O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), apanha diuturnamente nas páginas dos principais jornais do País. Esse personagem contraditório consegue ser, ao mesmo tempo, o simbólico primeiro presidente civil que representou o fim da Ditadura Militar, mas também o representante do coronelismo mais antigo e atrasado que assola o Brasil.
Duas considerações:
1. Nada do que se acusa Sarney é novidade, muito pelo contrário, já que ele sempre foi um grande aliado/sócio/amigo dos que hoje o atacam.
Esses dois pontos revelam a realpolitik que dirige as editorias dos principais órgãos da mídia tupiniquim. O objetivo deles não é defender a ética, caso contrário, além de exigir a renúncia à Presidência do Senado, os jornalões clamariam pela cassação do mandato de Sarney e fariam o mesmo com Virgílio, Heráclito Fortes (DEM-PI) e cia.
Por trás de toda a campanha anti-Sarney, se esconde a disputa pelo projeto de País. A linha editorial da mídia é ditada por seus proprietários e ideologicamente identificada com a classe empresarial da qual fazem parte. E esse setor empresarial quer a derrota do Governo Lula e sua substituição por uma vertente neoliberal. Por isso atacam Sarney, apenas.
Se Sarney for derrotado, renunciará à Presidência do Senado, mas manterá seu mandato. Virgílio, corrupto assumido, será apresentado como um vencedor. Heráclito Fortes, chefe direto de Agaciel Maia, terá passado incólume pela crise. E toda a corrupção continuará. Mas, na disputa pelo projeto de País, o time dos neoliberais terá marcado um gol. Realpolitik...
Diante disso, continuaremos torcendo para que Sarney continue presidindo o Senado, pois também sabemos brincar de realpolitik...
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