Fernando Henrique Cardoso foi um dos nossos piores presidentes. Ele compõe a lista junto com Eurico Gaspar Dutra, Fernando Collor de Mello, Jânio Quadros, Campos Sales e todos ditadores milicos vagabundos. Por outro lado, enquanto intelectual, FHC é um gênio incompreendido.
Durante seu mandato (1995-2002), FHC foi acusado de mandar esquecerem o que ele escreveu. Uma injustiça, afinal, ele cumpriu à risca suas teorias sobre o Desenvolvimento Dependente. Por tais idéias, os países periféricos do Capitalismo só vão conseguir desenvolvimento se atrelados às economias centrais, restando duas alternativas: ruptura com o sistema (revolução socialista) ou crise generalizada nos países centrais. O exemplo chinês é de um país periférico que fez sua revolução e conseguiu um desenvolvimento soberano (não dependente). No Brasil da Era Vargas houve um período de desenvolvimento soberano durante uma crise generalizada (o tal crack da Bolsa de Nova Iorque). FHC ascendeu ao poder por vias institucionais, não havendo ruptura alguma do sistema, além disso, durante seu governo não ocorreram crises nos países centrais do capitalismo (apenas em países periféricos), ou seja, a única alternativa ao Brasil era buscar um desenvolvimento dependente (de acordo com essa teoria). E foi isso que FHC fez, abaixou a cabeça ao FMI, Bando Mundial e ao G-8 como um bom país subordinado faria. É triste, mas é verdade!
Recentemente, FHC ganhou as manchetes sobre a polêmica afirmação de que a oposição deveria desistir de conquistar o apoio do “povão” e buscar uma ligação maior com a classe-média. É um raciocínio terrível? De fato, mas muito sincero. O PSDB, DEMo, PPS e afins são partidos de Direita, que governam para as elites, não para o Povo. Para eles, o apoio popular é apenas uma necessidade do jogo democrático. Sendo assim, considerando que o Povo se identifica com as políticas sociais dos Governos Lula/Dilma, resta pouco espaço de manobra para a oposição dentro destes setores da sociedade. Por outro lado, a chamada classe média (que na verdade é um estamento policlassista com várias origens distintas) pode garantir algum apoio eleitoral aos partidos de Direita. FHC não propõe que estes partidos deixem de apoiar o Povo, uma vez que eles NUNCA apoiaram o Povo. O que FHC propõe é que a Direita seja mais coerente e deixe de se apoiar no Povo, para se apoiar nas classes que realmente querem beneficiar. Muito coerente. É realismo político, é Maquiavel. E é rigorosamente verdadeiro!
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De São Paulo-SP.
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