da Ditadura continuam sem informação sobre seus parentes desaparecidos, os torturados em vez de vergonha se orgulham do que fizeram, os apoiadores da Ditadura se sentem no direito de questionar a reparação financeira que a Comissão de Anistia faz às vítimas do Regime Militar etc.

Diante dessa postura dos lacaios da Ditadura, está evidente que o Brasil NÃO resolveu seu passado recente. Sendo assim, a ferida continua aberta e deve ser curada. Infelizmente, durante os 30 anos da Lei da Anistia não houve qualquer intenção dos lacaios da Ditadura em se retratar pelo que fizeram, ou seja, a reparação não será espontânea, cabendo ao atual Estado Democrático fazer a reparação compulsória.

Na História do Brasil, este é o momento de deixar claro quem venceu: se foi a Democracia ou se foi a Ditadura. E o esclarecimento e as punições das violações de Direitos Humanos durante a Ditadura Militar são a inequívoca demonstração de que em 1985 houve uma vitória da Democracia sobre a Ditadura. Não existe reconciliação sem isso.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A falsa visão do Congresso Nacional

Pode-se dizer que no Congresso Nacional o mais bobo é Deputado Federal. Sendo assim, o mais bobo, no mínimo, venceu uma eleição. Em que pese a falta de proporcionalidade entre os estados, vencer uma eleição não é tarefa para qualquer um.

Apesar disso, os costuma-se passar uma impressão da Política de que ninguém trabalha, são todos preguiçosos etc. Nada mais falso. Podemos criticar (e muito!) nossos políticos, mas por conta de sua visão de mundo, na maioria das vezes patrimonialista, conservadora e, às vezes, corrupta. Por outro lado, não podemos acusar nossos parlamentares de preguiçosos, afinal, o deputado que não trabalhar 24 horas por dia (incluindo finais de semana) não se reelege. O eleitor é implacável (ainda bem!).

  • Tentam passar a idéia de que os parlamentares apenas trabalham de terça a quinta, dias das sessões. Ocorre que fazer leis não é a única tarefa dos deputados. Essa seria uma redução exagerada de suas funções.
  • Criticam os deputados quando estes voltam para as bases. Ora, ocorre que as bases são os seus eleitores. Em vez de criticados, os deputados que prestam contas ao eleitorado deveriam ser elogiados.
  • Avaliam o Congresso pela quantidade de leis que produzem. Na verdade, a qualidade do trabalho legislativo não tem absolutamente qualquer relação com a quantidade de leis.

Mas de onde surge essa visão tão pouco real da política parlamentar?

Os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional certamente entendem bastante de política e têm sua agenda de trabalho moldada às atividades dos parlamentares. Ou seja, não é factível que os jornalistas por sua experiência acreditem que os deputados não trabalhem. Então, quando reproduzem essa opinião é por orientação de seus chefes. Os jornais, revistas, emissoras de TV e rádio, que ninguém se engane, são empresas como qualquer outra. Ou seja, seus donos são empresários (aquele mundo romântico em que os jornais eram dirigidos por jornalistas não existe há uns dois séculos...). Os empresários enxergam o mundo com a visão de empresários e tentam reproduzir essa visão através de seus veículos de comunicação. E os jornalistas são seus empregados assalariados e obedecem sem questionar.

Em suma, essa visão falsa da política parlamentar é a visão que interessa às elites de nosso País. As mesmas elites que financiam a maioria dos parlamentares. As mesmas elites que têm como projeto de vida ocupar uma daquelas cadeiras de deputado federal. Essas elites querem convencer o Povo a não se interessar pela política, para que somente as elites se interessem. Para que o Povo não se candidate, para que as elites possam continuar dominando o Congresso Nacional.

Nossos parlamentares devem sim ser criticados, mas pelo seu conteúdo. E o Povo não deve se sentir desestimulado com a política, ao contrário, deve converter sua indignação em voto na urna.

