Numa eleição, o papel da imprensa é malhar todos os candidatos para deixar o (e)leitor esclarecido sobre quem votar. Infelizmente no Brasil a imprensa não cumpre esse papel, preferindo distorcer, mentir e falsificar fatos.
Quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso acusou seus críticos de “cartismo” (movimento operário por direitos trabalhistas), a imprensa rapidamente explicou que FHC queria dizer “ludismo” (movimento operário que destruía máquinas industriais). Provavelmente FHC confundiu, mas a imprensa não deveria ter interpretado tão categoricamente a frase do ex-presidente sem nem ao menos confirmar com ele. Neste caso, a imprensa fez uma interpretação in bonan partem, ou seja, a favor de FHC.
Quando se trata da pré-candidata petista Dilma Rousseff, a imprensa também faz suas interpretações, mas sempre CONTRA. E, em alguns casos, a imprensa mente sem pudor algum.
Cobram da Dilma explicações sobre o currículo dela que informava ser Doutora quando ainda não tinha apresentado a tese (apesar de ter cumprido os créditos), mas nada falam sobre o fato do pré-candidato tucano José Serra não ter mentido em seu currículo quando se apresenta como graduado. Ocorre que Serra nunca se formou na Poli, pois foi exilado em 64. Depois disso, fez alguns cursos de Pós, mas que não são reconhecidos pela legislação Brasileira por falta da graduação anterior. Ou seja, Serra tem grau superior INCOMPLETO.
No caso da falsa polêmica dos exilados, o jornal Folha de S.Paulo estampou a seguinte manchete: “Dilma ataca rival e diz que não “fugiu” da luta na ditadura”. Na matéria, o jornal atribui a ex-ministra a seguinte frase: “eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”. Isso gerou, obviamente, uma imensa reação dos exilados políticos que foram obrigados a deixar o Brasil para não morrerem nos porões da Ditadura Militar. O problema é que Dilma NUNCA pronunciou essa frase (discursos no youtube). A Folha simplesmente inventou um fato, atribuiu a Dilma e depois repercutiu. Isso se chama ma-ni-pu-la-ção. Certa vez a jornalista Marilene Felinto disse que a Folha deveria mudar o nome da seção “Erramos” para “Mentimos”...
Outro caso de manipulação da imprensa é referente à visita de Dilma ao túmulo de Tancredo Neves. Jornalistas e analistas passaram a semana criticando a pré-candidata e acusando-a de oportunismo, já que o PT (atual partido dela) não votou em Tancredo no Colégio Eleitoral em 1985. Em que pese o grave erro do PT, Dilma não pode ser responsabilizado por ele, já que na época não pertencia ao PT, mas do PDT (que votou em Tancredo).
A mais recente falsa polêmica refere-se ao blog da Dilma. Existe uma seqüência de fotos que a imprensa se apressou a interpretar como falsificação. Em uma das fotos aparecia a atriz Norma Bengell e a imprensa acusou Dilma de usar a foto como se fosse sua. Seria muito improvável que a equipe de Dilma fosse tão burra a ponto de usar uma imagem de uma pessoa famosa como se fosse da ex-ministra. A parte mais curiosa do factóide é que a atriz aproveitou a confusão para declarar voto na Dilma, mas essa parte da notícia não foi publicada na maioria dos jornais.
Ninguém nega à imprensa o direito de ter opinião e escolher seu lado na disputa eleitoral, apenas cobramos que isso seja feito sem mentiras e manipulações. Infelizmente não é o que vemos.
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De São Paulo-SP.
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