terça-feira, 24 de março de 2009

A Culpa é da Marta!

Se José Serra se eleger Presidente, a culpa pode ser direcionada à Marta Suplicy. A culpa é toda dela!

Vamos voltar aos tempos da Onda Lula. Eleições Municipais de 2000: depois de quatro anos de incompetência e corrupção, o mandato de Celso Pitta está chegando ao final. Junto com ele afunda o malufismo, linha de pensamento conservador que faz muito sucesso entra a classe-média paulista. O PSDB lança o então desconhecido Vice-Governador Geraldo Alckmin para disputar a Prefeitura. O PT lança Marta Suplicy. Por uma série de acertos deliberados e alguns felizes acasos, Marta vai para o segundo turno contra Maluf. Retribuindo o apoio de dois anos antes (quando, na eleição de Governador, Marta declarou apoio a Covas no segundo turno contra Maluf), Mario Covas pede voto para Marta.

Era a vitória de uma grande coalizão de forças da sociedade paulistana, umas mais progressistas, outras menos. Em uma demonstração de miopia política e arrogância, Marta e seu grupo interno do PT fizeram outra análise. Segundo eles, a vitória era de Marta e do PT, e só. Com isso, apesar de ter sido a melhor prefeita da história da cidade, Marta se isolou de todos os setores que tinham sido necessários para sua vitória.

Vamos agora para as Eleições Municipais de 2004: José Serra tenta sua última cartada eleitoral. Derrotado para Presidente dois anos antes, tendo perdido duas para Prefeito nos anos 90, sem a vitória nas Eleições Municipais de 2004 a carreira de Serra estaria seriamente comprometida. Marta Suplicy, filiada ao mesmo partido do Presidente da República, é prefeita e candidata à reeleição. O PMDB implora para compor a chapa da petista, para tanto oferece, além de seu apoio, um tempo considerável na televisão. Marta esnoba e prefere indicar para Vice o seu braço direito, o que não amplia sua votação rigorosamente em nada. Moral da história: perdeu a eleição e proporcionou o retorno político de José Serra.

Epílogo: nas Eleições Municipais de 2008, Marta liderava as pesquisas pré-eleitorais. Bastaria-lhe um bom tempo de televisão e certamente ela teria retornado à Prefeitura. Foi humildemente buscar o apoio do PMDB, mas desta vez a esnobada foi ela. Depois dessa, nunca mais ganha uma eleição majoritária.

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De São Paulo-SP.

Foto: Retirada do Blog do Favre

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