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De São Paulo-SP.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Estradas Paulistas: Me engana que eu gosto!

Durante o enorme congestionamento de final de ano, é um escárnio a Propaganda do Governo do Estado de São Paulo sobre as estradas paulistas (melhor seria dizer “Propaganda Eleitoral de Serra para Presidente”...). De acordo com a propaganda, tratam-se das melhores estradas do Brasil. Talvez sejam, mas a que preço?

As estradas paulistas foram todas privatizadas e têm os pedágios mais caros do Brasil. É mais barato atravessar o Brasil (do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte) do que ir de São Paulo a Ribeirão Preto, no interior do Estado. E olha que Ribeirão nem é tão longe assim... Imagine quanto custa ir para São José do Rio Preto, Araçatuba ou Presidente Prudente!

Daqui a pouco, o candidato presidencial tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo) vai apresentar o Colégio Bandeirantes como exemplo da educação no estado.

Para não dizer que nossa crítica não é construtiva, ficam duas sugestões para Serra baratear os pedágios:

Dica 1 – Reverter as concessões das estradas. A natureza de toda empresa é dar lucro para seus sócios, de modo que, além dos custos com manutenção das estradas, o preço do pedágio cobra um valor a mais.

Dica 2 – Suspender a propagandas e aplicar o valor na melhoria das estradas.

A obrigação de manter a qualidade das estradas é do Governo Estadual, que já arrecada tributos para tal. Os pedágios podem servir de complementação, lógico, mas devem ter um preço razoável e compatível com o cobrado no restante do País.

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De São Paulo-SP.

sábado, 26 de dezembro de 2009

E tu, Pedro?

O Senador Pedro Simon (PMDB-RS) é um dos grandes homens públicos de nosso tempo. É honesto e honrado, mas totalmente oportunista. Falou horrores do Presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), mas nunca disse uma vírgula sobre a Governadora Gaúcha Yeda Cruzius (PSDB).

Neste final de ano, entusiasmados com a confusão do Governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (DEMo), o PMDB gaúcho optou por sair do Governo Yeda. Pedro Simon como presidente do PMDB gaúcho fez uma ressalva de que o partido não vai para a oposição e que está aberta a possibilidade de pmdbistas continuarem ocupando cargos.

Se Pedro Simon tivesse contra Yeda apenas 10% da indignação que demonstrou contra Sarney, estaria pedindo o impeachment da governadora, mas como sua indignação é seletiva, apenas faz jogo para a torcida. Uma pena, pois era um dos poucos que nos serviam de exemplo.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sorria, meu bem! Sorria! O ônibus agora é R$ 2,70!

Os ônibus são uma porcaria, pois a Prefeitura não exige qualidade das empresas (já houve um tempo, não muito atrás, que na cidade rodavam ônibus com ar condicionado).

O tempo de viagem é infernal, pois não houve investimento em corredores de ônibus.

O preço já era escorchante, agora será mais ainda. O valor R$ 2,30 equivalente a US$ 0,99 e é a 2ª tarifa mais cara da America Latina (perde apenas para o Rio de Janeiro) e 42ª do mundo.

O suposto prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (do DEMo, mesmo partido de José Roberto Arruda, Governador corrupto do Distrito Federal), está no poder desde 2005, quando na época era vice de José Serra (atual candidato presidencial tucano que nas horas vagas é Governador de São Paulo). Desde que a dupla dinâmica da política paulista (Serra e Kassab) assumiu, a passagem subiu 35,29%, enquanto a inflação foi de 22,25% (de acordo com Cornélia Nogueira Porto, coordenadora do Índice de Custo de Vida (ICV) de São Paulo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).

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De Cotia-SP.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Comparações felizes

Em dezembro de 2009, a então Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cometeu um ato falho e disse que o "meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao desenvolvimento sustentável". Na realidade, Dilma queria dizer que o aquecimento global seria a ameaça.

