segunda-feira, 31 de agosto de 2009

E a crise vai se afastando do Brasil

Antes das crises políticas fabricadas, para ter o que criticar a mídia oposicionista defendia a tese de que tudo de bom no Governo Lula era cópia de FHC. Quando questionados sobre a gritante diferença na situação econômica do Brasil, os jornalistas e articulistas da oposição imediatamente rebatiam com o seguinte argumento:

“Lula é beneficiado pelos bons ventos da economia mundial, enquanto FHC enfrentou muitas crises externas”

Hoje vemos que, apesar da maior crise econômica desde 1929, o Brasil foi muito pouco afetado. Certamente a crise causou algum efeito na economia nacional, mas foi infinitamente menor do que os fortes abalos que o País sofreu com a crise do México (1995), da Tailândia (1997), da Rússia (1998) e da Argentina (2001). Isso tudo sem se falar na fragilidade da economia Brasileira durante as eleições de 2002.

Sem crise econômica para atacar, a mídia oposicionista vai ter que continuar na sua tática das crises políticas fabricadas (a da Lina também não colou, então essa semana deve surgir uma nova).

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cala a boca, Magda!

O desespero do PIG é ge-ne-ra-li-za-do! A colunista da CBN, Lúcia Hippólito, passou o dia fazendo malabarismos jornalísticos para atacar o Deputado Federal (e ex-Ministro da Fazenda) Antônio Palocci (PT-SP).

Independente de quem seja Palocci, suas polêmicas opiniões sobre economia e suas trapalhadas no caso do caseiro (que recebeu R$ 38 mil para acusar o ex-Ministro), o comentário de Lúcia foi patético.

Segundo Lúcia Hippólito, a decisão do STF não inocentaria Palocci. De acordo com ela, o STF “apenas” deixa de tornar Palocci réu!!!!

Vamos tratar o assunto de maneira didática:

A) Todos são inocentes até que se prove o contrário.

B) A maneira de provar o contrário é uma condenação judicial.

C) Para ser condenado, o sujeito tem que ser réu.

Conclui-se por A+B+C que sem ser réu ninguém pode ser culpado, ou seja, é inocente.

Se Palocci não é réu, então ele é juridicamente inocente, independente da frase que Lúcia Hippólito construir.

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Senador Ted Kennedy

A morte do Senador Ted Kennedy foi amplamente repercutida no Brasil, apesar de que sua atuação pouco influenciou na vida de nosso País. Infelizmente, pois que era um progressista, um liberal (no sentido americano do termo) que defendia os direitos humanos, que questionava as Ditaduras Latino-Americanas (que a Folha de S. Paulo acha que foi branda) e foi um grande adversário da política imperialista e beligerante do ex-Presidente George W. Bush.

No imaginário popular dos norte-americanos encerra-se um ciclo, pois Edward Kennedy era o último irmão de uma geração que é considerada por muitos como uma espécie de família real dos EUA. Tudo começou com o pai, Joe Kennedy, um grande contrabandista de álcool durante a Lei Seca que ficou muito rico, mas foi desprezado pela elite WASP (branca, anglo-saxã e protestante), já que era católico, era descendente de irlandês e tinha origens humildes. Não podendo ser presidente, decidiu preparar os filhos para tal. A competição entre os filhos era tanta que, durante a Segunda Guerra Mundial, ao saber de um ato de heroísmo de John, o irmão mais velho Joseph Jr. arriscou-se numa perigosa missão para superá-lo e acabou morrendo. O resto da história todos conhecem: John virou presidente e foi assassinado. Bob se candidatou a presidente e foi assassinado. Ted fez uma barbeiragem e perdeu a chance, mas continuou no Senado (onde estava desde 1962).

A comoção pela morte de Ted Kennedy tem menos a ver com sua atuação como senador e mais a ver com seu sobrenome. Claro que muitos reconhecem seus feitos, mas essa morte não seria noticia no mundo inteiro se não carregasse o sobrenome famoso, quase real...

Diga-se de passagem, os americanos sentem tanta falta de uma família real que inventaram até um modelo de Senado para suprir essa deficiência. Logo após a guerra de independência, os pais fundadores da nação queriam uma Câmara Alta e uma Câmara Baixa no melhor modelo inglês, mas não sabiam como fazer porque não tinham sua própria nobreza. Então inventaram o Senado, em que os Senadores têm mandatos mais longos e, por não sofrerem tanta pressão do eleitorado, tem posturas muito mais conservadoras do que os deputados.Lembre-se disso na próxima crise do Senado Brasileiro...

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Que a Ingerência Política seja a prova da Democracia

O pedido de demissão de 10 funcionários da Receita Federal, em solidariedade aos dois assessores exonerados são mais um round na luta da ex-Secretária da Receita Lina Vieira contra o Governo Lula. Seus apoiadores na mídia oposicionista não tiveram dúvidas e iniciaram mais um bombardeiro: dessa vez alertam contra a “ingerência política” na Receita Federal e denunciam o “aparelhamento do Estado” pelo PT.

“Ingerência política” e “aparelhamento do Estado” são dois conceitos pretensamente axiomáticos que ousaremos questionar.

A “ingerência política” é apresentada normalmente contraposta à “autonomia técnica”. Segundo os neoliberais, todas as questões importantes têm uma solução meramente técnica e sem influência de ideologias. Ocorre que a decisão supostamente técnica é sempre a solução neoliberal, ou seja, não está livre de ideologias. Traduzindo, quando uma decisão é neoliberal, ela é técnica, mas quando é uma decisão não-neoliberal, então é ingerência política. Se um neoliberal é demitido da Receita, então é ingerência política. Se um não-neoliberal é demitido, foi uma decisão técnica.

Ainda no tema, não podemos nos esquecer que todas as decisões econômicas têm uma base ideológica, ou seja, sempre serão políticas. Resumindo, todas as decisões técnicas estão calcadas na ingerência políticas. Que bom, pois assim que funciona um estado democrático, afinal, se elegemos um governo, o natural é que ele tenha poderes para efetivar seu programa (que teoricamente foi o escolhido pelo povo). Acreditar que uma massa de burocratas pretensamente técnicos deva decidir os rumos do Brasil sem controle político é aceitar uma ditadura tecnocrata.

O “aparelhamento do Estado”, por sua vez, é a efetivação da ingerência política. Se foi eleito um governo com outro projeto, o natural é que suas decisões sejam implementadas neste sentido. E, se os “técnicos” não concordam com a natureza política das decisões e tentam boicotar ou retardar sua aplicação, então estes “técnicos” devem ser substituídos por técnicos afinados com o novo projeto. Esse é o aparelhamento do Estado. Ocorre que os defensores da velha ordem estão indignados com isso e acusam os novos técnicos de ingerência política em detrimento da “autonomia técnica”.

Resumidamente, usemos uma alegoria futebolística ao gosto do Presidente Lula: se um time de futebol contrata um novo treinador para imprimir um ritmo mais agressivo de jogo, o natural é que ele substituía os jogadores retranqueiros por outros mais agressivos. A decisão é política e só pode ser efetuada com ingerência e aparelhamento.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Direito à Propriedade não pode ser absoluto

A reintegração de posse de um terreno na zona sul de São Paulo terminou em um incêndio que destruiu grande parte da favela. Segundo a versão da Polícia Militar foram os próprios moradores que incendiaram os barracos para dificultar a reintegração... Conversa para boi dormir, ou alguém acha plausível que os moradores prefiram perder tudo o que tem em vez de serem despejados?

A tragédia poderia servir para levantar um debate muito pouco travado dentro da sociedade Brasileira. Será que o direito à propriedade do dono do terreno é mais importante que o direito à moradia e à dignidade das 2000 pessoas que viviam na ocupação?

Enfim, o terreno foi desocupado, mas o problema não está resolvido, já que agora existem mais 800 famílias sem teto. Essas pessoas vão se abrigar em outro lugar, pode ser na casa de amigos e parentes, pode ser embaixo de algum viaduto, em alguma rua do Centro ou numa marquise da Avenida Paulista. O fato de terem sido expulsos do terreno ocupado não faz com que eles deixem de existir. Falta ao Poder Público (Judiciário, Executivo e Legislativo) tomar alguma medida na direção de resolver o problema dos ex-ocupantes.

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De São Paulo-SP.

domingo, 23 de agosto de 2009

Enquanto isso o Carriles vai continuar impune...

Parentes das 270 vítimas do atentado de Lockerbie estão indignados com a libertação do terrorista líbio Abdelbaset Ali Mohamed al-Megrahi. Em 1988, o terrorista explodiu um avião da PAN AM que ia de Londres a Nova Iorque. Megrahi foi libertado pela Escócia por razões humanitárias, já que está em fase terminal de câncer de próstata.

O Governo Norte-Americano não gostou da libertação. O Presidente Barack Obama, a Secretária de Estado Hillary Clinton e o Diretor do FBI Robert Müller condenaram a decisão do Ministro da Justiça da Escócia. Segundo Müller, que foi promotor durante a investigação do atentado, ocorreu “evasão da justiça” e “consolo para os terroristas no mundo todo”.

Já que estão tão indignados, os americanos poderiam prender e julgar o terrorista cubano-venezuelano Luis Posada Carriles, responsável pela explosão de hotéis e um avião cubano em 1976 com 73 mortes. Hoje o terrorista Cariles vive tranquilamente em Miami..

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De São Paulo-SP.

sábado, 22 de agosto de 2009

Não renunciou, e dai?

O Senador Aloísio Mercadante (PT-SP) revogou sua renúncia “irrevogável” da Liderança do Governo.

Grande coisa! O eleitorado paulista elegeu José Serra (PSDB) para Governador mesmo ele tendo lavrado em cartório um compromisso de não usar a Prefeitura como trampolim...

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Jogada de Mercadante

O Senador Aloísio Mercadante (PT-SP) executou uma manobra política elaborada meticulosamente. Agiu com racionalismo, mas pensou nele e apenas nele. A crise do Senado e as denúncias contra José Sarney (PMDB-AP) colocaram o PT numa situação difícil: o partido tinha que optar entre agradar a opinião pública alimentada pela mídia apoiando a cassação de Sarney, ou fortalecer a articulação política capitaneada pelo Presidente Lula de atrair o PMDB para a base de apoio da Ministra Dilma Rousseff. O jogo político parece simples, mas é exercido em diferentes níveis e através de múltiplas frentes. Racionalmente, o PT tomou a decisão mais acertada em seu projeto de poder e apoiou Sarney, fortalecendo as chances de se manter na cabeça do Governo Federal. Porém, Mercadante é um político com votação oriunda da classe média urbana paulista e precisa enfrentar sua reeleição no ano que vem. A base eleitoral de Mercadante não ficaria satisfeita com a justificativa racional de apoio ao PMDB para fortalecer Dilma, uma vez que tal base tende a votar no candidato tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo).

Diante de tal cenário, as opções de Mercadante eram bastante restritas. Se o Senador optasse por descumprir a determinação de Lula e do Partido, provavelmente não obteria legenda para se candidatar à reeleição, sendo substituído pela ex-Prefeita Marta Suplicy. Por outro lado, se participasse do realpolitik, Mercadante teria a legenda, mas teria sua reputação abalada e poderia arriscar perder a eleição. Por fim, o Senador tomou a atitude mais esperta e obedeceu ao partido (garantindo a legenda) e depois colocou o cargo de líder à disposição (fingindo-se envergonhado por apoiar Sarney). Resumindo, Mercadante disse que ia renunciar à liderança para tentar repactuar com sua base eleitoral. Foi uma jogada oportunista e egoísta, mas de mestre!

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De Cotia-SP.

FOTO: Pablo Valadares/AE

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mais uma meia-medida do suposto Prefeito

O suposto Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEMo, ex-PFL) é o mestre das meia-medidas. Mais uma vez ele acerta em parte, mas erra em todo o resto.

A única solução para o trânsito caótico da capital é reduzir a quantidade de automóveis individuais, substituindo-os pelo transporte de massas. As medidas do Kassab vão parcialmente nesse sentido... Ele proíbe a circulação de fretados e propõe que estes se integrem à rede já existente de transporte público. Uma medida que seria louvável se o transporte público não estivesse super-lotado e sucateado. Ao proibir os fretados, em vez de aderir ao transporte público, os usuários vão voltar a usar seus carros.

A nova meia-medida do suposto Prefeito é a regulamentação do estacionamento nas vias públicas e as novas regras para o Zona Azul. O lado merecedor de aplausos é que as restrições ao estacionamento de carros vão incentivar o uso do transporte público. O lado merecedor de críticas é que, apesar de todos os factóides dessas medidas sobre o trânsito, ainda não foi tomada nenhuma atitude na direção da melhoria do transporte público. Se o transporte público da cidade fosse descente e tivesse mais qualidade não seriam necessárias medidas restritivas dos carros, pois os cidadãos optariam naturalmente por ele.

Tal medida restritiva é, ainda por cima, anti-social, pois os ricos têm suas garagens tanto nos escritórios como nas casas, ou seja, não costumam estacionar nas ruas. Talvez seja por isso que Kassab não investe no transporte público, afinal é para os pobres. E onde já se viu pobre querer ir de carro para o Centro!?

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Qualquer previsão nesses dias é achismo

E no final das contas a Senadora Marina Silva (PT-AC) deixou mesmo o partido após trinta anos... Depois disso, o mínimo que se espera dela é uma filiação ao PV para candidatar-se à Presidente da República no ano que vem. Afinal de contas, ninguém joga 30 anos de militância fora se não for para almejar o posto máximo!

Com isso a eleição fica toda embaralhada.

A candidatura governista número 1 continua sendo Dilma Roussef, Ministra Chefe da Casa Civil, que oscila entre a 1ª e 2ª colocação nas pesquisas, dependendo do cenário (em geral na 2º posição).

Marina Silva assume uma postura intermediária entre governista/oposicionista que poderia ser definida melhor como governista com ressalvas... Aparece na lanterna de todas as projeções, com exceção daquela pesquisa maluca do próprio PV (que deve ter entrevistado gente apenas no circuito da Zona Sul do Rio).

Animado com a confusão, o Deputado Federal Ciro Gomes (PSB-CE) já mandou avisar que é candidatissimo à Presidente. Já que Dilma não tem mais a exclusividade de ser a candidata governista, Ciro pretende ser o governista número 2 e já consolida um terceiro lugar. Com a vantagem de que tira votos de José Serra, ou seja, no segundo turno é o governista com mais chances de vencer os tucanos.

Pela oposição, a vereadora Heloisa Helena (PSOL-AL) é apresentada como opção tucana do bico vermelho, ou seja, candidata de oposição pela “esquerda” (coisas de trotskista)... Apesar de bons números iniciais nas intenções de voto, Heloisa quer mesmo é disputar um pacífico e tranqüilo mandato de Deputada Federal, onde ganha com certeza.

Em Minas Gerais, o Governador Aécio Neves (PSDB) continua se articulando e tentando garantir seu nome como candidato de oposição, mas como seu partido tem cacique muito bem definido deve acabar como pré-candidato para 2014.

Ainda na oposição, o candidato tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo) espera desde 2002 pela revanche. Qualquer história de que ele ameaça não sair candidato é bobagem, Serra é definitivamente o principal candidato da oposição, com primeiro lugar garantido e vaga certa para o segundo turno.

A bagunça federal influencia também nos estados. Com a saída de Serra, o ex-governador Geraldo Alckmin já se anima para voltar ao Palácio dos Bandeirantes. No entanto, Alckmin é o grande derrotado das eleições de 2008, ou seja, o grupo de Serra nuuuuuuunca vai deixá-lo voltar. E por isso articula-se a candidatura do Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEMo, ex-PFL). No campo da Esquerda Paulista, com a desistência de Ciro Gomes, entre os petistas se fortalece o nome de Emídio de Souza, Prefeito de Osasco, mas surge pelas beiradas a candidatura de Dr. Hélio (PDT), Prefeito de Campinas.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Muitas coincidências, poucos fatos

Segundo Lina Vieira, ex-Superintendente da Receita Federal, a Ministra Dilma Rousseff a convocou para uma reunião na Casa Civil onde pediu para agilizar as investigações sobre o filho do Senador José Sarney (PMDB-AP).

Se Lina Vieira interpretou a solicitação como um pedido para o engavetamento (Interpretação 1), deveria ter imediatamente denunciado a Ministra, sob pena de cometer ela mesma o crime de Prevaricação (art. 319 do Código Penal). Se não o fez, então interpretou a solicitação de Dilma da mesma forma que a feita pela Justiça, de apressar a investigação sem juízo de mérito (Interpretação 2), o que não tem nada de errado.

Lina Vieira não acusa Dilma, senão teria que provar. Sem provas não acusa, mas deixa uma dúvida no ar. Se Dilma tivesse admitido o encontro, todas as baterias da mídia oposicionista teriam sacrificado a Ministra no altar dos neo-éticos alegando que ela queria proteger o filho de Sarney conforme a Interpretação 1 (mesmo que Lina se ancorasse na Interpretação 2).

Dilma nega até mesmo a realização do encontro. O ônus de provar seria de Lina, mas ela alega não ter os meios para tal, já que o Planalto é que tem o controle de visitas, controle do estacionamento, filmagem dos acessos etc. Seria uma boa alegação, se Lina Vieira ao menos informasse a data do encontro, mas apesar de lembrar detalhes sobre a roupa de Dilma, o teor da conversa, o nome do motorista, Lina Vieira não lembra a data nem o horário...

A partir daí começa a ficar difícil acreditar na ex-Superintendente da Receita. Se ela não lembra o data exato, poderia ao menos dizer aproximadamente, ou o dia da semana, ou em que parte do mês teria sido o encontro. Com alguma aproximação, os vídeos do Planalto podem comprovar se a Lina Vieira esteve na Casa Civil, sem agenda registrada em qualquer outro espaço e se Dilma usou as roupas que ela alega (a confluência desses três elementos fortaleceria sua versão).

Lina esteve no Planalto várias vezes. Dilma usou seu xale no Planalto mais de uma vez. Com alguma sorte, Lina pode ter estado no Planalto no mesmo dia que Dilma usou o xale, mas a versão da ex-Superintendente só começa a ter substância se confirmar a data em que isso ocorreu. Sem a data, tudo poderia ser uma coincidência.

Dizemos que "poderia ser uma coincidência", pois nem mesmo essa coincidência foi confirmada ainda. E só deve ser verificada se Lina informar uma data ANTES do Planalto disponibilizar qualquer vídeo. Se os vídeos forem disponibilizados sem que Lina diga uma data, a mídia oposicionista vai procurar uma coincidência e usá-la como prova para a Interpretação 1, mesmo que Lina tenha afirmado a Interpretação 2. Enfim, na boca da imprensa Dilma é sempre culpada...

Quem é Lina Vieira e o que ela tem a ganhar com tudo isso? Lina Vieira foi demitida da Receita Federal e está ressentida. Talvez ela não ganhe nada com isso, mas vingança sempre foi motivo suficiente...

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A gripe de Jack, o Estripador

E a gripe suína, digo, a Gripe Influenza Tipo A (H1N1) continua a solta alavancando venda de jornais e ações da Roche, isso tudo apesar do índice baixo de letalidade (equivalente à gripe sazonal). Então por que tanta histeria?

É o chamado “Efeito Jack, o Estripador”. Em 1888, cinco assassinatos foram cometidos pelo famoso Serial Killer. Obviamente, Jack não foi o primeiro assassino em série, nem o mais letal, porém ficou famoso por ter sido o primeiro a ter cobertura da imprensa. A cada crime de Jack, os jornais estampavam manchetes e reportagens contando os detalhes do fato e das investigações. E a população apavorada morria de medo de ser a próxima vítima. No final das contas, foram apenas cinco assassinatos, mas o pânico foi na cidade inteira.

A Gripe A Influenza H1N1 não é a primeira pandemia, nem mesmo a mais letal, mas é a primeira que tem acompanhamento em tempo real! Se morre um coitado em La Paz, no mesmo minuto os portais de internet divulgam o número atualizado de vítimas (em 12 de agosto eram 1.882), os jornais alardeiam as alternativas para evitar o contágio, o governo adia o começo das aulas e a população fica apavorada! Mas no final das contas, a chance de morrer vitimada pela gripe comum é maior do que pela gripe suína!

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De São Paulo-SP.

domingo, 16 de agosto de 2009

O resultado do nosso voto

No ano que vem o PSDB completará 16 anos dirigindo o Governo do Estado de São Paulo. Em todo esse tempo pouco ou nada se fez nas principais áreas que interessam à população: a Saúde continua um lixo, a Educação é uma vergonha, a Habitação quase não existe e no Transporte só foram implementados pedágios. Com relação ao Metrô, em 16 anos investiu-se muito em propaganda, mas pouco em linhas e estações, de forma que o Metrô de São Paulo está superlotado. Sem se falar no gravíssimo acidente da Linha Amarela (o famoso Buraco do Metrô) que vitimou sete pessoas, mas cujas empresas envolvidas nunca foram responsabilizadas e continuaram participando do contrato.

Na Cidade de São Paulo ocorreu algo parecido. A principal conquista da gestão Marta Suplicy para o Transporte Público foi o Bilhete Único, cujo projeto de integração com o Metrô foi retardado propositalmente pelo então Governador Geraldo Alckmin. Além disso, a Prefeitura tinha como projeto a construção de centenas de quilômetros de corredores de ônibus. Com a eleição do Prefeito José Serra em 2004 as obras dos corredores foram paralisadas e sequer um corredor de ônibus foi construído. Com relação ao Bilhete Único, foi feita uma integração parcial, descaracterizando o benefício já que ao adentrar o Metrô uma tarifa é cobrada. Além do fato de que o período de uso de quatro horas no ônibus foi reduzido para dois. A cidade mergulhou num mar de trânsito poucas vezes visto.

Nas eleições de 2008, um dos principais temas foi o Transporte Público. O suposto Prefeito Gilberto Kassab (DEMo), candidato de Serra, prometeu corredores de ônibus, investimentos no Metrô, aumento do horário do Bilhete Único e mais uma porção de coisas que não fez no primeiro mandato. A população acreditou e ele foi reeleito. Até o momento, as promessas de campanha continuam apenas no discurso.

Apesar de tudo isso, tanto Kassab quanto seu mentor José Serra tem bons índices de aprovação, pois são protegidos pela Mídia (nenhum problema é culpa deles...). Além disso, ambos adoram um projeto marqueteiro, como o Cidade Limpa e a Lei Antifumo. Por mais que sejam boas iniciativas, certamente não são a questão mais importante da Cidade. Porém, a população de São Paulo deve considerar esses factóides mais importantes que o Transporte Público e, por isso, mantém a boa avaliação dos dois. Veremos se até a eleição do ano que vem o Povo acorda!

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De São Paulo-SP.

sábado, 15 de agosto de 2009

Faltou coerência no critério

Com destaque especial, o Portal Terra divulgou uma passeata de 500 pessoas pedindo “Fora Sarney”.

Quem já organizou uma passeata sabe que mobilizar 500 pessoas não é tarefa fácil, mas mesmo assim, esse é um numero pouco expressivo para ter tanto destaque. Basta recordar que na sexta-feira os movimentos sociais (UNE, UBES, MST, CUT, CTB, Força Sindical etc) colocaram mais de 4.500 pessoas (segundo a PM) na Avenida Paulista e não tiveram o mesmo destaque. Provavelmente porque o tema central era a Redução da Jornada de Trabalho (matéria que não interessa muito aos grupos empresariais que dirigem a mídia tupiniquim).

A matéria é tão chinfrim que teve direito a pelego falando mal do “Fora Collor”...

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De Cotia-SP.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Meias-verdades e meias-notícias

Na mídia brasileira, algumas notícias são rapidamente esquecidas e substituídas por outras.

O caseiro Francenildo Santos Costa sempre é lembrado por ter tido o sigilo bancário violado supostamente a mando do então Ministro da Fazenda Antonio Palocci. A parte que os jornalistas nunca se lembram de noticiar é que a quebra do sigilo do caseiro identificava um depósito de R$ 38.860,00 de um advogado filiado do PSDB. Ou seja, o inocente caseiro Francenildo tinha recebido dinheiro da oposição para atacar Palocci. Claro que isso não justifica a quebra do sigilo, mas o fato na verdade é um factóide.

Outra noticia contada pela metade é a que envolve a prisão dos aloprados Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha da Silva, no hotel Íbis de São Paulo com R$ 1,7 milhão sem origem comprovada. O dinheiro seria usado para comprar um dossiê contra o então candidato a governador José Serra (PSDB). A parte da notícia sempre omitida é o conteúdo do dossiê, que eram provas do envolvimento de Luiz Antônio Vedoin, Chefe da Máfia das Sanguessugas, com o ex-Ministro da Saúde José Serra.

A mais recente meia-verdade noticiada pela mídia é a do currículo da Ministra Dilma Rousseff. A Plataforma Lattes da Ministra a apresenta como Doutora, quando ela é no máximo doutoranda. A denúncia é rigorosamente verdadeira, mas falta aos denunciantes a mesma indignação com o falso currículo de José Serra apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral no qual ele se diz Economista. José Serra não é economista, já que nunca concluiu o curso. Assim, a mídia deveria divulgar que o Grau de Instrução correto do Governador José Serra é “Superior Incompleto”.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Marina, cuidado com as companhias!

A possível desfiliação da Senadora Marina Silva (PT-AC) é uma pena para o PT enquanto partido, mas não necessariamente para Dilma Rousseff. A Senadora é um dos melhores quadros políticos da Esquerda Brasileira e, certamente, é a melhor ambientalista da atualidade. Sua saída enfraquece ideologicamente o PT. Porém, uma pessoa tão maltratada durante Governo Lula, como Marina Silva foi, não pode ser condenada se optar por mudar de partido.

A candidatura de Marina a presidente pelo PV também não é um grande obstáculo para a candidatura governista de Dilma pelo PT. Certamente a parte principal do eleitorado de Marina será de cidadãos identificados com a Esquerda, mas que migrarão para a candidatura de Dilma no segundo turno. Se Dilma não for para o segundo turno, será por outros motivos, não por Marina. E se for, vai receber a maior parte dos votos da ex-Ministra do Meio Ambiente. Por fim, se for para o segundo turno contra Marina, então é melhor Dilma acordar, pois duas candidatas mulheres e de Esquerda no segundo turno da eleição presidencial só pode ser um sonho!

Outra questão importante para as eleições presidenciais é com relação ao PV, partido auxiliar do tucano José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo). Tendo uma candidatura própria, o PV não poderá ser base de apoio de Serra, para infelicidade do deputado oportunista Fernando Gabeira (PV-RJ).

Cuidado com os oportunistas! Além de tomar cuidado com o tucano-verde Gabeira, outro oportunista quer entrar na barca de Marina: trata-se do frustrado Cristovão Buarque (PDT-DF).

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De São Paulo-SP.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Falta intimar o Papa

As investigações da Receita Federal contra a Igreja Universal do Reino de Deus poderiam se estender a sua prima mais velha, a Igreja Católica Apostólica Romana.

Também é beneficiada por isenções tributárias, assim como a pequena igreja do Bispo Edir Macedo, a bimilenar Igreja do Papa Ratziger Bento XVI tem muito mais negócios do que a distribuição da fé cristã. A Igreja Católica é a maior latifundiária do mundo e tem até um banco entre suas empresas.

Por mais ostentosa que seja a casa do Bispo Edir Macedo ou a dos Hernandez da Renascer, nada se compara ao Vaticano, o país-residência oficial do Papa.

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De São Paulo-SP.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cala a boca, Gilmar!

Muito acertada a ação do Ministério Público Federal que pede a retirada de simbolos religiosos de repartições federais. O Brasil é um país laico e, em respeito a todas as demais religiões, não deve ostentar simbolos de uma única crença em suas repartições.

O Supremo-Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, não teve a menor dúvida e criticou a ação. Ele quer porque quer manter aquele crucifixo no plenário do STF. E ainda ironizou : "tomara que não mandem derrubar o Cristo Redentor".

Uma comparação bem descabida típica de quem não tem argumento. A propósito, como Juiz, Gilmar Mendes deveria ficar calado em vez de declarar seu juízo de valor sobre o tema, que pode chegar ao STF. É o também constitucional princípio da imparcialidade.

FORA GILMAR MENDES!

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Realpolitik - Parte 2

Se a chiadeira da Oposição e da Mídia contra José Sarney (PMDB-AP) fosse por uma questão ética, o natural seria, além da saída da Presidência do Senado, pedirem a cassação de seu mandato. E a cassação do mandato do TODOS os senadores envolvidos em escândalos, incluindo Arthur Virgílio (PSDB-AM), Herácrito Fortes (DEMo-PI) e afins. Mas ninguém propõe isso, querem apenas derrubá-lo da Presidência do Senado. Por razões políticas.

Se toda essa confusão fosse motivada por uma questão de ética e moralidade pública, seria levada em conta a proposta de Cezar Britto, Presidente Nacional da OAB: renúncia coletiva de todos os 81 senadores. Mas ninguém apóia isso, querem apenas derrubar Sarney da Presidência do Senado. Por razões políticas.

Se os que tanto atacam Sarney realmente tivessem alguma preocupação com a desmoralização do Senado, proporiam uma Reforma do Sistema Eleitoral Brasileiro, que permite a existência de suplentes sem-voto, coronéis corruptos e total descolamento entre ações dos senadores e da opinião sociedade. Mas ninguém propõe isso, querem apenas derrubar Sarney da Presidência do Senado. Por razões políticas.

Ou seja, por razões éticas, torcemos pela cassação de todos os corruptos, pela convocação de novas eleições no Senado e uma reforma do sistema eleitoral Brasileiro. Mas, por razões meramente políticas, continuaremos torcendo para que Sarney continue na Presidência do Senado.

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De São Paulo-SP.

EM TEMPO: Temos certeza que Pedro Simon (PMDB-RS) é honesto. Mas também temos certeza de que é um oportunista, cuja indignação é seletiva, já que sua combatividade não aparece no Rio Grande do Sul (seu estado de origem) contra a corrupção da Governadora Yeda Crusius (PSDB).

domingo, 9 de agosto de 2009

Começou o Festival de Gramado

De 9 a 15 de agosto ocorre o 37º Festival de Cinema de Gramado. Além de ser o principal prêmio do Cinema Nacional, o Festival também inclui filmes latinos e tem uma mostra especial de produções gaúchas. Realizado desde 1973, no início o Festival de Gramado foi marcado pelo sensacionalismo e pela nudez, também enfrentou dificuldades por causa da censura imposta pela Ditadura Militar. Nos anos 80, Gramado se firmou como maior e mais importante Festival de cinema do Brasil e da America Latina.

A pequena cidade de Gramado, com apenas 55 anos, fica nas serras gaúchas, onde se celebrizou pelo Festival de Cinema, pela produção de chocolate e pela festa de natal.

Concorrem este ano seis longas-metragens nacionais, cinco filmes latino-americanos e doze curtas.

Veja a programação e a lista completa de filmes no site oficial: http://www.festivaldegramado.net

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De Cotia-SP.

FOTO: Edison Vara

sábado, 8 de agosto de 2009

É proibido fumar, mas é permitido fazer campanha

Está de parabéns o marqueteiro do candidato José Serra (que nas horas vagas é Governador de São Paulo). Nunca antes na história deste País houve uma jogada de marketing melhor do que a lei antifumo.

Reconheçamos, trata-se de uma boa lei. Além disso, a lei tem forte apelo popular (à exceção de dois ou três tabagistas). Não contente, a lei tem um logotipo muito bem trabalhado, que apresenta o mapa estilizado do Estado de São Paulo (o mesmo mapa que sinaliza todas as atividades de Serra). Por fim, a resolução que regulamenta a lei antifumo (Resolução SES/SJDC - 3, de 16-7-2009) OBRIGA que o logotipo seja colocado à vista em todos os ambientes em que ela vigorar.

E o melhor (para eles) é que toda essa propaganda de Serra não será questionada pela Lei Cidade Limpa.

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Morreu o diretor de "Curtindo a Vida Adoidado"


Morreu aos 50 anos John Hughes, vitimado por um ataque cardiáco.

O Diretor norte-americano era mundialmente famoso pelo filme "Curtindo a Vida Adoidado", um dos maiores clássicos da história do cinema e da Sessão da Tarde.

Save Ferris!

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tarde demais para Zelaya

Pelo andar da carruagem, Manuel Zelaya pode perder as esperanças... As elites golpistas de Honduras foram muito mais espertas que as venezuelanas, pois em vez de prender o presidente preferiram exilá-lo. Não havendo mártir a ser salvo, a força do imaginário popular não foi tão grande, de modo que a pressão dos aliados de Zelaya não tiveram e nem terão condições de reverter o golpe.

As pressões diplomáticas externas certamente incomodam as elites hondurenhas, já que lhes causam prejuízos financeiros, mas para se manterem no poder elas agüentam as sanções até as eleições presidenciais. Assim, o governo golpista vai manter as eleições para novembro e eleger sub-democraticamente um sucessor. Acontecendo isso, o novo governo hondurenho, supostamente legítimo, vai solicitar o fim dos embargos.

Resumindo, Honduras continuará sob o jugo de suas elites golpistas e Zelaya continuará chupando o dedo. Talvez, para disfarçar um pouco, permitam que ele volte ao país, mas certamente nunca ao poder.

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De São Paulo-SP.

FOTO: Reuters

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Monopólio dos Correios

Pra começo de conversa, 5x4x1 não é empate. A tese que obteve cinco votos venceu as duas outras.

A Democracia Brasileira vem sendo sucessivamente atacada pelo Supremo Tribunal Federal. Os Ministros da Corte Suprema se arrogam o direito de mudar regras eleitorais, legislar sobre direitos trabalhistas e agora querem acabar com o monopólio postal dos Correios.

O mais grave não é nem o fato de que o monopólio postal seja uma questão estratégica e garantia da soberania e segurança nacional (tanto que até nos EUA, advogado-mor do neoliberalismo, os correios são monopólio estatal), mas sim o ataque à vontade popular. Vejam bem, o povo elege o Governo e o Parlamento, opta por uma maioria que mantém o monopólio dos Correios, então o STF, composto por 11 pessoas que nunca receberam um voto popular, simplesmente vêm e decide outra coisa.

Depois falam do Irã, cujo Conselho de Guardiões manda mais do que as outras instâncias. No Brasil é a mesma coisa, mas em vez de defender os valores islâmicos, alguns ministros do Supremo querem defender os dogmas da religião neoliberal.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Lúcia Hipócrito

Chamar a Lúcia Hippólito de Hipócrito nem tem mais graça, é piada pronta!

O cúmulo foi quando a colunista (que chamou o glorioso PCdoB de embolorado) disse que Francisco Dornelles (PP-RJ) seria uma “modernidade” para o Senado... Maluf e Severino Cavalcanti agradecem.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ainda os fretados

A polêmica sobre a restrição aos ônibus fretados continuou com força ao longo da semana passada. De fato, mais do que o direito, a Prefeitura tem o DEVER de regulamentar o uso deste transporte dentro da cidade. A Prefeitura está correta quando propõe estacionamento em locais específicos e o cadastramento das empresas.

O erro é a radicalização da medida, quando a Prefeitura simplesmente restringe o uso de fretados nas áreas em que ele é mais utilizado. A conseqüência dessa medida extrema é o retorno aos automóveis por parte da maioria dos usuários de fretados. Propor que os usuários de fretado se integrem ao transporte público já existente na cidade é uma piada de mau gosto, pois o sistema de transporte público de São Paulo é um dos piores do mundo, é ineficiente e está totalmente saturado.

Em parte, os usuários dos fretados têm sua razão ao protestar contra as medidas da Prefeitura. Mas, falta a eles terem uma visão mais coletiva da cidade e exigirem, não (apenas) o retorno dos fretados, mas sim uma reestruturação do transporte público para que eles possam, de fato, utilizá-lo.

Somente quando diferentes classes sociais da cidade perceberem que vivem os mesmos problemas é que São Paulo irá se tornar um lugar melhor para se viver. Enquanto cada um só se preocupar com seu problema individual, continuaremos engarrafados, com ou sem fretados.

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De São Paulo-SP.