domingo, 25 de setembro de 2011

A curiosa Turquia


Por Marcio TAQUARAL

A Turquia é um país sui generis em muitos aspectos, assim como a Rússia, ela vive em dois continentes, tem uma parte europeia e outra asiática. É um Estado radicalmente laico, porém com uma população exageradamente religiosa (muçulmana, no caso). A Turquia é membra da OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte), mas seu ingresso na União Europeia enfrente alguma resistência. A política turca também é muito tumultuada, sendo que o Exército tem mania de promover golpes de Estado para “proteger a democracia”, muito parecido com o que acontecia no Brasil.

Recentemente, em 2002, as eleições parlamentares foram vencidas pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), uma agremiação neoliberal, conservadora e de inspiração islâmica (só pra reforçar o caráter sui generis da Turquia). Nessa eleição houve um temor não concretizado de intervenção das forças armadas, afinal, o Estado é laico, mas o partido vencedor é religioso. O golpe de Estado não veio e, em 2003, após normalizar a situação, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan pôde assumir o cargo.

Recentemente, a Turquia tem se destacado em suas relações internacionais, atuando em conjunto com o Brasil para propor soluções pacificas às pressões dos EUA e da Europa contra o Irã. Por outro lado, a diplomacia turca está estremecida com Israel, uma vez que a Turquia considera inaceitável o embargo criminoso promovido pelo estado judeu contra a Faixa de Gaza.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Feriado na Copa, lógico!


Há quem diga que a proposta de converter os dias de jogos da Copa do Mundo em feriado seja uma “confissão de que as obras de infraestrutura não ficaram prontas no prazo”. Talvez seja, talvez não.

Em todo caso, mesmo que tudo fique pronto no prazo, a decretação de feriado parece uma excelente ideia. Ou alguém acha que a realização da Copa do Mundo no País do Futebol não movimentaria a população local?

Inclusive, seria uma grande ideia que tal decretação de feriado fosse estendida a todos os jogos oficiais da Seleção Brasileira (menos os amistosos) e finais do Campeonato Brasileiro. Jogos da Libertadores e do Mundial Interclubes poderiam ter ponto facultativo para os torcedores dos times envolvidos.

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De São Paulo-SP.

sábado, 17 de setembro de 2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Líbia e a Queda do Muro


Por Marcio TAQUARAL

Estamos em uma nova era geopolítica. De volta ao Imperialismo quase descarado. Desde a 2ª Guerra Mundial, havia um certo constrangimento em invadir outros países. A Invasão da Baia dos Porcos foi feita por desertores cubanos treinados pela CIA, mas sem a participação direta de tropas norte-americanas. No Vietnã, os EUA tiveram que fabricar uma agressão para poder retaliar e justificar sua participação na guerra. A 1ª Guerra do Golfo foi justificada como a defesa de um país invadido (Kuwait) e deixou o regime iraquiano intacto (igualmente no caso da Sérvia/Bósnia).

A partir do 11 de setembro, esse “constrangimento” de invadir deixou de existir. Os EUA abriram a porteira com o Afeganistão e com o Iraque. Na época houver gritaria, oposição, críticas etc, mas com o passar dos anos a Europa aderiu à tese. A Líbia é simbólica por causa disso: sua invasão foi dirigida pela Europa e não houve oposição da “comunidade internacional”.

A OTAN invadiu a Líbia, assim como os EUA invadiram o Iraque e o Afeganistão. Nos três casos, usaram desculpas esfarrapadas como subterfúgio, mas o objetivo era colocar no poder um regime alinhado. No Arábia Saudita, no Barhein, no Qatar e no Iêmen, os regimes já são aliados, ou seja, não há necessidade de invasão (por isso a questão dos Direitos Humanos é convenientemente ignorada neste caso).

E não se esqueçam que tudo começou na ONU com uma inocente Zona de Exclusão Aérea para proteger os civis de Bengazi (que a diplomacia Brasileira foi acertadamente contrária). A resolução da ONU deu margem para os bombardeios em toda a Líbia, o que definiu a guerra. Em seguida, forças especiais britânicas (Special Air Service – SAS) já ingressaram no território líbio (contrariando a resolução da ONU) e logo as potências discutem como vão dividir o butim. Vejam como é curioso, a OTAN destrói a Líbia, mas o Banco Mundial e o FMI emprestam o dinheiro para a reconstrução. Não tenham dúvidas de que as empresas dessa reconstrução serão todas dos países que comandaram o ataque.

Daqui pra frente veremos muitos casos como o da Líbia: potências invadindo países estratégicos para mudar seus regimes. Quem será o próximo? O Irã? A Síria? Por que não a Venezuela? Ou Cuba? A Coréia do Norte escapa dessa porque tem armas nucleares e está ao lado do território chinês. Os países sob a influência da Rússia também estão “protegidos”, uma vez que fazem parte de outra zona de imperialismo. O problema vai ser quando houver disputa, como no caso da África, onde tanto a China quanto a Europa têm interesses.

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De São Paulo-SP.