A Esquerda paulista precisa se unir para tomar o ninho principal dos tucanos. Digam o que quiserem, mas a força do PSDB erradia do Governo do Estado de São Paulo, sem ele o partido não teria 1/10 da influência que detém.
O PSDB chegou ao Governo do Estado pela esquerda, ou seja, deslocando o malufismo e o quercismo (antes do Governo FHC ainda podia-se dizer que o PSDB estava à esquerda de Quércia). Após a morte de Mario Covas e apoiados pela aliança de centro-direita com o PFL que sustentava FHC nacionalmente, o PSDB deu uma decisiva guinada à Direita. No interior, Geraldo Alckmin assumiu o voto pragmático que era de Quércia e, na capital, José Serra herdou os votos conservadores que anteriormente eram de Maluf. Tento o PSDB o apoio das parcelas da população que elegiam Quércia e Maluf, é um partido quase invencível, pois Quércia e Maluf sempre foram arrebatadores de votos nos seus áureos tempos. Rei morto, rei posto.
Em
A única chance de vencer o PSDB é unindo totalmente a Esquerda no estado. Mas isso não está sendo tarefa fácil. A idéia inicial seria um apoio total à candidatura de Ciro Gomes (PSB) para Governador, mas ele declinou. O PT que é hegemonista e tem de saída 30% do eleitorado, não demorou muito para lançar seus nomes: Aloísio Mercadante ao Governo e Marta Suplicy ao Senado. Para fechar a aliança sobram a vice e a outra vaga do Senado.
O PSB, mesmo sem Ciro, ameaça lançar ao Governo o Presidente da FIESP, Paulo Skaf, e o vereador (e escritor de livros de auto-ajuda) Gabriel Chalita para o Senado.
O PCdoB anunciou a candidatura do vereador-pagodeiro Netinho de Paula ao Senado. Está respaldado em excelentes resultados nas pesquisas de opinião.
Para unir a Esquerda, está sobrando gente, afinal, mesmo que o PSB abra mão da candidatura ao Governo e indicar a vice, a aliança terá três candidatos a senador. E isso não dá, pois são duas as vagas.
Isso sem levar em conta o PDT, que na teoria é um partido de esquerda, ou foi até um passado recente...
Moral da história: surge a possibilidade de duas candidaturas ao Governo do Estado. Uma do PT com Mercadante, o PDT de vice e Marta ao Senado (sobra uma vaga). E outra do PSB com Paulo Skaf para Governador e Chalita ao Senado, com apoio do PCdoB, que lança Netinho de Paula na outra vaga ao Senado (sobra a vaga de vice). Esse cenário ainda é conjectural e não está em efetivação enquanto um fator fundamental não se definir: o PCdoB não abre mão de apoiar Dilma para Presidente, ou seja, o apoio a Skaf dependeria da desistência da candidatura de Ciro Gomes para Presidente. Mas são apenas conjecturas!
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De São Paulo-SP.
A esquerda paulista alcançou o seu ápice em 2002, quando na já governava a capital e ainda fez, naquela ocasião, uma montanha de deputados, Mercadante como Senador, até Lula venceu Serra e Genoíno passou para o segundo turno - e só não venceu porque fez uma campanha ruim. Em 2006 veio o desastre, onde os problemas todos do primeiro mandato de Lula só não resultaram mesmo na derrota de Suplicy para o Senado - até o outrora "bom de voto" Mercadante apanhou nas urnas para Serra. O PT já estava em convulsão, como a própria derrota de Marta em 2004 provou.
ResponderExcluirFaltou à esquerda paulista nos primeiros anos do século 21º o mínimo de humildade e capacidade para se utilizar das vitórias que conseguiu, pior, assistimos a uma esclerose cada vez mais aprofundada do PT nesses últimos anos, onde a decisão para definir quem sai para o que ficou acentuadamente centralizada - impedindo que bons quadros do partido fossem lançados, por exemplo. A melhor candidatura petista ao governo do estado seria mesmo a de Suplicy, mas apareceu novamente o nome de Mercadante, que apesar dos senões do partido, está lá porque é amigo do rei. Seu discurso está um pouco melhor do que há quatro anos atrás e ele pega um enfraquecido Alckmin numa das piores eleições estaduais em muito tempo. No duro, acho que uma chapa com Skaf poderia dar caldo em termos eleitorais. Em suma, longe de ser o reformista que São Paulo precisa, Mercadante é léguas melhor do que Alckimin, representante do grupo político que manda em São Paulo há 27 anos e nada colaborou para o seu desenvolvimento - muito pelo contrário.