terça-feira, 31 de março de 2009

OTAN volta a crescer

Atualmente a China é a terceira economia do mundo (a frente da alemã) e nos próximos cinco anos vai ultrapassar a japonesa. Nesse rítmo, em 50 anos a economia chinesa será maior que a americana. Além disso, hoje o exercito chinês já tem um poderio admirável, imagine em 50 anos... Diante dessa perspectiva, o status de única superpotência mundial dos EUA tem data de validade.

Obviamente, os Estados Unidos não vão ficar sentados no terraço esperando a China dominar o mundo, precavidos como só eles, os americanos já colocaram em prática seu plano de “contenção” chinesa. Para funcionar, uma economia precisa de alguns elementos, como capital, mercado consumidor e matéria prima. Isso a China tem de sobra. Mas ainda resta um último elemento: a energia. Por mais que a tecnologia tenha evoluído, ainda não inventaram a fábrica que funciona sem energia. É exatamente ai que está o plano dos EUA.

A questão menos importante é pacificar o Afeganistão e o Iraque. Se puderem se tornar sociedades estáveis, tanto melhor, mas não é isso que vai fazer falta. Pacificados ou em guerra civil, o que importa é que nem o Afeganistão e nem o Iraque serão países independentes para negociar gás ou petróleo com a China em um possível embargo.

Aí que vem a segunda parte do plano: a Rússia. Por ser uma grande extratora de gás e petróleo, a Rússia vem sendo gradativamente cercada pelos novos países da OTAN. Essa organização militar que tinha perdido sua importância no pós-Guerra Fria, vem retomando suas atividades. A mais evidente demonstração disso é o ingresso de novos países membros, como o caso da Geórgia (ou alguém acredita que aquela guerrinha tinha alguma coisa a ver com a tal Ossétia do Sul?). Nesse último mês, foi a França que retornou para o centro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (que tinha abandonado desde a época de Charles De Gaulle).

Com Bush ou com Obama, que ninguém se engane: os EUA não vão largar o osso assim tão fácil.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Não acredite nessas mentiras!

Nesses tempos de crise, alguns papagaios que se dizem economistas apresentam as soluções mais esdrúxulas para a recessão. Não caia nesse conto do vigário! Veja algumas das mentiras que eles contam por ai:

MENTIRA nº 1 - O Estado tem que gastar menos.

Quanto mais o Estado gasta, mas dinheiro roda na economia, ou seja, se ele gastar menos a crise vai se agravar.


MENTIRA nº 2 - Demissões e redução de salários ajudam a salvar as empresas.

Se forem demitidos ou tiverem seus salários reduzidos os trabalhadores vão consumir menos, ou seja, agravar a crise.


MENTIRA nº 3 - Isenções tributárias e renúncia fiscal para ajudar as empresas.

Se forem isentadas, as empresas apenas vão aumentar sua remessa de lucros para as matrizes fora do país, ou seja, vai ajudar a diminuir o prejuízo dos acionistas nos outros países, mas não vai ajudar a resolver a crise no Brasil.


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De São Paulo-SP.

domingo, 29 de março de 2009

A volta dos que não foram

O piloto Rubinho Barrichello é como o Jason dos filmes de terror Sexta-Feira 13: quando você acha que morreu, volta para dar um último susto. Em 2009, Barrichello quase ficou sem equipe, porque a Honda chegou a cogitar sua substituição. No final de 2008, a equipe chegou a fazer testes com os pilotos Bruno Senna e Lucas Di Grassi para ver quem ficaria com a vaga de Rubinho. Como nenhum foi muito bem, Barrichello conseguiu se manter.

A segunda ameaça foi com a dissolução da Equipe Honda. A fábrica japonesa foi muito atingida pela crise mundial do capitalismo e decidiu não desperdiçar milhões de dólares no esporte mais, caro do mundo. Por sorte, esse maluco chamado Ross Brawn resolver comprar a equipe, rebatizando-a para Brawn GP, e manteve o Brasileiro nas pistas.

Surpreendentemente, a equipe iniciante montou um carro muito superior aos demais e emplacou seus dois pilotos na primeira fila do Grande Prêmio da Austrália (29 de março). Na largada, Rubinho ficou arrumando o meião e esqueceu-se de sair, acabou caindo de segundo para sétimo colocado. Mais tarde foi tocado pelo carro de Raikkonen, mas continuou no páreo. Mesmo assim, Barrichello garante a segunda posição.

Agora resta ver o julgamento do difusor (peça dos carros da Brawn, Willians e Toyota que é contestada pelas demais equipes), que só vai ter resultado após o Grande Prêmio da Malásia. Após isso, ou as três equipes serão punidas, ou as demais vão aderir à peça. É ai que o campeonato começa de verdade: esperamos que Rubinho se mostre um piloto campeão, não mais uma peça atrás do volante de um carro campeão.

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De Cotia-SP.

Foto: Agência/Getty Images

sábado, 28 de março de 2009

Não se iludam: é tudo farinha do mesmo saco!

Na quinta-feira (26/03/2009), o Presidente dos Estados Unidos da America, Barack Obama, anunciou que vai mandar mais 4 mil soldados para o Afeganistão. Lembramos que em janeiro ele já tinha enviado 17 mil. Enquanto isso, para o Paquistão os EUA aumentaram substancialmente a ajuda econômica.

É o chamado “Imperialismo Cordial”.

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De Cotia-SP.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ô imprensa ruim!

Não é má vontade, mas a imprensa Brasileira é muito ruim mesmo! Nada contra os jornalistas, já que são o elo fraco da corrente. Os culpados pela péssima qualidade são os donos e editores dos principais órgãos de comunicação.

Nos países cuja imprensa é séria, os órgãos de comunicação não fingem ser neutros, afinal, até um sorriso carrega consigo um posicionamento. Em alguns casos, como na França, os jornais têm até a coragem de externar sua posição política-ideológica. No Brasil, além de fingirem ser independentes, quase todos os jornais, revistas, emissoras de rádio e TV seguem exatamente a mesma linha ideológica de Direita (uns mais conservadores, outros menos, mas todos neoliberais).

Com suas legítimas e não tão raras exceções, os colunistas e comentarias seguem o mesmo padrão:

Os comentaristas políticos sempre acusam o uso político da Polícia Federal quando algum banqueiro, empresário, político da oposição ou dona de butique é investigado ou vai preso.

Desde que a crise estourou, economistas do mundo inteiro fazem mea culpa por terem professado com tanta fidelidade a ideologia neoliberal (o ex-presidente do FED, Alan Greenspan, chegou a chorar em público). No Brasil, como os comentaristas de economia estão todos às ordens dos países centrais, insistem em professar a mesma ladainha neoliberal que quebrou os EUA.

Até a pauta da imprensa Brasileira é subdesenvolvida, baseada quase totalmente em releases elaborados por agências internacionais. O cúmulo foi na eleição municipal de 2008. A primeira notícia sobre o pleito só saiu após um mês de campanha e através de um comentário da Lúcia Hippólito sobre o fato absurdo (na opinião dela) de Jô Morais (PCdoB) liderar as pesquisas em Belo Horizonte. Sobre as eleições em São Paulo, a imprensa paulista só começou a divulgar a partir do início do Horário Eleitoral na televisão. Enquanto isso, em todos os dias o Jornal Nacional divulgava a agenda de John McCain e a de Barak Obama.

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 26 de março de 2009

As articulações pelo Senado

Hoje no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores de São Paulo foi celebrado o aniversário de 87 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Trata-se do mais antigo partido ainda em funcionamento no País. O PPS também reivindica a data, pois tem sua origem no antigo Partidão, o PCB.

Na celebração do PCdoB estavam políticos de vários partidos, com destaque para os vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula. Este último, inclusive, vem se articulando para tentar uma cadeira no Senado.

A disputa pelo Senado tem menos visibilidade do que a pela Presidência e pelos Governos Estaduais, mas também tem suas articulações de bastidores. Em 2010 serão duas cadeiras em aberto. Atualmente em São Paulo elas são ocupadas pelo petista Aloísio Mercadante e pelo ex-PFL Romeu Tuma (que trocou o DEMo pelo PTB).

Vejamos os possíveis candidatos:

O PT deve lançar Mercadante à reeleição e provavelmente deve negociar a segunda vaga com algum partido que queira como aliado na disputa para o Governo.

O PSDB não deve lançar ninguém, pois José Serra tem alguns acordos para cumprir. O primeiro acordo tucano é com o DEMo, cujo candidato é Guilherme Afif Domingos (que ameaçou a cadeira, tida como garantida, do Senador Eduardo Suplicy). O segundo acordo do PSDB é com Orestes Quércia e, conseqüentemente, com o PMDB. Se Quércia vai sair pessoalmente já é outra história, mas a vaga é de quem ele indicar.

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De Cotia-SP.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Ainda no tema das eleições para Governador de São Paulo

PSDB

Em 2008, José Serra mandou três recados avisando Geraldo Alckmin para que não saísse candidato à Prefeitura de São Paulo: primeiro foi através da bancada tucana na Câmara dos Vereadores, o segundo foi pelo Diretório Estadual, o terceiro ele deu pessoalmente. Geraldinho não ouviu os conselhos do Governador e se lançou candidato. Perdeu para Kassab sem ir sequer para o segundo turno.

Era o fim da carreira política de Alckmin. A acachapante vitória de Kassab, articulada diretamente por Serra, fez com que todos os tucanos da turma de Alckmin viessem pedir a benção do Governador. Isolado dentro do PSDB, Geraldo Alckmin nunca mais conseguiria legenda para qualquer cargo majoritário, ou seja, ia passar o resto de seus dias na Câmara dos Deputados.

Ou, por sua vez, Geraldo Alckmin poderia muito bem mudar de partido e se lançar novamente a Governador, talvez para Senador. Sem os tucanos, Alckmin não voaria muito longe, mas ao menos estaria em evidência. Seguindo a máxima “mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda”, José Serra fez uma jogada de mestre e convidou Alckmin para compor seu secretariado. Problema resolvido.

Diante do exposto acima, apesar das pesquisas eleitorais apontarem liderança de Geraldo Alckmin na disputa para o Governo de São Paulo, o candidato tucano não deve ser ele. Tudo no PSDB agora será dirigido para o objetivo de eleger Serra presidente. E o candidato favorito de Serra para o Governo de São Paulo é seu Secretário-Chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes.

