domingo, 24 de julho de 2011

Neoliberalismo e Terceira Via: irmãos gêmeos siameses

Por Marcio TAQUARAL

O Neoliberalismo é uma crença que defende que o Estado não participe da vida econômica da Nação, deixando tudo aos cuidados da “mão invisível” reguladora do livre-mercado, restringindo a atuação estatal aos serviços básicos. Foi uma ideologia defendida originalmente por gente elegante de muito garbo e carisma, do naipe da Primeira Ministra da Inglaterra Margaret Thatcher, do Presidente americano Ronaldo Reagan e do Ditador do Chile Augusto Pinochet, todos de Direita (e bota Direita nisso!).

No final dos anos 90, surgiu uma ideia nova, uma tal de Terceira Via, que era representada nas figuras não menos ilustres do Presidente americano Bill Clinton, no Primeiro Ministro inglês Tony Blair e no nosso inesquecível Presidente Fernando Henrique Cardoso, todos com origem de Esquerda (quando possível...). O projeto da Terceira Via era concentrar os esforços do Estado nos serviços básicos, evitando perder tempo participando da vida econômica do país. Em suma, Terceira Via é a mesma coisa que Neoliberalismo, mas com muito mais “sensibilidade”. Só para não ser injusto, diferente dos Neoliberais, os Terceiras Vias não são conservadores nas questões comportamentais, ou seja, estão mais perto do que nos EUA se chamaria de libertarians (por isso eles diziam não ser nem de Esquerda, nem de Direita). Em particular, a Terceira Via é muito mais coerente do que os Neoliberais.

No Brasil, ninguém assume que é neoliberal (talvez os Filhos da PUC RJ), mas muita gente inconscientemente defende as ideias da Terceira Via. Basta ver as criticas ao BNDES e às obras da Copa do Mundo, que em geral questionam o uso de dinheiro público em “algo que não sejam os serviços básicos”. Ora, quando o Estado participa da economia, ele necessariamente tem que investir em setores que não sejam básicos, caso contrário, ele estará sendo neoliberal.

Defender a atuação do Estado na Economia também não quer dizer que vamos ser acríticos e bater palmas para todos os gastos públicos, pelo contrário, afinal, os gastos têm que ser em algo que beneficie o Brasil, não que apenas enriqueça alguns empresários, além do fato de que os setores básicos ainda requererem muito mais atenção do Estado. O que não tem cabimento é questionar (de maneira também acrítica) qualquer gasto público fora dos setores básicos.

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De São Paulo-SP.

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