Por Marcio TAQUARAL
Estamos em uma nova era
geopolítica. De volta ao Imperialismo quase descarado. Desde a 2ª Guerra Mundial, havia
um certo constrangimento em invadir outros países. A Invasão da Baia dos Porcos
foi feita por desertores cubanos treinados pela CIA, mas sem a participação
direta de tropas norte-americanas. No Vietnã, os EUA tiveram que fabricar uma
agressão para poder retaliar e justificar sua participação na guerra. A 1ª
Guerra do Golfo foi justificada como a defesa de um país invadido (Kuwait) e
deixou o regime iraquiano intacto (igualmente no caso da Sérvia/Bósnia).
A partir do 11 de setembro, esse “constrangimento”
de invadir deixou de existir. Os EUA abriram a porteira com o Afeganistão e com
o Iraque. Na época houver gritaria, oposição, críticas etc, mas com o passar
dos anos a Europa aderiu à tese. A Líbia é simbólica por causa disso: sua
invasão foi dirigida pela Europa e não houve oposição da “comunidade
internacional”.
A OTAN invadiu a Líbia, assim
como os EUA invadiram o Iraque e o Afeganistão. Nos três casos, usaram
desculpas esfarrapadas como subterfúgio, mas o objetivo era colocar no poder um
regime alinhado. No Arábia Saudita, no Barhein, no Qatar e no Iêmen, os regimes
já são aliados, ou seja, não há necessidade de invasão (por isso a questão dos
Direitos Humanos é convenientemente ignorada neste caso).
Daqui pra frente veremos muitos
casos como o da Líbia: potências invadindo países estratégicos para mudar seus regimes.
Quem será o próximo? O Irã? A Síria? Por que não a Venezuela? Ou
Cuba? A Coréia do Norte escapa dessa porque tem armas nucleares e está ao lado
do território chinês. Os países sob a influência da Rússia também estão “protegidos”, uma
vez que fazem parte de outra zona de imperialismo. O problema vai ser quando
houver disputa, como no caso da África, onde tanto a China quanto a Europa têm interesses.
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De São Paulo-SP.