sábado, 17 de outubro de 2009

Retomando um velho debate

A voz do Povo é a voz de deus, mas ninguém precisa abrir mão de suas opiniões por conta disso. Mais dia, menos dia a questão do desarmamento poderá ser retomada. O desarmamento foi derrotado no referendo de 2005 por erro da campanha, já que tal opinião continua sendo muito mais forte quanto aos argumentos.

A campanha do SIM (pelo desarmamento) foi arrogante e pretensiosa, embalada no clima de “já ganhou”. Em vez de argumentar racionalmente os benefícios que traria, preferiu colocar um monte de atores globais para falar sobre assuntos genéricos. O Povo se sentiu enganado, pois o desarmamento, ao contrário do que a Campanha do Sim deu a entender, não é a solução da violência, da criminalidade e dos homicídios. Além disso, a parcela da Direita (PSDB, por exemplo) que apoiava a campanha do desarmamento acabou não jogando pelo por medo de perder o apoio de seu eleitorado conservador. Enfim, o referendo foi derrotado e o Brasil continua sendo uma espécie de Velho Oeste.

O argumento favorável às armas que teve maior apelo na população foi o direito de se defender. Se a violência usa armas, então o cidadão deveria ter armas para se defender. Uma bobagem comprovada por estatísticas. Mas o argumento pegou...

Enquanto não houver outro referendo, temos que aceitar a opinião vencedora, mas isso não nos impede de apresentar alternativas. Uma delas seria a substituição das munições de chumbo para munições de borracha. As balas de borracha garantem a autodefesa do cidadão, porém preservam a vida. Trata-se de um excelente meio termo que evitaria tantas mortes em brigas de trânsito, brigas de bar e acidentes. Homicídios dolosos ainda existirão, seja com armas brancas ou outros tipos, mas outros casos de morte seriam evitados.

O argumento de que a criminalidade utiliza armas contrabandeadas também fica abalado, já que para o criminoso, tanto faz se a munição mata ou apenas fere gravemente, já que ela é usada para ameaça ou proteção. O mesmo vale para a polícia, que deve ter armas que possibilitem seu uso para coibir crimes e autodefesa, mas não para tirar vidas dos cidadãos. Se no Brasil cessar a venda de munições convencionais, certamente muitas mortes bestas serão evitadas. A violência continuará, já que sua causa não são as armas. Mas será uma violência com menos mortes, e isso já seria um mérito.

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De São Paulo-SP.

2 comentários:

  1. cara eh impossivel voce conseguir uma arma oficialmente. Tem infinitos tramites e processos para você conseguir uma atualmente.

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  2. Também penso que a campanha pelo desarmamento, realizada em 2004, resultou na entrega de muitas armas pela população e criou alguns trâmites mais rígidos para se obter armas hoje no Brasil. Lógico que os criminosos continuam tendo livre acesso, mas para o cidadão comum o porte de arma é praticamente impossível, com a Lei 10.826/03 e o Decreto 5123/04.
    De qualquer forma, gostei muito da idéia das balas de borracha! E também acho que deveria ser permitido o acesso ao gás de pimenta, atualmente vedado ao cidadão comum no Brasil.

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