Em janeiro de 2001, o então Presidente Fernando Henrique Cardoso cometeu um ato falho e, ao referir-se a primeira edição do Fórum Social Mundial, disse que se tratava de um movimento "cartista". Na realidade, FHC queria acusar o Fórum Social Mundial de "ludismo". Cartismo e Ludismo são movimentos sindicais do século XIX, mas com métodos e resultados bem diferentes. Cartismo foi o nome dado ao movimento sindical na Inglaterra do século XIX que exigia democracia e que conquistou pela primeira vez os direitos trabalhistas. Ludismo, por sua vez, foi o movimento de sabotagem e destruição das máquinas industriais, que estavam tirando os empregos dos operários.

Dilma e FHC cometeram gafes, como qualquer pessoa. Segundo os críticos de Dilma, a razão de seu ato-falho foi sua falta de compreensão das questões ambientais. Com relação a FHC, considerando que antes da política ele foi um grande sociólogo e professor da USP, o ato-falho é muito mais grave.

E o que isso tudo quer dizer? Nada, apenas que qualquer um comete atos-falhos. O estranho é a publicidade que alguns recebem...

Só para encerrar, em abril deste ano, quando a Gripe Suína ainda era notícia, o candidato presidencial tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo) declarou que "a gripe suína é transmitida pelos porquinhos e pelas pessoas quando espirram ou quando se chega perto do nariz do porco". E aconselhou: "o providencial é não chegar perto do porquinho". Não foi um ato falho, foi uma idiotice mesmo. E depois dizem que Serra foi um excelente Ministro da Saúde... Imagina se tivesse sido um ministro ruim!

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Nova privatização sendo preparada...

A dupla mais incompetente do Poder Público é aquela formada por José Serra e Gilberto Kassab. O Governador de São Paulo e o Prefeito da Capital são o Batman e o Robin da política paulista. Em todos os setores a atuação da dupla tem sido DE-SAS-TRO-SA, menos na Propaganda, é claro!

Além de incompetente, a dupla dinâmica nunca assume a responsabilidade por nada. O PSDB está no comando do Estado de São Paulo há 16 anos e a dobradinha Serra-Kassab dirige a Prefeitura há cinco. Mesmo assim, eles não assumem a responsabilidade pelas enchentes na Capital. Às vezes atribuem a culpa aos antecessores (quem?), às vezes dizem que o Povo é o responsável e até mesmo São Pedro acaba sendo acusado pela dupla...

Na última enchente, Serra botou a culpa nas turbinas do sistema de bombeamento da Usina de Traição, no Rio Pinheiros. Essa usina reverte o fluxo do Rio Pinheiros no sentido contrário ao Rio Tietê, o que diminui o volume das águas. Curiosamente, as fotos da enchente mostram que o volume do alagamento estava acima do nível do Rio Tietê, ou seja, não houve transbordamento. Na verdade, o problema foi o sistema de escoamento.

As acusações infundadas contra a Usina de Traição, além de tentarem acobertar a incompetência de Serra-Kassab, são uma tentativa de desmoralizar a empresa pública responsável por ela e preparar sua privatização. Serra não assume, mas é louco por privatizar o patrimônio publico: tentou vender a CESP (cuja venda foi cancelada durante o leilão, em meio a um enorme protesto) e já vendeu a Nossa Caixa (para o Branco do Brasil que, antes de mais nada, é uma empresa). Seu próximo alvo é a Empresa Metropolitana de Águas e Energia.

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De São Paulo-SP.

Reparem na foto como o nível da água do rio está mais baixo do que a enchente. A propósito, a foto foi retirada do blog do PPS de São Paulo (não divulgamos o endereço para não fazer publicidade). O PPS, como bom partido auxiliar dos tucanos, atribui a culpa das enchentes ao aquecimento solar...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ditadura Dinamarquesa

De acordo com o Estadão de hoje, 1,1 mil pessoas foram detidas nos protestos em Copenhague.

