terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Prêmio Nobel para o Irã

Alfred Nobel foi um químico sueco pacifista. Em uma de suas experiências, criou a dinamite. Ele acreditava que a dinamite seria a solução para todas as guerras, já que, com uma arma tão potente, as pessoas compreenderiam que guerrear era uma idiotice!

Enfim, a História mostrou que idiota mesmo era o Alfred...

Quando faleceu, o testamento de Alfred determinava que sua fortuna fosse direcionada para constituir uma fundação que premiaria as pessoas que mais contribuíram com o desenvolvimento da Humanidade: o Prêmio Nobel. Dentre os quais, o mais destacado é o Prêmio Nobel da Paz.

A energia atômica é muito parecida com a dinamite, já que explode e demonstra que guerrear é uma idiotice. No começo, parecia uma boa sacada dos Estados Unidos, já que só eles tinham a tal bomba atômica, mas logo a União Soviética arranjou a sua, seguida pela Inglaterra, França e China (que coincidência! são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU). Chegou uma hora que era tanta bomba que o mundo podia ser destruído várias vezes.

De fato, os que defendem o pensamento humanístico são contra as armas nucleares e sua proliferação. Essa sempre foi a bandeira dos pacifistas, desde os anos 60 até hoje (aquele símbolo dos hippies que todo mundo acha que significa “paz e amor” na verdade é uma ícone pelo desarmamento nuclear). Houve alguns avanços, como o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares (TNP) e a instituição da Agência Internacional de Energia Atômica.

Apesar disso, não podemos ser inocentes e cair na gritaria contra o programa nuclear do Irã. Seria uma pena que mais um país adquirisse bombas atômicas, mas tudo tem seu contexto.

Retomando o tema do Prêmio Nobel da Paz: se alguém que deveria ser proibido de ter armas nucleares são os Estados Unidos da America. Os EUA são a única nação do mundo que já usaram armas nucleares contra seres humanos (duas vezes, por sinal) e eram todos civis. Os EUA são um país com política externa beligerante, com o hábito (histórico) de invadir outras nações e declarar guerras unilateralmente. Atualmente, os EUA mantém duas ocupações militares (Afeganistão e Iraque) e parecem estar se exercitando em mais uma (Haiti).

Outro país que deveria ser proibido de manter armas nucleares é Israel. Seu programa nuclear é secreto e não declarado, ou seja, muito suspeito. Além disso, assim como os EUA, trata-se de um país com política externa agressiva e beligerante.

Resumindo, o Irã sempre ameaçado pelos EUA e por Israel seria idiota se não cogitasse fabricar umas armas nucleares. Na atual conjuntura, essa seria uma das maneiras mais convincentes de impedir uma guerra naquela região. O mundo não se tornará um lugar melhor neste caso, mas a indignação contra o Irã deveria fazer duas escalas antes de chegar lá: uma em Washington e outra e Tel Aviv.

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De São Paulo-SP.

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