Em ano eleitoral a novilígua fica afiada! Cada candidato acusa o adversário de alguma coisa horrorosa, em geral usando termos com significados plurais. Na America Latina a contradição favorita é entre o “populismo” e a “responsabilidade”. Mas o que diabos são populismo e responsabilidade?
Em nossa opinião populismo são aquelas medidas que, apesar de muito populares (grande aceitação), tem resultados inócuos para o povo. O populismo é composto de dois elementos, o primeiro referente à sua aceitação e o segundo referente ao seu efeito. Examinemos os dois elementos separadamente.
1º elemento – Com relação à sua aceitação, a medida pode ser popular (quando o Povo aprova) ou impopular (quando o Povo não aprova). Para simplificar, vamos imaginar que existem apenas dois agentes políticos: de um lado o Povo (a maioria) e de outro as elites (a minoria). Se uma medida agrada ao Povo E às elites, não há discussão. Se a medida desagrada tanto o Povo quanto as elites, então o governante é muito burro. Enfim, se o governante não for burro, a medida impopular (por desagradar ao Povo) certamente é do agrado das elites.
2º elemento – Com relação aos resultados, a medida pode ser real (quando beneficia o Povo) ou inócua (quando beneficia as elites). Se a medida beneficia todos, não há discussão. Se a medida prejudica a todos (Povo e elites), então o governante é burro.
A combinação dos dois elementos resulta em quatro conceitos, denominados conforme:
- Medida social – aceitação popular e resultado real
- Medida populista – aceitação popular e resultado inócuo
- Medida responsável – aceitação impopular e resultado real
- Medida elitista – aceitação impopular e resultado inócuo
Em geral, essas medidas não são acompanhadas pelos termos conceituados. As medidas sociais são criticadas pelas elites e acusadas de “populistas”. Por sua vez, as medidas elitistas são chamadas por eles de “responsáveis”.
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De Cotia-SP.
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