Lembrando que a origem política de Aloysio Nunes vem do PCB, corremos o risco de ver uma eleição disputada entre um tucano ex-comunista, um neoliberal ex-trotskysta e um empresário neo-socialista.


PDT

Enquanto isso, o PDT se prepara para lançar o Prefeito em Campinas, Dr. Hélio de Oliveira Santos, como candidato a Governador. Alguns petistas defendem o apoio do partido à candidatura do PDTista, mas, ao que tudo indica, isso não passa de uma cortina de fumaça para tirar o foco da candidatura de Palocci (muito visada a ataques por parte da mídia).

Apesar de aparecer nas pesquisas, Paulinho Peleguinho, da Força Sindical, dificilmente vai se candidatar para evitar exposição. Depois de correr o risco de cassação por envolvimento na quadrilha que desviava verbas do BNDES, ele teme virar alvo novamente.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 24 de março de 2009

A Culpa é da Marta!

Se José Serra se eleger Presidente, a culpa pode ser direcionada à Marta Suplicy. A culpa é toda dela!

Vamos voltar aos tempos da Onda Lula. Eleições Municipais de 2000: depois de quatro anos de incompetência e corrupção, o mandato de Celso Pitta está chegando ao final. Junto com ele afunda o malufismo, linha de pensamento conservador que faz muito sucesso entra a classe-média paulista. O PSDB lança o então desconhecido Vice-Governador Geraldo Alckmin para disputar a Prefeitura. O PT lança Marta Suplicy. Por uma série de acertos deliberados e alguns felizes acasos, Marta vai para o segundo turno contra Maluf. Retribuindo o apoio de dois anos antes (quando, na eleição de Governador, Marta declarou apoio a Covas no segundo turno contra Maluf), Mario Covas pede voto para Marta.

Era a vitória de uma grande coalizão de forças da sociedade paulistana, umas mais progressistas, outras menos. Em uma demonstração de miopia política e arrogância, Marta e seu grupo interno do PT fizeram outra análise. Segundo eles, a vitória era de Marta e do PT, e só. Com isso, apesar de ter sido a melhor prefeita da história da cidade, Marta se isolou de todos os setores que tinham sido necessários para sua vitória.

Vamos agora para as Eleições Municipais de 2004: José Serra tenta sua última cartada eleitoral. Derrotado para Presidente dois anos antes, tendo perdido duas para Prefeito nos anos 90, sem a vitória nas Eleições Municipais de 2004 a carreira de Serra estaria seriamente comprometida. Marta Suplicy, filiada ao mesmo partido do Presidente da República, é prefeita e candidata à reeleição. O PMDB implora para compor a chapa da petista, para tanto oferece, além de seu apoio, um tempo considerável na televisão. Marta esnoba e prefere indicar para Vice o seu braço direito, o que não amplia sua votação rigorosamente em nada. Moral da história: perdeu a eleição e proporcionou o retorno político de José Serra.

Epílogo: nas Eleições Municipais de 2008, Marta liderava as pesquisas pré-eleitorais. Bastaria-lhe um bom tempo de televisão e certamente ela teria retornado à Prefeitura. Foi humildemente buscar o apoio do PMDB, mas desta vez a esnobada foi ela. Depois dessa, nunca mais ganha uma eleição majoritária.

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De São Paulo-SP.

Foto: Retirada do Blog do Favre

segunda-feira, 23 de março de 2009

Torcedor de Carteirinha

Cenas de violência nos estádios de futebol são o tipo de propaganda negativa que o Brasil não precisa quando se propõe a sediar uma Copa do Mundo. Preocupado com isso, Orlando Silva, o Ministro dos Esportes, propôs a tal Carteira de Identificação do Torcedor. A idéia é similar ao Football Act, implementado na Inglaterra em 2000, que proíbe de ingressar em um estádio por dez anos os torcedores que se envolverem em confusão, sendo obrigados a se apresentarem à Justiça na véspera de cada jogo.

Os cartolas, o Clube dos 13 e a ampla maioria da imprensa esportiva imediatamente se colocaram contra a Carteirinha. Alegam que tal medida, além de não resolver o problema, geraria apenas mais um transtorno para o torcedor. Mas enfim, o que propõem eles de alternativa? Apenas criticar as decisões do Ministro certamente não vai resolver o problema da violência.

Além da Carteira de Identificação do Torcedor, o pacote do Ministro Orlando Silva ainda propõe a tipificação dos crimes de tumultos, quebra-quebra, manipulação de resultados e venda ilegal de ingressos para as partidas, além de responsabilizar as torcidas pelos atos dos associados nos estádios, cercanias e nos trajetos para os jogos. Por fim, obrigará os estádios a manter condições adequadas de segurança, proteção contra incêndios e condições sanitárias.

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De São Paulo-SP.

domingo, 22 de março de 2009

Capital Produtivo vs. Capital Especulativo

Já rondam por São Paulo os boatos sobre a sucessão do Governador José Serra, virtual candidato à Presidente. Entre os petistas, Emídio de Souza (prefeito de Osasco), Marta Suplicy (ex-prefeita da Capital) e Antônio Palocci (Deputado Federal e ex-Ministro da Fazenda). Pasmem, o mais cotado é exatamente o que foi citado por último.

