sábado, 26 de setembro de 2009

Da série “Mentiras que contam por ai”: Honduras Parte 1

Mentira número 1: Não houve golpe em Honduras

Dizia Joseph Goebbels que uma mentira contada muitas vezes se tornava verdade. E de mentiras ele entendia, já que era o Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista. Esse rolo de Honduras, desde a deposição do Presidente Manuel Zelaya, se tornou uma das mais evidentes provas de que a teoria de Goebbels é verdadeira...

Quando Zelaya foi deposto, a direita no Brasil vacilou um pouco em declarar seu apoio aos golpistas, o que pegaria muito mal, já que até o Departamento de Estado Norte-Americano criticou a deposição. Com o passar do tempo, a direita foi saindo do armário e começou a criar uma tese de que a deposição de Zelaya não teria sido golpe, já que o Exército estava apenas obedecendo a uma ordem da Suprema Corte de Honduras. Teve uma colunista de rádio que chegou ao ridículo de declarar que se não tivessem mandado Zelaya de pijamas para o exílio, estaria tudo conforme a Constituição hondurenha...

Em qualquer lugar do mundo chama-se golpe o ato de retirar do poder o Presidente eleito pelo povo sem o devido processo legal. Se quem comete o ato de deposição é o Exército, então o nome disse é Golpe Militar.

O argumento (falso) em defesa da tese de que não houve golpe é que a Constituição de Honduras é omissa sobre o afastamento do Presidente, então coube à Suprema Corte decidir. Se a Constituição é omissa sobre o afastamento, certamente ela não é sobre o devido processo legal, com direito ao contraditório e ampla defesa (art. 82 e 90).

Que ninguém se engane: em Honduras houve um Golpe Militar do qual participou a Suprema Corte.

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De São Paulo-SP.

2 comentários:

  1. To cheio de dúvidas sobre o processo todo e vou perguntar por cada um dos posts.

    -Golpe militar não colocam um militar no poder e escolhem um novo presidente? Pelo que eu entendi o presidente interino está de acordo pela sucessão.

    -Como assim a suprema corte participou do golpe? O exército não cumpriu a decisão da mesma?

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  2. De fato: vacilei em classificar como Golpe Militar. O termo correto era "Golpe Civil", pois foi articulado e liderado por setores civis.

    A Suprema Corte obviamente participou do Golpe e o Exército também. Não sei se existia hierarquia entre eles durante o Golpe, se um obedecia o outro, mas ambos participaram da derrubada do presidente, cada um conforme sua forma de atuação.

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