sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Democracia no Oriente Médio

A onda de manifestações no Oriente Médio já derrubou o governo da Tunísia, balança os do Egito e do Iêmen e sabe-se lá onde vai parar. São ditadores que caem, tomara que em seu lugar surjam democracias (e não novos ditadores), mas ainda é muito cedo para fazer previsões. Curiosamente, as ditaduras que estão sendo ameaçadas pelo Povo nas ruas são todas aliadas dos Estados Unidos.

Ué? Estados Unidos não é aquele país que saiu por ai invadindo o Iraque e o Afeganistão em nome da democracia... Pelo visto o discurso e a prática andam um pouco distantes!

A política externa dos EUA nunca foi de apoiar democracias. Trata-se de conversa para boi dormir. Os Estados Unidos atuaram ativamente nos golpes de estado da América Latina nos anos 60-70 (sem se falar nas ocasiões em que intervieram pessoalmente, invadindo e derrubando os governos democráticos), apoiaram Mobuto do Zaire (atual República Democrática do Congo), Papa-Doc e Baby-Doc Duvalier no Haiti, Suharto na Indonésia, Ferdinando Marcos das Filipinas, o Regime do Apartheid na África do Sul, o iraquiano Saddan Hussein (antes de romperem em 1991), a ditadura sul-coreana (1948-1987), a ditadura do Vietnã do Sul (1955-1975), o Xá Reza Pahlavi, a ditadura de Taiwan (1949-1988), a monarquia absolutista da Arábia Saudita, Pervez Musharraf no Paquistão, a ditadura na Grécia e a lista segue...

Se o Oriente Médio continuar se democratizando por opção do Povo e não do exército norte-americano, os EUA são capazes de ficar sem aliados na região (com exceção de Israel, mas com um amigo destes, não precisam de inimigos!).

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De São Paulo-SP.

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