quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Caixa 2 ou Caixa 1? O problema é o mesmo!

O Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEMo), ao ser flagrado em vídeo recebendo um dinheiro suspeito, deu a desculpa oficial para esse tipo de situação. Alegou tratar-se de “caixa 2” de campanha.

Essa história começou com o Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que nos tempos de governador inventou o “Valerioduto” (do empresário carequinha Marcos Valério). Em 2005 essa mesma história se repetiu com o PT e foi apelidada de “Mensalão”. Nas três situações, a desculpa oficial é a mesma: trata-se de “caixa 2” de campanha.

A desculpa faz sentido porque fazer “caixa 2” é um crime menor do que desviar verbas públicas, mas continua sendo crime. E por que é feito “caixa 2” para financiar as campanhas? Ou porque a empresa não quer (muito suspeito) ou não pode (porque é ilegal) doar dinheiro para a campanha eleitoral.

Em geral, as empresas que não podem doar dinheiro oficialmente para campanhas eleitorais estão impedidas por motivo de algum envolvimento com o poder público. Às vezes tem contrato direito com a Administração Pública ou algum outro interesse. Tendo um interesse direto, o político eleito com dinheiro dessa determinada empresa é suspeito para tomar qualquer decisão (legislativa ou executiva) que a envolva.

Na prática, esse conflito de interesses ocorre também na doação de dinheiro contabilizada para a campanha. Mesmo que uma determinada empresa não tenha qualquer contrato com a máquina pública, ela pode ser beneficiada por alguma decisão indireta, ou seja, a suspeição também existe no “caixa 1”.

No sistema eleitoral Brasileiro, as campanhas são tão caras, que qualquer um que queira se eleger precisa de muuuita grana. E para tal, ou o candidato é rico, ou ele é financiado por alguém. Na teoria é possível que alguém se eleja financiado por um enorme grupo de cidadãos que coletivamente contribuíram cada um com um pouco de seus salários, mas em geral só se elege quem é financiado por empresas.

Moral da história, todo nosso sistema político está de rabo preso com o setor empresarial. Isso é democracia?

O escândalo do Arruda evidencia um grave problema do sistema eleitoral Brasileiro que é o “caixa 2”, mas abre oportunidade para discutirmos o problema de fundo, que é o FINANCIAMENTO das campanhas eleitorais. Na nossa opinião, parte da solução do problema das instituições políticas do Brasil passa pela adoção do FINANCIAMENTO PÚBLICO das campanhas eleitorais.

EM TEMPO: Depois do escândalo de Arruda, para tentar salvar sua imagem como partido ético e moderno, o DEMo poderia mudar de nome outra vez! Que tal PFL?

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De São Paulo-SP.

Um comentário:

  1. Eu sou mais por eles manterem DEM mesmo,Taquaral: Humor negro é sempre bem-vindo.

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