domingo, 28 de março de 2010

Liberdade Religiosa

Toda religião é estranha aos olhos dos que não a seguem, afinal, o objetivo delas é responder as perguntas que mais perturbam o subconsciente da humanidade desde seus primórdios. Para tal, utilizam-se de rituais e toda uma simbologia que a caracterize. Uma das características comuns a todas as religiões é a busca da transcendência, que pode ocorrer através de meditação, um culto coletivo, cantoria etc. No caso do Santo Daime, a transcendência é ativada pelo uso do famoso chá alucinógeno.

Pois é, o chá do Santo Daime pode parecer estranho para os que não seguem esta religião, assim como os rituais das outras podem parecer estranhos para quem não as seguem. O uso de cilício para automutilação é uma coisa bem esquisita, mas alguns católicos o fazem. Passar longos períodos sem comer também é muito estranho, mas judeus acham normal. Sim, o chá é estranho, como toda religião.

Isso posto, são totalmente oportunistas as intenções das que tentam associar o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas e seu filho Raoni à religião que seguiam. O assassino Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, é psicótico e esquizofrênico (com histórico familiar) e estes são os verdadeiros motivos do crime. As obscurantistas tentativas de associar o assassinato com a religião do Daime se sustentam tanto quanto seria associá-lo com as religiões cristãs, afinal, Cadu alega ser a reencarnação de Jesus Cristo. E isso não é motivo para condenar o catolicismo.

Faz muito tempo que as religiões são usadas como justificativa para todo tipo de crime, tanto pelos que cometem, quanto pelos que querer prescrever as religiões diferentes de seu próprio credo.

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De Cotia-SP.

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