segunda-feira, 22 de junho de 2009

Considerações sobre a Greve na USP

De fato, a condução política do SINTUSP durante a greve é desastrosa, mas o autodenominado movimento “anti-grevista” chega a ultrapassar as raias do ridículo.

Em primeiro lugar, tal movimento diz querer garantir seu direito à aula. Muito justo! Apenas é importante ressaltar que o SINTUSP é a representação dos funcionários, ou seja, se algum aluno está sem aula, deveria questionar à Associação dos Docentes, não ao Sindicato dos Trabalhadores. A propósito, pelo que consta, na FEA e na POLI (unidades onde o discurso do movimento ressoa com mais força) as aulas estão sendo ministradas normalmente.

Em segundo lugar, não existe qualquer sentido em fazer manifestações contra a greve, a não ser que se pretenda obrigar os funcionários a voltar ao trabalho. Esse tal flash mob é uma versão moderninha do chicote?

Em terceiro lugar, apelando para o pragmatismo, se a greve atinge tanto os sentimentos de alguns, seria mais prático que eles aderissem ao movimento fazendo manifestações pressionando a Reitora a atender as reivindicações.

Em quarto lugar, podemos até reconhecer que, talvez, os estudantes contra a greve sejam de fato maioria na USP, mas eles só devem ser assim tratados quando se organizarem e participarem das atividades e assembléias para apresentarem sua opinião. Enquanto ficarem escondidos atrás do computador, fazendo militância virtual através de “correntes de e-mail” e pesquisas on-line, não devem ser levados em consideração.

Por fim, todos os estudantes, até por uma questão de reacionarismo, deveriam repudiar a presença da PM dentro do campus, afinal, moramos em São Paulo, uma das cidades mais violentas do mundo, onde certamente existem vários lugares mais importantes para a PM estar presente. Bem mais do que coagindo trabalhadores, hostilizando estudantes e agredindo professores.

**********

De São Paulo-SP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário