A culpa das enchentes é das chuvas. A culpa do trânsito é do excesso de carros.
Então por que temos Prefeito e Governador?
Essa conversa fiada de que “nunca choveu tanto” só teria validade se nos anos anteriores as enchentes tivessem sido evitadas. Mas não foram! São Paulo (cidade e estado) não tem planejamento. Obras preventivas de longo prazo não são desenvolvidas e nem realizadas. Os governantes preferem gastar propaganda com o suposto desassoreamento do Rio Tietê (que continua poluído e transbordando todo ano) e fazendo novas faixas na Marginal (que diminui a área de absorção da água e aumenta o risco de enchentes). A prevenção das enchentes não pode ocorrer do dia para a noite, mas o Governo do Estado é do PSDB desde 1995 e 16 anos é tempo suficiente para realizar tais obras.
O mesmo raciocínio se aplica ao trânsito da capital. Há excesso de carros porque o sistema de transporte coletivo é uma piada de mau gosto. Os ônibus são caros, mal cuidados, lotados e demoram. Os itinerários, em vez de atender as necessidades do público, são elaborados com base no lucro das empresas prestadoras. Existe pouca logística, poucos corredores de ônibus e pouco investimento. A única coisa que aumenta no sistema de ônibus de São Paulo é a tarifa (tão cara a ponto de ser mais barato andar de moto do que de ônibus). Enquanto isso, no Metrô (a solução mágica apresentada em todos os anos eleitorais) faz muita propaganda, anunciam-se novas linhas e estações, mas pouca coisa é realmente inaugurada. A Linha 4 Amarela, prometida para 2001, será inaugurada apenas em 2013 (às vésperas da próxima eleição para governador). Sem transporte público, barato e de qualidade, o cidadão paulistano vai optar por usar o carro. E o excesso de carros gera trânsito. Mas a culpa, não é dos carros, mas da ausência de preocupação com o transporte coletivo.
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De São Paulo-SP.
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