Se a escolha dos petistas causa estranheza, vejam agora a opção dos socialistas do PSB. Seu candidato ao Governo Estadual é ninguém mais ninguém menos do que Paulo Skaf, presidente da FIESP.

Se tais candidaturas se confirmarem, a Esquerda terá duas opções totalmente alinhadas com o Capital. Pelo PSB será o Skaf, representante do Capital Industrial e pelo PT será Antonio Palocci, representando o Capital Financeiro.

Dura decisão...

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De São Paulo-SP.

sábado, 21 de março de 2009

Eis o Estado Policial

Circula por uma série de blogs de importantes jornalistas a carta-aberta do jornalista Leandro Fortes denunciando a censura de um programa da TV Câmara que teria desagradado o Supremo Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes. Segundo a carta, Mendes teria solicitado ao presidente da Câmara, o Deputado Federal Michel Temer (PMDB-SP) que retirasse o programa da grade e da página de internet do canal. E teria sido prontamente atendido.

Não tenho como verificar a veracidade da informação, mas considerando a reputação dos divulgadores da carta (Luis Nassif, Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna), me inclino a acreditar no seu conteúdo.

O Ministro Gilmar Mendes, nacionalmente famoso como principal defensor do banqueiro Daniel Dantas, em certa ocasião, para desmoralizar a atuação da Polícia Federal, alertou o País contra o perigo de estarmos entrando em um “estado policial”.

Vendo as relações incestuosas entre o Presidente do STF com um banqueiro acusado de graves crimes, e o entrelaçamento desses interesses com os do Presidente da Câmara, Michel Temer, que chegam ao limite de retirar programas de um canal público por conta de seu conteúdo, podemos concluir que realmente estamos entrando em um “estado policial”. Ou melhor dizer, um “estado judiciário”.

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De São Paulo-SP.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Marolinha é o caralho! Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!

Graças ao Governo Lula, que priorizou investimentos no setor produtivo e o retomou o papel interventor do Estado na economia, a Crise Mundial vai atingir o Brasil de maneira menos violenta do que no resto do mundo. Atualmente, o País tem fortes reservas internacionais e uma sólida economia, não sendo arrastado por qualquer crise na periferia do sistema, diferente do que ocorria, com freqüência, nos anos de FHC, como nas crises do México, da Rússia e da Tailândia.

Apesar de todos esses pontos positivos, engana-se o Presidente ao dizer que apenas uma marolinha irá nos atingir. O atual modelo econômico é soberano e baseado no saldo positivo da balança comercial, ou seja, nas exportações. Apesar das iniciativas de diversificação dos nossos parceiros comerciais, os nossos principais compradores continuam sendo os países centrais do Capitalismo, Estados Unidos e Europa. Por estarem em crise, nossos compradores não vão ter dinheiro para adquirir nossos produtos, atingindo em cheio o centro da nossa economia.

O cenário é negativo, inclusive os indicadores já apontam para a desaceleração do crescimento, mas não é desolador. Graças às reservas internacionais, à atuação do Estado na economia e à diversificação das parcerias comerciais o Brasil não deve submergir totalmente na crise. Diante disso, apesar da frase infeliz, a atuação soberana do Presidente Lula como timoneiro da economia Brasileira é merecedora de aplausos.

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De São Paulo-SP.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ensino a Distancia, mas em sua devida função

No mínimo hilariante o discurso do Governador José Serra no ato de lançamento da UNIVESP – Universidade Virtual do Estado de São Paulo (em 09 de outubro de 2008). A melhor parte foi quando ele reforçou a importância do material didático... Tomara que o material didático da UNIVESP seja melhor do que os livros de geografia distribuídos para a 6ª série da rede estadual de ensino (aquele que tinha dois Paraguais e nenhum Equador).

A UNIVESP é uma universidade “virtual” vinculada às três grandes universidades estaduais USP, UNESP e UNICAMP, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), da Fundação do Desenvolvimento Administrativo Paulista (FUNDAP) e da Fundação Padre Anchieta (FPA). Suas principais ferramentas são o computador, a internet e a televisão.

O Ensino a Distância (EAD) é uma velha polêmica dentro do movimento de educação, docente e estudantil. Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) permite que 20% dos cursos de graduação sejam ministrados de forma não-presencial, ou seja, à distância. Ao bem da verdade, trata-se de uma grande picaretagem, pois permite que as Instituições de Ensino Superior diminuam um dia na grade horária (reduzindo seus custos), mas mantenham o valor integral da mensalidade.

O Ensino a Distância já é uma realidade no Brasil, mesmo porque não surge agora, já que existe desde os cursos por correspondência (quem não se lembra do Instituto Universal Brasileiro?). Inclusive, todas as iniciativas que tenham por objetivo a difusão de conhecimento devem ser saudadas e aplaudidas. Além disso, a Universidade não pode se furtar de usar todas as formas de transmissão de conhecimento, principalmente as mais tecnológicas. Apesar disso, o EAD deve ser usado de maneira complementar a educação, não como mecanismo de lesar financeiramente os estudantes.

Outra questão fundamental é referente aos chamados Cursos Superiores a Distância, aqueles integralmente ministrados a distância. Ora, para ser considerado Superior um curso necessita alguns requisitos (ao menos filosoficamente), entre eles, a presença constante do debate, a troca de conhecimento, a universalidade do saber etc. Todos estes requisitos não podem estar presentes no ensino a distância, ou seja, por mais válido que seja o curso a distância, ele não deve ser intitulado de Superior. O Ensino a Distância pode até conter um grande valor técnico, mas nunca poderá atingir o grau universitário (ao menos filosoficamente).

Infelizmente falta ao MEC coragem suficiente para barrar os abusos que tem sido gerados e reproduzidos pelas Instituições de Ensino Superior. Essas empresas com fins lucrativos e sem qualquer compromisso com a Educação criam as mais esdrúxulas maneiras de cooptar incautos estudantes, e tudo com autorização do MEC. Entre essas coisas esdrúxulas estão a Educação Superior a Distância, os cursos de gestão em dois anos etc. Todas essas modalidades têm seu valor como educação, mas esse valor não pode (ou não deveria) ser considerado como graduação. Caberia ao MEC criar uma categoria intermediária entre o Ensino Básico e o Ensino Superior que comportasse essas modalidades que tem valor apenas técnico, mas não universal: seria algo como o Ensino Técnico Superior.

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De Cotia-SP.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Luto pela comunidade Discografias

No último dia 15 de março, após meses de batalha, uma das comunidades mais populares do orkut fechou as portas. Trata-se de Discografias Completas, com mais de 900 mil membros. Os moderadores da comunidade não agüentaram as pressões e ameaças da APCM - Associação Anti-Pirataria Cinema e Música.

A comunidade apenas organizava as indicações de onde se poderia fazer download (que o Aldo me perdoe) de discos de música. Em geral, os discos e as músicas estavam (e a maioria ainda está) hospedados em páginas como www.rapidshare.com, www.megaupload.com ou www.4shared.com, entre outras. Na comunidade Discografias havia até um índice organizado em que os membros publicavam uma indicação para o link onde estava a música.

Ao bem da verdade, a comunidade, seus moderados e membros não cometiam crime algum no orkut. Se existia algum desrespeito aos direitos autorais, certamente este era cometido pelas comunidades que hospedavam as músicas. Mas a APMC achou mais prudente ameaçar o elo fraco da corrente.

Enfim, a comunidade fechou suas portas (continua no ar, como forma de protesto) e em seu lugar já surgiram outras. A recém-criada comunidade Odeio a APCM já cresce a olhos vistos (apesar de estar bem longe dos 900 mil membros da Discografias).

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De Cotia-SP.

terça-feira, 17 de março de 2009

Dicas para o Transporte Público

A única solução para o trânsito de São Paulo é retirar da rua parte da frota de automóveis. Mas, para tirar os carros, a cidade precisa de um sistema de transporte público eficiente. E, para criar um sistema de transporte público eficiente, o transporte de massa precisa de mais espaço, atualmente ocupado pelo transporte individual. Enfim, uma decisão precisa ser tomada: ou São Paulo aceita conviver com o trânsito, ou opta pelo transporte coletivo. (Essa é uma simplificação, pois existem outras soluções não consideradas, já que visam beneficiar apenas a camada mais rica da população, por exemplo, a instituição do pedágio urbano).

A situação atual do transporte público é tão caótica que, quem não tem carro, precisa de umas três horas de antecedência para chegar a um compromisso. Isso sem se falar do trem/ônibus/metrô lotado na hora de pico, pois quem trabalha não tem opção de chegar mais tarde para fugir desse horário. Quem tem um automóvel acaba perdendo menos tempo no trânsito, ou seja, a cidade anda tão engarrafada que quem usa o transporte público, se tiver condições de usar carro, vai migrar para o transporte individual, e aumentar a quantidade de automóveis na rua e, conseqüentemente, piorar o trânsito.

Enquanto seu Metrô não vem (pois anda a passo de tartaruga nos governos tucanos...), uma alternativa são os famigerados corredores de ônibus. Apesar de muito práticos, rápidos, simples de implementar e democráticos no acesso, uma boa parcela do povo de São Paulo repudia os corredores. Isso ocorre porque os corredores ocupam o espaço que antes eram dos carros. Basta ver o monte de dondoca que reclama das reformas na Rebouças. Como este artigo tem como temática o transporte público, abstraímos essa opinião míope e egoísta de alguns cidadãos (que elegem gente como Alckmin, Serra e Kassab).

Da observação de um mapa viário do município de São Paulo, pode-se notar que cidade é inteira quadriculada por grandes avenidas. Eis uma boa solução através de corredores de ônibus:

1º - Instala-se um corredor em cada avenida.

2º - Em cada corredor, vai passar uma linha única de ônibus (por exemplo, Largo 13-Terminal Bandeira).

3º - Elimina-se o limite de viagens do Bilhete Único, mantendo apenas o limite de tempo.

4º - O transporte interno dos bairros fica a cargo de lotações e vans.

A aplicação dessas quatro medidas equivale à instalação de uma ampla rede de metrô de superfície. Com a vantagem de que é mais fácil, barato e rápido de instalar. O difícil vai ser convencer as dondocas que seus carros terão menos espaço para passear pelas avenidas de São Paulo.

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De São Paulo-SP.

segunda-feira, 16 de março de 2009

DEBATE: Como eleger seu parlamentar

Diante da torrencial de escândalos e confusões no Congresso Nacional, os analistas de todas as linhas se metem a sugerir “soluções mágicas” para a deplorável situação da política Brasileira. Que se saiba, solução mágica não existe, sendo necessária uma ampla Reforma Política.

O primeiro ponto uma Reforma Política pode ser a maneira de eleger os parlamentares. Nesse aspecto, as duas questões mais evidentes:

a) A forma de financiamento de campanha;

b) A forma de eleição dos parlamentares.

Sobre o financiamento, podem existir três modelos: financiamento exclusivamente privado (cada empresa compra seu candidato), financiamento exclusivamente público (campanhas pagas pelo erário) ou financiamento misto (modelo atual). Enquanto o financiamento privado for permitido e as campanhas forem milionárias, todos os políticos serão vinculados aos grupos que os financiarem. Porém, o financiamento público não é uma solução tão simples, sendo necessária uma ampla discussão sobre a maneira de distribuir a verba e sobre modos de impedir o caixa 2. Em geral, o financiamento público vem atrelado ao modelo da lista partidária (explicado a seguir).

A forma de eleição dos parlamentares é outra questão fundamental, pois é através dela que o eleitor terá condições de acompanhar seu representante. Podemos dividir a forma de eleição em três modelos:

Cada modelo prioriza uma coisa.

No modelo da lista fechada a escolha é feita no espectro ideológico (esquerda-centro-direita). Neste, cada partido apresenta uma lista pré-ordenada e o eleitor vota no partido. Dependendo da quantidade de votos, o partido recebe uma quantidade de cadeiras, sendo ocupadas conforme a ordem pré-estabelecida. Neste modelo a coerência e a democracia partidária são fundamentais.

No modelo distrital a escolha é feita nas características individuais e pessoais do candidato. Em cada distrito cada partido apresenta seu candidato e o mais votado vence. É quase uma eleição majoritária. Seus defensores argumentam que esse modelo aproxima o eleitor do representante. Seus detratores alegam que esse modelo torna a eleição "paroquial" e os eleitores vão votar mais preocupados com questões locais em vez de focarem questões mais importantes.

No confuso modelo atual a escolha prioriza um tema específico. O eleitor pode optar por votar no candidato ou no partido. Conforme a votação do partido, ele recebe uma quantidade de cadeiras, que são distribuídas para os mais votados nominalmente. Como é confuso, cada candidato e partido faz a campanha como quer, alguns se focando em características pessoais e outros em programas ideológicos. A principal crítica a esse modelo é que o eleitor dificilmente sabe quem é seu representante, pois seu voto pode eleger um candidato do mesmo partido, mas com idéias completamente opostas às que votou.

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De São Paulo-SP.

domingo, 15 de março de 2009

Aridez

Ontem coloquei no ar meu blog literário: Aridez.

Por enquanto publiquei um monte de velharias. Alguns poemas e alguns contos. Fico devendo a publicação de quatro projetos de livro que comecei, mas nunca terminei. Vamos ver se divulgando o começo não me animo a terminá-los.

Já advirto que as postagens no blog Aridez não terão periodicidade, pois ele atende a um objetivo diferente deste aqui.

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De Cotia-SP.

sábado, 14 de março de 2009

Bela Noite para Voar

No último dia 13 estreou nas salas de cinema o filme nacional “Bela Noite para Voar”, dirigido por Zelito Viana, baseado no livro homônimo de Pedro Rogério Moreira. A película retrata um dia na vida do Presidente Juscelino Kubistchek. Nesse dia específico, JK rompe com o FMI, faz uma reunião com o governador paulista Jânio Quadros, visita Brasília e se encontra com a amante. A única coisa que o presidente não imagina é que um grupo de oficiais revoltosos da Aeronáutica está tramando derrubar seu avião.

O filme retrata muito bem como naquela época havia esperança no coração dos Brasileiros, apesar da radicalização política. Eram tempos em que o Brasil se dispunha a dar certo e assumir seu destino em vez de aguardar o futuro que nunca chegava. Pode-se dizer que era um clima parecido com o dos tempos atuais, com a diferença que hoje há maior estabilidade institucional.

O destaque fica para a cena em que a UNE organiza uma grande manifestação sobre a ruptura do Brasil com o FMI.

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De Cotia-SP.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Princípios básicos de economia para pseudo-economistas e pseudo-jornalistas

Pseudo-economistas e pseudo-jornalistas papagaiam por ai que a política econômica do Governo Lula é a continuação da política do Governo FHC. Eles dizem, mas é mentira!

A economia de qualquer país é representada por um negócio chamado Balança de Pagamentos, que é composta pela Balança Comercial e pela Balança de Capitais. A soma das duas é sempre zero, pois se a Balança Comercial for favorável, esse saldo será depositado em uma poupança na Balança de Capitais. Se a Balança Comercial for desfavorável, as reservas da poupança da Balança de Capitais serão usadas para equilibrar a conta. Quando o país não tem reservas para equilibrar a conta, então ele quebra... Simples assim.

Durante o Governo FHC, a Balança Comercial foi desfavorável e, para equilibrar a conta, os tucanos venderam um monte de multinacionais. Quando não puderam mais vender, pediram empréstimos ao FMI. Resumidamente, no Governo FHC a Balança de Pagamentos foi garantida pela Balança de Capitais.

No Governo Lula, a Balança Comercial é favorável, ou seja, teve superávit. Por isso, o Brasil não deve mais para o FMI, não tem dívida externa e suas reservas são sempre crescentes. Resumidamente, o contrário do Governo FHC.

Enquanto os tucanos fizeram de tudo para desregulamentar a economia e atrair investimentos estrangeiros, o Lula investiu na produção e garantiu uma economia mais forte. Se o Brasil tivesse uma política economia igual a do Governo FHC, o País teria sido um dos primeiros a escorrer pelo ralo com essa crise mundial.

O que é igual entre o Governo Lula e FHC é a política monetária (esses juros absurdos), até porque o Presidente do Banco Central é tucano: Henrique Meirelles até foi eleito Deputado Federal em Goiás pelo PSDB (agora deve ter se desfiliado)...

(Balança de Pagamentos na página do Banco Central)

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De Cotia-SP.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Privatização da Nossa Caixa

Os políticos tucanos têm medo de defender suas idéias, mas para isso eles têm a imprensa. Apesar de sermos bombardeados diuturnamente sobre os benefícios do neoliberalismo (e tem gente que ainda defende essa idéia fracassada em meio a essa baita crise...), o PSDB é enrustido e não fala abertamente sobre suas propostas. O exemplo mais famoso disso foi o showzinho do candidato Geraldo Alckmin vestindo um macacão com o logotipo de todas as empresas públicas nacionais. Isso tudo para tentar nos convencer que ele não ia privatizar tudo... (ficou parecendo um piloto de Fórmula 1!).

No caso de Estado de São Paulo, apesar de negar sua sanha privatista, o Governador José Serra já preparou a venda da SABESP, tentou (sem sucesso) vender a CESP e agora acaba de se livrar da Nossa Caixa. Tudo bem que o comprador foi o Banco do Brasil, um banco cujo maior acionista é a União, mas isso não deixa de ser uma privatização.

Infelizmente, para Serra, a Justiça Federal bloqueou o dinheiro referente à venda para garantir o pagamento de precatórios vencidos há quinze anos. Isso porque o PSDB diz ter sanado a dívida do Estado de São Paulo...

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De Santos-SP.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Hip Hop sob ataque

Essa quem denunciou foi o rapper Aliado G, do grupo Face da Morte.

Desde a confusão ao final do show dos Racionais na Virada Cultural em 2007, o Governo do Estado de São Paulo vem perseguindo deliberadamente os grupos de hip-hop. Sempre que um show de rap solicita os devidos alvarás, a Polícia Militar de José Serra informa que não tem como garantir a segurança do evento e que, devido a isso, o evento não deve acontecer.

No limite, quando não consegue impedir a realização, a PM envia todo o contingente de disponível de soldados para cercar os arredores do show e assustar os freqüentadores. Temendo a violência policial, humilhações e demais abusos, os amantes da música rap acabam evitando assistir a apresentação de seus ídolos.

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De São Paulo-SP.

terça-feira, 10 de março de 2009

Tarifa do Madrugador, e que tal o Metrô de madrugada?

A fim de mascarar o aumento da tarifa do Metrô, o Governador José Serra inventou um tal de “Bilhete do Madrugador”, que custa apenas R$ 2,35 (cinco centavos abaixo do preço antes do aumento) para que usar o metrô das 4h40 às 6hs. A idéia é muito válida, pois incentiva o uso do Metrô em horários alternativos, desafogando-o nos horários de pico.

A iniciativa poderia reiniciar o debate sobre manter Metrô aberto durante toda a madrugada. Atualmente, as estações fecham após a meia-noite (o horário varia) e reabrem apenas às 4h40. Aos sábados as estações ficam até a uma da manhã. Nesses tempos de Lei Seca, seria de grande valia se o transporte público funcionasse ao menos de hora em hora para que a galera possa voltar da balada sem carro.

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De Cotia-SP.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Transporte individual: a opção da cidade de São Paulo

Segunda-feira, dia 09 de março. O Carnaval já se foi e o ano começou de verdade. Com 116 km, São Paulo bate um novo recorde de trânsito. Apesar disso, 60,72% dos paulistano não tem do que reclamar, visto que foram eles que elegeram o prefeito Gilberto Kassab, do DEMo. Ao escolherem Kassab, a cidade de São Paulo fez uma opção clara pelo transporte individual em detrimento do transporte coletivo.

A cidade chegou ao limite de sua capacidade de ter carros. Por mais que haja túneis, pontes ou free-ways sobre as marginais, o tráfego não tem por onde escoar. A única alternativa é tirar os carros. Mas para tirar os automóveis, alguma opção precisa ser oferecida à população.

Todos gostam de falar que o Metrô é a solução mágica para os problemas de trânsito. Apenas esquece-se de que sua construção é lenta, ainda mais sob a batuta dos tucanos... E, enquanto isso, ficamos todos congestionados.

