Como já foi dito antes, apesar de não uma exclusividade nossa, é no Brasil que o Carnaval atingiu sua apoteose. E, com relação a isso, além dos bailes, blocos de rua, trios elétricos em Salvador, frevo de Olinda, o maior símbolo do Carnaval Brasileiro é o Desfile das Escolas de Samba. Apesar de existentes em várias cidades, há especial destaque ao de São Paulo e ao do Rio de Janeiro pelo tamanho e investimento. E entre esses dois o desfile do Rio é muitas vezes superior.
Apesar dessa beleza toda, não existe nada pior do que assistir pela TV o Desfile das Escolas de Samba. Em primeiro lugar, porque a pessoa que passa as noites de Carnaval em frente à TV deve ser muito triste, infeliz e sem amigos. Em segundo lugar, porque as emissoras de TV conseguem fragmentar a apresentação das escolas e destruir o enredo. Em vez de filmar a evolução lógica das alegorias e apresentar o resultado global, as emissoras preferem ficar mostrando detalhes em fantasias, pedaços de carros alegóricos e atores famosos que desfilam sem muita habilidade. O resultado é que, aos pedaços, não dá para entender o trabalho do carnavalesco e todas as escolas parecem iguais (afinal, todas têm atores famosos, plumas, lantejoulas e carros alegóricos imensos). Basta ver a seleção de vídeos que uma determinada emissora publicou em seu portal da internet:
- Gracyanne estreia na Vila Isabel
- Rainha Elizabeth inspira baianas da Porto da Pedra
- Abre-alas mostra a moda da idade da pedra
- Mocidade encontra o paraíso no sétimo carro
- Mangueira homenageia o som do funk em alegoria
- Daniele Hypólito sai no abre-alas da Portela
- Musa da Vila gasta R$ 50 mil com fantasia
- Fantasia de ritmistas tem
- Petkovic, do Flamengo, desfila pela Portela
- Unidos da Tijuca usa truque e encanta público
Isoladamente, cada um destes elementos não tem a menor graça e a menor importância para o desfile, já que fazem parte de um contexto muito maior, composto por milhares de outras pessoas.
Se alguém quiser ver um desfile de verdade, vale mais a pena comparecer ao Sambódromo (pode ser o de São Paulo ou o do Rio).
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