domingo, 27 de dezembro de 2009

Estradas Paulistas: Me engana que eu gosto!

Durante o enorme congestionamento de final de ano, é um escárnio a Propaganda do Governo do Estado de São Paulo sobre as estradas paulistas (melhor seria dizer “Propaganda Eleitoral de Serra para Presidente”...). De acordo com a propaganda, tratam-se das melhores estradas do Brasil. Talvez sejam, mas a que preço?

As estradas paulistas foram todas privatizadas e têm os pedágios mais caros do Brasil. É mais barato atravessar o Brasil (do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte) do que ir de São Paulo a Ribeirão Preto, no interior do Estado. E olha que Ribeirão nem é tão longe assim... Imagine quanto custa ir para São José do Rio Preto, Araçatuba ou Presidente Prudente!

Daqui a pouco, o candidato presidencial tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo) vai apresentar o Colégio Bandeirantes como exemplo da educação no estado.

Para não dizer que nossa crítica não é construtiva, ficam duas sugestões para Serra baratear os pedágios:

Dica 1 – Reverter as concessões das estradas. A natureza de toda empresa é dar lucro para seus sócios, de modo que, além dos custos com manutenção das estradas, o preço do pedágio cobra um valor a mais.

Dica 2 – Suspender a propagandas e aplicar o valor na melhoria das estradas.

A obrigação de manter a qualidade das estradas é do Governo Estadual, que já arrecada tributos para tal. Os pedágios podem servir de complementação, lógico, mas devem ter um preço razoável e compatível com o cobrado no restante do País.

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De São Paulo-SP.

Um comentário:

  1. Marcio, parabéns pelo blog, sempre muito bem escrito. Nem sempre concordo com os pontos de vista, (aliás quase nunca, mas leio o blog com regularidade porque aprecio), mas o mundo seria um lugar realmente chato se todos tivessem a mesma opinião sobre tudo (já cantava Raulzito Seixas, que preferia ser a metamorfose ambulante).
    Bom, com relacão ao assunto das estradas: Não concordo com a última frase que sugere que os precos das estradas de SP devem ser compatíveis ao restante do país. Nem a renda média, nem a qualidade de vida nem o custo de vida são equivalentes ao resto do país, porque o preco de utilizo de uma estrada superior a outras estradas deveria ser? Será o princípio de igualdade a motivar tal proposta?
    Me permita uma pergunta completamente hipotética: Se o preco das estradas de SP fosse mediamente inferior ao restante do país voce estaria advocando para o governo aumentar os precos puramente baseado no princípio de igualdade?
    Também descordo com a idéia que as companhias privadas não deveriam lucrar com o servico oferecido, se o mesmo é de boa qualidade. (Se o mesmo fosse de péssima qualidade, a compnhia que o oferece com certeza deveria perder a concessão para a concorrência, tendo que melhorar ou falir...)
    Tive a oportunidade de viajar um pouco pelo estado durante a última passagem pelo Brasil, e posso constatar que as estradas que peguei são comparáveis a muitas estradas da Europa (e em alguns casos claramente superiores, como qualquer pessoa que já fez Milão - Genova ou Londres - Manchester de carro poderá constatar). Acho muito positivo que as estradas do estado de SP tenham ficado tão boas, e acho ainda mais positivo o fato que tenha se encontrado a fórmula para que o usuário disponha de ótimas estradas, do governo ser "menor" e apenas se certificar que as estradas existem e que são da melhor qualidade possível, (e não necessariamente seja o provedor desse servico com dinheiro público que poderia ser usado em outras coisas talvez mais uregentes) e para a iniciativa privada lucrar, aumentando o nível de riqueza das pessoas.
    Me parece, lendo a proposta numero 1 do artigo, que voce é, simplesmente por princípio, contra o lucro em si, o que é uma pena, pois é o fator que incentiva a concorrência, que por sua vez incentiva o aumento da qualidade do produto / servico oferecido. Até que se prove o contrário, eu pessoalmente nao acredito que a qualidade das estradas seria a mesma se:
    - fosse o estado a prover;
    - a iniciativa privada fosse impedida de lucrar sobre o servico oferecido; (ou senão o que motivaria uma companhia privada a oferecer tatnta qualidade?)
    Com relacão a segunda proposta, estou plenamente de acordo.

    Do teu primo que curte o blog de Oslo.

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