quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Erro de Dilma


Por Marcio TAQUARAL

A demissão de Antonio Palocci como Ministro Chefe da Casa Civil foi o maior primeiro da Presidente Dilma Rousseff. Pode-se dizer muita coisa de Palocci, mas as acusações que o derrubaram nunca tiveram qualquer embasamento. O ex-ministro ficou rico fora do Governo, o que, até segunda ordem, é totalmente legitimo e legal. Se isso é errado, então nenhum rico jamais poderá assumir cargos públicos no Brasil. Topam?

Uma lição poderia surgir do caso Palocci: vedação total das atividades privadas dos servidores públicos e detentores de cargos eletivos. É quase uma ingenuidade achar que o ocupante de uma posição na administração pública não seria beneficiado em seus negócios privados. Por mais honesto que seja, sempre haverá interessados em puxar o saco. Para evitar isso, a solução é simples: ao ser investido em algum cargo, o cidadão deve cessar suas atividades privadas, vendendo suas ações, fazendas e demais negócios. Servidores públicos e detentores de cargos eletivos poderão receber serão os seus vencimentos. A lição do caso Palocci nunca será aceita, afinal, a maioria dos políticos Brasileiros é feita de empresários, fazendeiros e outros “donos dos meios de produção”...

Além de desperdiçar a lição, Dilma cometeu um erro fatal ao demitir seu ministro favorito sem que existisse qualquer crime contra ele. A partir daí, iniciou-se a temporada de caça às bruxas. Na seqüência vieram o Ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR), o Ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB) e o Ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB). Em todos estes casos, havia evidências sérias de corrupção, o que justificou a criação da expressão “faxina”. Além disso, caiu o Ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), por insubordinação. De Jobim não houve acusação de corrupção, mas segundo documentos do Wikileaks, ele era um representante dos interesses norte-americanos no Brasil (o que, de certa forme, é uma modalidade de corrupção).

Ao demitir Palocci, Dilma abriu a porteira. Eis que chegou a vez do Ministro dos Esportes Orlando Silva, acusado sem provas por um PM milionário confesso fraudador dos convênios do Segundo Tempo. O fato do Ministério dos Esportes tem exigido a devolução do dinheiro, ter denunciado o PM (antes das falsas acusações) nunca foram levados em conta durante a campanha de fritura de Orlando. As tais provas, documentos e fitas de áudio nunca apareceram, mas o ônus da prova foi invertido e o Ministro dos Esportes perdeu a presunção de inocência.

Vale lembrar que Orlando Silva foi um dos organizadores dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, um evento de 3,7 bilhões. Não foi acusado de desviar um centavo que seja.

Nenhuma das acusações contra Orlando se sustentou, mas a Presidente Dilma não resistiu à pressão midiática e se rendeu. Pagará o preço por isso durante todo seu mandato, tendo que demitir um ministro por mês, afinal, se Orlando Silva caiu sem qualquer evidência, o que poderá segurar os demais?

O primeiro erro de Dilma foi a demissão de Antonio Palocci, mas seu maior erro é a demissão de Orlando Silva.

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De São Paulo-SP.

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