domingo, 25 de abril de 2010

O Estadão é coerente, mas está errado!

A mídia Brasileira é covarde, oportunista e não assume sua verdadeira posição política. Mal intencionados, se encobrem atrás da falsa bandeira da imparcialidade, coisa que não existe em qualquer forma de comunicação. É impossível que um meio de comunicação não tenha opinião, pois toda forma de comunicação pressupõe os valores de quem exterioriza a mensagem. Ou seja, até um sorriso é uma manifestação com opinião.

Assumir as posições políticas é uma prática muito comum na imprensa do mundo inteiro. Na França, qualquer um sabe que o Le Figaro é de Direita e o Libération é de Esquerda. Nos Estados Unidos, The New York Times faz questão de declarar em Editorial sua opinião nas eleições presidenciais (declara apoio ao candidato que prefere, sem medo de ser feliz). Todo tem opinião!

No Brasil, como bem identifica o Prof. Laurindo Leal Filho, apenas o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Carta Capital têm coragem de apresentar sua opinião política de forma clara e coerente. A Carta Capital é quase de Esquerda e certamente muito nacionalista. O Estadão, por sua vez, é conservador e de Direita, sem vergonha de sê-lo. O Estadão sempre alinhado aos interesses das oligarquias paulistas fez oposição à Getúlio Vargas, defendeu a Revolução de 32, fez campanha pelo golpe de 64, festejou a chegada da Ditadura, mas ficou ofendido com a censura imposta pelos militares. Apesar de não ter muitas divergências com o governo militar, o Estadão não admitiu a censura e lutou à sua maneira contra a Ditadura. Uma vez na Democracia, o Estadão não escondeu que continua um jornal conservador. Derivado deste conservadorismo, o Estadão combateu o Presidente Lula em todas as suas campanhas e durante todo seu governo.

A União Nacional dos Estudantes é o oposto do conservadorismo do Estadão. Durante toda sua história, com exceção de um breve período nos anos 50, a UNE esteve sempre do lado progressista, defendendo o Brasil e o Povo Brasileiro. A UNE sempre esteve na trincheira oposta à do Estadão, talvez a única exceção tenha sido quando juntos foram opositores do Regime Militar, mas enquanto o Estadão continuou existindo e lucrando, a UNE foi perseguida, destruída, teve sua sede incendiada e seus diretores torturados e mortos. Diante de tudo isso, não é de espantar que o Estadão lance editorial condenando a indenização que a UNE receberá para reconstruir sua histórica sede na Praia do Flamengo. É uma posição coerente com o conservadorismo d’O Estado de S. Paulo, mas não faz com que o jornal esteja certo, pois quase sempre ficou do lado errado da História e esse é apenas mais um exemplo. A UNE merece a indenização e os editoriais hidrófobos contrários do Estadão podem ser vistos como mais argumentos a favor dela.

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De São Paulo-SP.

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