De acordo com a agência EFE, no Irã foram presos 1800.

Se forem presos mais 700 em Copenhague a Dinamarca vai ser considerada uma ditadura?

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Governo Lula x Governo FHC

Na quinta-feira (10/12/2009) foi ao ar o Programa Nacional do PT. O programa foi muito bem elaborado e pontuou com clareza as principais diferenças entre o Governo Lula e o Governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. A comparação com FHC chega a ser até covardia: privatizações, desemprego, submissão aos interesses das grandes potências e dependência econômica são as principais lembranças do governo tucano.

Fazendo uma análise pontual, podemos dizer que o Governo Lula tem dois méritos fundamentais. O primeiro mérito foi a condução da economia com foco no crescimento e no desenvolvimento. O segundo foi a redução das desigualdades sócias, através dos vários programas sociais e do aumento real e constante do salário mínimo. Na época da Ditadura, o Ministro da Fazenda Delfin Netto dizia que era preciso fazer o bolo crescer para dividi-lo. Lula fez o bolo crescer e dividiu ao mesmo tempo. Por isso este governo ostenta altíssimos índices de popularidade.

Apesar destes dois méritos fundamentais, faltou ao Governo Lula medidas estruturantes. Tudo que foi criado nos últimos sete anos ainda é por demais dependente dos programas do Governo Federal, ou seja, basta uma mudança no titular do Poder Executivo e toda a mudança pode ser facilmente revertida. A economia cresceu, é fato, mas cresceu nos setores pouco estratégicos, o que mantém a posição do Brasil como país subdesenvolvido. A igualdade social aumentou, mas basta uma canetada para que todos os programas sociais voem pelos ares.

No caso da Economia, o Brasil cresce amparado no setor exportador de commodities, produtos primários de baixo valor agregado. Falta ao Brasil tecnologia para desenvolver micro-chips, turbinas, energia nuclear etc. Somente com isso pode-se dizer que o País é economicamente soberano.

Com relação à igualdade social, todos os programas sociais são válidos e importantes, mas são meros paliativos. Basta uma decisão do novo presidente para fazer sumir o Bolsa-Família, Luz Para Todos, PROUNI etc. Faltou ao Governo Lula investimentos nos setores sociais estruturantes. No caso da Educação, apesar de investimentos muito superiores a todos os governos precedentes (Lula criou mais universidades que Juscelino Kubitscheck), ainda foram insuficientes para tornarem a mudança irreversível. Somente quando houver escola de qualidade e universidade pública universal o Povo deixará de depender de auxílios emergenciais.

O Governo Lula já está entre os melhores da História do Brasil, mas a mudança que ele promete ainda está distante.

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Prêmio Sun Tsu

O Presidente americano Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz e no discurso aproveitou para fazer uma defesa da guerra. Segundo ele “o uso da força é não apenas necessário como também moralmente justificável”. Sun Tsu ficaria mais orgulhoso do que Alfred Nobel.

O Presidente de Cuba, Fidel Castro, achou muito cínica a atitude de Obama ao receber o Nobel da Paz enquanto continuava levando adiante a guerra no Afeganistão. Talvez Obama seja cínico, mas quem recusaria um prêmio desses apenas para manter coerência?

A crítica mais grave deve ser levantada contra o Comitê do Nobel, que notoriamente fez uma escolha precipitada e nem um pouco coerente.

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Raciocínio lógico, óbvio!

Meio mundo caiu de pau em cima do Presidente Lula quando este disse que as “imagens não falam por si”. De acordo com os críticos de Lula, nas imagens de Governador José Roberto Arruda (DEMo-DF) recebendo dinheiro a corrupção seria tão óbvia que as imagens falariam por si.

Sendo assim, vamos falar de obviedades:

O “caixa 2” do Arruda não era só para ele, é óbvio que o dinheiro era dividido pelo partido, no caso o DEMo.

