A culpa é do Bolsa-Família! Isso mesmo, o programa Bolsa-Família está acabando com o coronelismo na política Brasileira. O maior símbolo dessa mudança é a queda da influência do DEMo.
A política coronelista ocorre naqueles pequenos grotões onde a população flagelada vive em situação de tão extrema pobreza que não vê o menor problema em trocar seu voto por uma cesta básica. Apesar de o voto ser secreto, o coronel-candidato consegue aferir o resultado de seu investimento através da votação final em cada cidade. Caso seja insatisfatório, não voltará naquela cidade no próximo pleito. Como até o voto de cabresto é racional, o eleitor necessitado que vende seu voto não tem muito interesse em arriscar perder sua cesta básica eleitoral.
Com o advento do Bolsa-Família, as populações flageladas passaram a receber diretamente do Governo Federal um benefício que, apesar de pequeno, é suficiente para garantir sua auto-suficiência. A partir deste momento, o beneficiário do Bolsa-Família deixa de vender seu voto em troca da cesta básica do coronel-candidato e começa a prestar atenção nas políticas sociais do governo, extinguindo a política coronelista.
Os críticos vão alegar que o Bolsa-Família não acaba com o coronelismo, apenas associa os ex-flagelados com o presidente Lula. De fato, os beneficiários do programa vão votar no presidente para o resto da vida, porém, vale lembrar que o Lula nunca será candidato a prefeito de uma pequena cidade, nem a deputado estadual no polígono das secas, nem a deputado federal, senador ou governador no Nordeste. Ou seja, apesar de vincular os eleitores ao Lula, eles estão completamente liberados com relação a todos os demais níveis eleitorais. Além disso, o próximo Presidente da República (seja a Dilma, o Serra ou quem quer que fosse) vai manter o Bolsa-Família, ou seja, deixará de ser uma Política de Governo passando para uma Política de Estado, deixando de haver vinculação direta com o presidente Lula.
Como foi dito no começo do artigo, o maior símbolo dessa mudança é a queda da influência do DEMo.
O DEMo é o atual nome do PFL, um dos herdeiros diretos da ARENA (partido de apoio a Ditadura Militar) que por sua vez foi formado com a ala mais reacionária dos extintos PSD e UDN (1945-1965). Durante o Governo Lula o DEMo deixou de ser o todo poderoso partido que controlava a Região Nordeste do País para se resumir a um partido de classes médias urbanas com influência no Distrito Federal (ou tinha, antes da queda do ex-governador José Roberto Arruda...) e na Capital de São Paulo com o suposto prefeito Gilberto Kassab (que não foi eleito pelos próprios méritos, mas sim alçado a posição por decisão de José Serra).
Enfim, além de todos os méritos do Governo Lula, também podemos lhe atribuir o fim do coronelismo e, de brinde, a queda do DEMo!
**********
De Cotia-SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário