sábado, 12 de junho de 2010

Israel e Irã: a posição dos EUA tem certa coerência

Israel não vê muito problema em massacrar palestinos na Faixa de Gaza e atacar navios em águas internacionais. Não vê problemas, pois a única opinião que interessa ao governo israelense é a dos Estados Unidos. E os EUA, como se sabe, não ficam sequer vermelhos em invadir o Afeganistão, o Iraque, em manter o bloqueio de Cuba, atacar instalações humanitárias em países distantes etc. Comparando a política externa dos EUA com a de Israel, temos que dar o braço a torcer e concluir que as ações israelenses são leves em comparação às ações americanas.

Como foi dito antes, a única opinião que interessa ao governo israelense é a opinião americana. E a opinião americana, que ninguém se iluda, é amplamente favorável à política de ataques preventivos, guerras infinitas e perseguição ao “terror”.

E o Irã com isso? Essa é a grande contradição da administração Barack Obama. O governo israelense, de extrema-direita, tem um fascista como Primeiro-Ministro, Benjamin “Bibi” Netanyahu, e um doido varrido como Ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman. Perto desses dois o Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pode ser considerado um sujeito bastante razoável.

O “Bibi” e o Lieberman estão loucos de vontade de atacar o Irã e ficam o tempo todo procurando um motivo (melhor seria dizer, uma desculpa) para tal. Eles sabem que a opinião pública dos EUA apoiaria o ataque. E o governo Obama sabe disso também. Entre vários, esse é um dos motivos das posições bizarras dos EUA na ONU. Ao mesmo tempo em que tem que lidar com sua própria opinião pública, o governo americano tenta evitar que os lunáticos israelenses ataquem o Irã, desencadeando uma guerra absoluta em todo o Oriente Médio.

Não querendo justificar as posições americanas, precisamos admitir que elas têm uma certa coerência.

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De Cotia-SP.

Charge de Carlos Latuff

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