De toda a influência do DEMo, quais são os dois cargos mais importantes? O primeiro deles é o Governo do Distrito Federal, óbvio! E o segundo? É a Prefeitura de São Paulo, óbvio!

Sendo assim, é óbvio que o dinheiro do Arruda serviu para eleger o Gilberto Kassab (suposto Prefeito de São Paulo).

E neste caso, as imagens falam por si?

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O mundo é cinza

Excepcionalmente (fizemos questão de apresentar em negrito e grifado, para reforçar o caráter da exceção) esta coluna vai concordar com uma iniciativa política do Deputado Federal Raul Jungmann (PPS-PE) e uma opinião do comentarista Arnaldo Jabor.

O Deputado Jungmann é coerente ao propor que o Povo, através de plebiscito, decida se quer a Reforma Política. Sempre que surge um escândalo novo a proposta da Reforma Política volta a ser debatida, mas em pouco tempo o assunto esfria e a proposta é engavetada. Talvez com um pouco de pressão popular a Reforma Política finalmente se concretize.

Arnaldo Jabor é um neoliberal, elitista e paga-pau de tucano. Porém, em se tratando de costumes, Jabor não pode ser considerado conservador. Sua opinião sobre as drogas é bastante coerente e racional. Provavelmente ele só a emitiu para agradar seu guru, o Fernando Henrique Cardoso. Independente da motivação, sua opinião é bem razoável.

Esses dois fatos são para provar que o mundo não é preto nem branco, o mundo é cinza!

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De São Paulo-SP.

domingo, 6 de dezembro de 2009

“Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Lua de Cristal” e afins...

Na falta de um assunto adequado, retomamos um assunto antigo. Pode não ser muito relevante, mas a indignação nos força a voltar ao assunto.

A caracterização de um vampiro é muito simples. Qualquer criança sabe que vampiro é uma pessoa que bebe sangue humano, vira morcego e morre se tomar sol. São apenas três características, bem simples.

Na série Crepúsculo, os vampiros bebem sangue de animais (quase um movimento vegan do mundo das trevas), não viram morcego e ao sair à luz do sol “brilham como diamante” (que porcaria é essa?!?). Resumidamente, das três características fundamentais de um vampiro, os protagonistas de Crepúsculo têm apenas uma (e pela metade, já que o sangue que bebem não é humano).

A gente até perdoa a autora dos livros por fazer um romance emo ambientado no mundo das trevas, mas ela ao menos poderia ter representado direito os vampiros.

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Festival Sundance de Cinema 2010

O Festival Sundance de Cinema, que privilegia o mercado independente e os novos talentos, ocorrerá entre 21 e 31 de janeiro em Salt Lake City. A direção do Festival anunciou a seleção de filmes.

Na categoria WORLD CINEMA/ DOCUMENTARY COMPETITION participa o filme “Secrets of the Tribe” de José Padilha (aquele do “Tropa de Elite”...).

Concorre também o curta “Eu e Crocodilos”, que foi produzido para o 12º Cultura Inglesa Festival e também ganhou prêmios no Festival do Rio e em Portugal.

Ficha Técnica

Direção: Marcela Arantes
Roteiro: Marcela Arantes
Elenco: Giulia Amorim, Bia Barbosa, Patrícia Soares, Victor Mendes, Ronny Kriwat e Theo Nogueira
Produção: KNS PRODUÇÕES
Produção Executiva: Jether Bineli
Direção de Produção: Lucas Lui
Direção de Fotografia: Caroline Leone
Direção de Arte: Rafael Beck
Montagem: Caroline Leone
Som Direto: Guilherme Shinji


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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Caixa 2 ou Caixa 1? O problema é o mesmo!

O Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEMo), ao ser flagrado em vídeo recebendo um dinheiro suspeito, deu a desculpa oficial para esse tipo de situação. Alegou tratar-se de “caixa 2” de campanha.

