A Direita parece uma estrutura monolítica, mas não é! A Direita é formada por diferentes ideologias, desde patrimonialistas coronéis do campo, até empresários neoliberais dos centros urbanos, passando por conservadores da classe média, extremistas religiosos de todas as classes (em geral cristãos), donos de jornais saudosos da Ditadura, racistas, oportunistas, entreguistas etc. Em um grupo tão heterogêneo, obviamente existem diversas lideranças. Ocorre que, diferente da Esquerda, a Direita é muito pragmática e, desde o Governo João Goulart, aprendeu a deixar as diferenças de lado para poder dividir o poder entre suas várias vertentes.
Infelizmente (para a Direita), o Povo optou por eleger a Esquerda três vezes em eleições presidenciais. No Brasil, o Poder Executivo Nacional tem poderes quase imperiais, ou seja, há 8 anos (e pelos próximos 4) a Esquerda tem muito poder.
Diante da sua incapacidade de retomar o poder, os principais caciques de Direita começaram a brigar entre si. Cada um acusa os demais pelos fracassos consecutivos. É interessante notar como a imprensa, que em geral fala como uma só voz, também começa a divergir entre si. As organizações Globo são aliadas do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, por isso, tentaram ao máximo evitar a divulgação da notícia de que o político havia sido parado em uma batida policial e se recusado a fazer o teste do bafômetro para provar que não estava alcoolizado (e depois falam do Lula...). A Folha de S. Paulo é da turma do governador paulista Alckmin (PSDB), de São Paulo. Já o Estadão, velho baluarte do conservadorismo bandeirante, apóia o tucano José Serra de maneira tão descarada, que chegou ao cúmulo de publicar editorial acusando Alckmin de esvaziar o PSDB em favor do PSD de Kassab (tarefa que todo mundo sabe que está sendo executada por Serra).
Para o Brasil, essa divisão da Direita pode ser muito positiva, uma vez que obriga os diversos grupos a apresentarem programas ideológicos com mais clareza, fugindo do senso comum imposto contra a sociedade. Afinal, Direita sincera é uma coisa que não existe por aqui desde os tempos de Carlos Lacerda.
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De São Paulo-SP.
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