segunda-feira, 1 de junho de 2009

Filho de peixe, peixinho é

Essa brincadeira de “ditabranda” atingiu não apenas a credibilidade da Folha de S. Paulo, mas também seu bolso. Não foram poucos os pedidos de cancelamento de assinatura desse jornal por causa do infeliz editorial (que depois gerou até retratação, coisa rara em um órgão tão arrogante como esse).

De uns tempos para cá, a Folha lançou uma agressiva campanha em busca de novos assinantes. A campanha tenta reforçar a imagem do jornal como amplo, plural e democrático. A Folha gosta de se apresentar assim, mas sua história é exatamente o inverso.

Além de entusiasta do golpe de 64, a Folha de S. Paulo foi uma ardorosa apoiadora da Ditadura que, segundo Beatriz Kushnir (“Cães de Guarda”, da Boitempo Editorial), cedia carros para o DOI-Codi levar suas vítimas. Também demitiram Cláudio Abramo para agradar um general. Otavio Frias pai sempre foi um notório malufista e assim dirigia seu jornal.

A virada ocorreu durante o governo Collor. Após uma invasão da Política Federal às dependências da Folha, Otavio Frias Filho resolveu deixar de lado sua vida de playboy para assumir o jornal da família. A partir de então a Folha assumiu uma linha editorial mais ampla e plural, mas pero no mucho, já que sempre esteve mais alinhada ao PSDB.

A Folha e os tucanos estão tão atrelados que o jornal acompanhou o processo de direitização do PSDB. E, enquanto o Governador Serra assume o papel de Paulo Maluf como representante-maior do conservadorismo paulista, Frias filho se tornou uma réplica de Frias pai. Tão igual a ponto de redigir editoriais aliviando a Ditadura a quem serviram com ardor e paixão.


LEIA TAMBÉM: O excelente artigo de Rodrigo Vianna sobre as hipócritas críticas da Folha sobre a distribuição da verba federal de publicidade.


**********

De Campinas-SP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário