quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mentiras sobre a educação paulista

O tema mais destacado no debate de ontem na Rede Gazeta, entre os candidatos ao Governo de São Paulo, foi a Educação.

Durante 16 longos anos os sucessivos governos do PSDB sucateiam a educação pública, pois não a consideram prioridade. Fazem muita propaganda, mas não investem de fato.

A progressão continuada é uma idéia do pedagogo Paulo Freire que foi implementada na ocasião em que ocupou a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (ex-PT, atualmente no PSB). A idéia era evitar a evasão escolar causado pela frustração do aluno ao ser reprovado e excluído da turma de amigos. Ocorre que, na teoria de Paulo Freire, o ensino de ciclos era compensado com um acompanhamento individualizado e reforço para os estudantes mais fracos. Além disso, haveria avaliações periódicas para medir o grau de aprendizado, independente do fato de não ocorrer reprovação. O que os governos tucanos aplicam na educação paulista não é o método Paulo Freire, eles mantiveram o modelo educacional antigo, herdeiro dos acordos MEC-USAID da Ditadura, e simplesmente excluíram as avaliações. É um engodo para mascarar os péssimos resultados (que sempre se evidenciam nas avaliações nacionais).

Outro factóide tucano na educação é o tal bônus para os professores. Tal idéia, supostamente meritocrática, é apenas a consolidação da atual classificação das escolas públicas. O problema da qualidade de ensino certamente tem a ver com os péssimos salários dos professores, mas premiar alguns por conta do resultado dos estudantes ignora que existem outros fatores que influenciam. Uma escola com instalações piores, com alunos famintos em uma favela certamente terá resultados piores do que uma escola bem instalada em um bairro de classe média, afinal, até a pobreza tem níveis e nem todos que estudam na escola pública são miseráveis (e essa divisão em geral é territorial, entre bairros nobres e periféricos). Os resultados da escola miserável sempre serão inferiores aos da escola do bairro nobre, mesmo que os professores daquela se esforcem infinitas vezes mais do que os desta. Como o critério para os pagamentos de bônus favorecerá as escolas dos bairros nobres, a tendência é que os bons professores que heroicamente optaram por lecionar nas escolas dos bairros mais pobres sejam motivados a mudar para as escolas dos bairros ricos. Com isso será criado um circulo vicioso em que as piores escolas ficaram piores ainda. Em suma, o bônus é nocivo para educação pública de São Paulo, a solução começa por pagar salários justos para todos os professores.

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De São Paulo-SP.

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