Essa história começou com o Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que nos tempos de governador inventou o “Valerioduto” (do empresário carequinha Marcos Valério). Em 2005 essa mesma história se repetiu com o PT e foi apelidada de “Mensalão”. Nas três situações, a desculpa oficial é a mesma: trata-se de “caixa 2” de campanha.

A desculpa faz sentido porque fazer “caixa 2” é um crime menor do que desviar verbas públicas, mas continua sendo crime. E por que é feito “caixa 2” para financiar as campanhas? Ou porque a empresa não quer (muito suspeito) ou não pode (porque é ilegal) doar dinheiro para a campanha eleitoral.

Em geral, as empresas que não podem doar dinheiro oficialmente para campanhas eleitorais estão impedidas por motivo de algum envolvimento com o poder público. Às vezes tem contrato direito com a Administração Pública ou algum outro interesse. Tendo um interesse direto, o político eleito com dinheiro dessa determinada empresa é suspeito para tomar qualquer decisão (legislativa ou executiva) que a envolva.

Na prática, esse conflito de interesses ocorre também na doação de dinheiro contabilizada para a campanha. Mesmo que uma determinada empresa não tenha qualquer contrato com a máquina pública, ela pode ser beneficiada por alguma decisão indireta, ou seja, a suspeição também existe no “caixa 1”.

No sistema eleitoral Brasileiro, as campanhas são tão caras, que qualquer um que queira se eleger precisa de muuuita grana. E para tal, ou o candidato é rico, ou ele é financiado por alguém. Na teoria é possível que alguém se eleja financiado por um enorme grupo de cidadãos que coletivamente contribuíram cada um com um pouco de seus salários, mas em geral só se elege quem é financiado por empresas.

Moral da história, todo nosso sistema político está de rabo preso com o setor empresarial. Isso é democracia?

O escândalo do Arruda evidencia um grave problema do sistema eleitoral Brasileiro que é o “caixa 2”, mas abre oportunidade para discutirmos o problema de fundo, que é o FINANCIAMENTO das campanhas eleitorais. Na nossa opinião, parte da solução do problema das instituições políticas do Brasil passa pela adoção do FINANCIAMENTO PÚBLICO das campanhas eleitorais.

EM TEMPO: Depois do escândalo de Arruda, para tentar salvar sua imagem como partido ético e moderno, o DEMo poderia mudar de nome outra vez! Que tal PFL?

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

É burro!

Segunda chance só existe em filme e novela. Em novela das seis, porque nem a das oito tem sido tão fantasiosa. Não existindo segunda chance, podemos dizer que José Roberto Arruda (DEMo) é um sujeito de muuuita sorte.

Para quem teve uma carreira política destroçada por causa daquela pilantragem no painel do Senado e precisou renunciar para não ser cassado em 2001, Arruda poderia ter se contentado com o mandato de Deputado Federal mais votado que conquistou nas eleições de 2002. Não se contentou e continuou sua volta por cima: ganhou a eleição para Governador do Distrito Federal.

Com 70% de popularidade, o que mais o Governador poderia desejar? Voar mais alto, lógico! Para quem quase foi cassado junto com o ACM, virar vice do Serra seria uma coroação. Poderia até perder a eleição, mas perderia em alto nível.

E o que fez Arruda? Envolveu-se em outra falcatrua! Se fosse um virgem nesse tipo de situação poderíamos pensar que ele caiu nessa por arrogância e que, por ter tanto poder e popularidade, achou-se inatingível. Mas, considerando que, em 2001 (quando ainda era tucano) ele quase teve sua carreira terminada de forma abrupta, não pode mais ser acusado de arrogância.

José Roberto Arruda é burro mesmo! Corrupto e burro!

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De São Paulo-SP.

FOTO: http://www.ailtonmedeiros.com.br/um-partido-que-e-do-capeta/2007/10/19/