quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tarde demais para Zelaya

Pelo andar da carruagem, Manuel Zelaya pode perder as esperanças... As elites golpistas de Honduras foram muito mais espertas que as venezuelanas, pois em vez de prender o presidente preferiram exilá-lo. Não havendo mártir a ser salvo, a força do imaginário popular não foi tão grande, de modo que a pressão dos aliados de Zelaya não tiveram e nem terão condições de reverter o golpe.

As pressões diplomáticas externas certamente incomodam as elites hondurenhas, já que lhes causam prejuízos financeiros, mas para se manterem no poder elas agüentam as sanções até as eleições presidenciais. Assim, o governo golpista vai manter as eleições para novembro e eleger sub-democraticamente um sucessor. Acontecendo isso, o novo governo hondurenho, supostamente legítimo, vai solicitar o fim dos embargos.

Resumindo, Honduras continuará sob o jugo de suas elites golpistas e Zelaya continuará chupando o dedo. Talvez, para disfarçar um pouco, permitam que ele volte ao país, mas certamente nunca ao poder.

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De São Paulo-SP.

FOTO: Reuters

2 comentários:

  1. Você não acha que chamar novas eleições nessa situação é manter o golpe?
    Creio que essas eleições demonstrarão, na verdade, quais Estados realmente estão contra esse golpe e quais estão apenas marcando posição.
    Porque o que se espera é a manutenção dos embargos mesmo após chamarem novas eleições, mesmo porque o Zelaya não poderá concorrer, não é verdade?

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  2. As eleições já foram chamadas, estavam marcadas antes do golpe.

    E Zelaya, como presidente, já não poderia concorrer à reeleição.

    Na minha opinião, a eleição vai ser questionável, pois ocorre sob um governo golpista e ilegítimo. Mas, duvido que essa seja a opinião do Departamento de Estado Americano, ou da OEA ou da ONU etc.

    Provavelmente, apenas alguns países da America Latina vão questionar o novo presidente e, se o Brasil não estiver entre eles, dificilmente algum embargo será mantido.

    Essa semana o Marco Aurélio Garcia declarou que "não queremos sequer imaginar a possibilidade de que o governo Micheletti pudesse organizar as eleições". Considerando que ele é Assessor Especial da Presidência, essa também deve ser a opinião de Lula.

    Eu pessoalmente preferia que houvesse uma solução mediada, com o retorno de Zelaya e a realização de eleições livres (das quais ele não participaria como candidato, inclusive, ele nem quer...). Por fim, o mundo nem sempre é como queremos e sustento o que escrevi em "Tarde demais para Zelaya".

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