sábado, 5 de setembro de 2009

Em Busca do Palácio dos Bandeirantes

Conforme já havíamos tratado aqui (e aqui), as chances de Geraldo Alckmin ser candidato pelo a Governador pelo PSDB são reduzidas. Como a coluna da Mônica Bergamo levantou o assunto também, aproveitamos para fazer uma análise mais completa da sucessão do Governo Paulista.

Primeiro tratemos da Direita.

Quem manda no PSDB é o candidato presidencial José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo), que não admite questionamentos. Geraldo Alckmin é desafeto de Serra, pois tirou sua vaga na eleição presidencial de 2006 e foi candidato adversário do Prefeito Gilberto Kassab (DEMo) na eleição municipal de 2008. Serra é vingativo e não esquece, só chamou Alckmin para Secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo para dissuadi-lo da idéia de mudar de partido.

Se for eleito Presidente, a última coisa que Serra quer é Geraldo Alckmin governando São Paulo e lhe atormentando a cabeça. Uma vez no governo, Alckmin é potencial candidato na outra eleição presidencial (e quem conhece os tucanos sabe que o projeto pessoal é sempre mais importante que fidelidade aos companheiros de partido). O candidato favorito de José Serra é seu Chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes.

As pressões eleitorais internas no PSDB favorecem mais Alckmin (que já foi governador) do que Aloysio Nunes (pouco conhecido do eleitorado). Serra vai fazer de tudo para emplacar Aloysio, mas caso não consiga, vai lançar Gilberto Kassab. A idéia é apresentá-lo como proposta consensual para evitar uma disputa dentro do ninho tucano. Se não for possível, não tem problema, Serra lança Kassab contra Alckmin sem nenhum pudor (já fez isso nas eleições municipais de 2009).

Vencer a eleição no Estado de São Paulo é fundamental para quem quer ser Presidente, mas isso não é problema para Serra (o problema dele é o resto do Brasil...). Mesmo com dois candidatos, a chance de Serra perder a eleição em São Paulo é muito remota, já que certamente um dos candidatos da Direita (Alckmin ou Kassab) estará no segundo turno, onde os votos de um migrarão automaticamente para o outro (a não ser que ambos vão para o 2º Turno, o que é uma possibilidade real).

Obviamente esse clima hegemonista de Serra só funciona porque o campo da Esquerda está com poucas chances. Os petistas podem lançar a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (que não passa do patamar histórico do PT de 30%), o atual Prefeito de Osasco Emídio de Souza (pouco conhecido pelo eleitorado) e o ex-Ministro da Fazenda Deputado Federal Antônio Palocci (inocentado pelo STF, mas com um enorme telhado de vidro, já que a política não se apega muito aos valores jurídicos). O PDT propõe o nome de Dr. Hélio, o Prefeito de Campinas, que pode ter bastante apoio no interior, mas cujo partido tem pouca força eleitoral se sair sozinho. A única chance da Esquerda seria o Deputado Federal Ciro Gomes do PSB (que pretende mudar o título para São Paulo), mas esse quer mesmo é sair candidato a Presidente.

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De Cotia-SP.

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