domingo, 8 de novembro de 2009

ENADE, pontos positivos e negativos

Neste domingo (08 de novembro), os ingressantes e concluintes de alguns cursos selecionados pelo Ministério da Educação (MEC) tiveram que fazer o Exame Nacional de Cursos, o ENADE. Trata-se de uma prova que avalia o desempenho dos estudantes nos referidos cursos. Teoricamente, o ENADE é parte integrante do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, ou seja, é um dos critérios que avalia as Instituições de Ensino - os outros seriam o corpo docente (formação acadêmica, jornada e condições de trabalho) a infra-estrutura da instituição (instalações físicas, biblioteca, salas de aula, laboratórios) e programa pedagógico.

As principais críticas ao ENADE são:

  • O peso da avaliação sobre o estudante deveria ser relativizado no cálculo geral do SINAES;
  • A prova é obrigatória e quem não fizer não tem o diploma validado; e
  • A nota do ENADE acaba sendo utilizada para ranquear universidades com intenções mercadológicas.

Por outro lado, quem fez o ENADE pôde observar que a prova academicamente era muito bem elaborada e continha conteúdo crítico e reflexivo. Além disso, foram incorporadas questões de avaliação das Instituições e do próprio ENADE. Em suma, com relação ao conteúdo o ENADE esteve de parabéns.

O ENADE também sofreu críticas de um setor supostamente de Esquerda, que são contra os critérios “mercadológicos” do exame. Este setor obviamente não leu as provas. O que pretendem eles? Que as universidades não sejam avaliadas? Será que eles não percebem que o neoliberalismo na educação reside exatamente na falta de fiscalização e avaliação?

A avaliação dos cursos da Educação Superior é uma obrigação do MEC e o desempenho dos estudantes é parte integrante de qualquer exame com o mínimo de seriedade. O resultado da avaliação deveria acarretar em sansões contra os cursos e instituições mal-avaliados, com redução de vagas ou até mesmo fechamento dos cursos, pois essa é a única maneira do MEC garantir que os estudantes não sejam lesados por instituições picaretas. Infelizmente, algumas universidades utilizam seus resultados favoráveis com finalidades meramente financeiras, mas este com certeza é um preço pequeno a se pegar por um benefício muito maior que é a separação do joio do trigo.

Cabe ao MEC fazer uma ampla campanha de explicação sobre o SINAES, o ENADE e sua importância, pois muitos estudantes desinformados podem ter se sentido desestimulados a fazer a prova ou caído no canto da sereia da “turma que sempre torce contra”.

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De São Carlos-SP.

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