quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SOPA e a batalha de gerações

O Projeto de Lei de Combate à Pirataria Online (o SOPA, Stop Online Piracy Act) está em debate no congresso norte-americano e deflagrou uma verdadeira guerra. Só que essa guerra não está sendo travada por exercidos, mas por empresas.

Empresas de entretenimento são favoráveis ao SOPA. Nesta lista encontram-se a Walt Disney, a Viacom dona da Paramount, MTV, Nickelodeon etc), a ESPN e a Time Warner (dona do Cartoon Network, Warner Bros., CNN e HBO). Juntam-se a elas o UFC e NBA, que tem fonte de renda na transmissão. Além disso, apoiam o projeto a Lacoste e Ralph Lauren (marcas muito pirateadas).

Algumas empresas de tecnologia eram favoráveis ao SOPA, mas mudaram de posição e acham que a lei deve ser mais discutida. Entre estes se destacam a GoDaddy, a ESA (Entertainment Software Association, a Electronic Arts, a Nintendo, a Sony, a Business Software Alliance (representante da Microsoft, Dell, Intel, Apple etc). Tais empresas tem muitos produtos pirateados, mas seu público consumidor é altamente contrário à SOPA e, temendo um boicote, essas empresas acharam melhor assumir uma posição neutra.

As empresas de internet são radicalmente contrárias ao SOPA e fazem campanha aberta contra ele. Listamos neste time o Facebook, Zynga, Yahoo!, Google, Wikipedia, Twitter, Flickr, e a Mozilla.

Trata-se de um embate geracional. São três gerações de empresas, as primeiras são as mais antigas e atualmente as mais poderosas, mas dificilmente conseguirão impedir o curso da história. A segunda geração (empresas de tecnologia) são intermediárias, tem estruturais industriais, mas seus consumidores são da terceira geração. As empresas mais novas, da internet, crescem vertiginosamente em poder e ainda não encontraram seu limite, mas isso acontecerá em algum momento, inevitavelmente. Um mundo sem canais de TV ou redes sociais é economicamente possível (ainda que menos lucrativo), mas sem tecnologia não. A tendência é a vitória do grupo do meio.

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De São Paulo-SP.

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