Nas eleições de 2004, opuseram-se dois projetos de cidade. O de Marta Suplicy priorizava a construções de corredores de ônibus em detrimento do transporte individual. O de Serra-Kassab priorizava os automóveis, tanto é que paralisou as obras dos corredores, aumentou as tarifas e derrubou a qualidade.

Em 2008, ao reeleger Gilberto Kassab, a cidade fez sua opção por andar de carro. O mais grave é que, sem investimentos no transporte público, ficou inviável se locomover dessa forma. Ou seja, quem tem condições de usar carro, vai ser obrigado a usar. Mais carros nas ruas resultam em mais trânsito, e assim a cidade pára.

O trânsito de São Paulo só vai melhorar quando for mais rápido usar o transporte público. Mas, para isso, os corredores de ônibus vão ter que ocupar o espaço dos automóveis. A tarefa é convencer a classe-média a abrir mão de seu conforto para derrotar o caos no tráfego. Se formos nos basear nos últimos resultados eleitorais notaremos que, infelizmente, preferem ficar confortavelmente engarrafados que que viajando velozmente pelos ônibus.

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De Cotia-SP.

domingo, 8 de março de 2009

Ronaldo, esse gordo fenomenal

Até os palmeirenses ficaram felizes com a atuação de Ronaldo no jogo contra o Corinthians. Apesar de continuar gordo (a ponto de derrubar o alambrado) e indisciplinado (que foge da concentração para passar a noite na balada), Ronaldo não perdeu o magistral toque de bola.

Craque que é craque, não precisa de condicionamento para correr o campo todo, isso é tarefa para os jogadores menos fenomenais. Basta lembrar o Romário, notório banheirista que ficava parado na área esperando um passe certeiro para marcar. Sendo assim, gordo ou magro, Ronaldo vai presentear o Brasil com belas jogadas. Pena que fará isso com a camisa do Corinthians.

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De Cotia-SP.

sábado, 7 de março de 2009

Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon, José Serra e Orestes Quércia

O combativo Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), egresso do grupo autentico do MDB, caiu matando no próprio partido. Apesar do belo histórico de luta contra a ditadura, o Senador não teve a mesma postura durante o governo FHC, quando esteve na linha de frente do grupo de Governadores contrários à CPI da corrupção. Por que agora surge tão indignado?

Quer ser vice de Serra ou gerar um racha no PMDB para afastá-lo do PT durante a sucessão de Lula. Exatamente por isso, Jarbas evita citar os nomes dos corruptos do PMDB, afinal, o principal aliado de Serra no PMDB de São Paulo é o ex-governador Orestes Quércia. Se Vasconcelos sair dando nomes aos bois, vai acabar gerando problemas para seus queridos amigos.

Quem saiu em defesa de Jarbas Vasconcelos foi o também Senador e autêntico Pedro Simon (PMDB-RS). Bastião de luta contra os desmandos e o entreguismo do Governo FHC, Pedro Simon proferiu inflamados discursos pela candidatura própria do PMDB. Mas na última hora o Senador acabou apoiando a candidatura presidencial de José Serra quando sua protegida, a deputada Rita Camata (PMDB-ES), foi escolhida para vice.

Tanto Jarbas quanto Simon são grandes Senadores e deram sua contribuição para engrandecer a política Brasileira, mas essa sua veia oposicionista não tem nada a ver com indignação. Na realidade, ambos já escolheram o barco de José Serra para 2010.

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De Americana-SP.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Está faltando argumento por ai...

Na falta de argumento melhor, a Direita e seus jornalistas amestrados comparam a situação de Cesari Battisti com o caso dos boxeadores cubanos durante o Pan-Americano. Inocente ou culpado dos assassinatos, Battisti é um perseguido político na Itália (que reconhece a ele o status de criminoso político). Além disso, foi condenado à revelia (sem defesa), o que é inaceitável pela legislação Brasileira. Se Battisti retornar a Itália, ele será imediatamente enviado para a cadeia e ficará por lá, sem direito à defesa, até o fim dos seus dias.

Totalmente diferente é o caso dos cubanos. Esses boxeadores receberam todo apoio estatal e o investimento de Cuba para sua realização como atletas. Além disso, foram enviados a outro país para defender o nome de sua pátria em uma competição continental da maior importância. Dar apoio, destaque e enviar para o exterior é uma forma bastante estranha de tratar os perseguidos políticos...

A única coisa que perseguia os boxeadores eram alguns empresários alemães e sua própria ganância.

Em um país em que a educação, a saúde e o apoio ao esporte são universais e de qualidade para toda a população, como é o caso de Cuba, pode-se dizer que aqueles atletas que usufruíram de tudo isso e, em vez de trazer glórias para o povo que os apoiou, preferiram renegar sua própria nacionalidade em troca de um salário polpudo, são traidores da pátria. E isso deveria ser motivo suficiente para enviá-los para a cadeia por uns tempos. Apesar de tudo, não foi o que aconteceu: os boxeadores retornaram a Cuba, continuaram soltos, mas perderam seu direito de atuar como atletas (o mínimo depois de terem envergonhado tanto o povo cubano), mas posteriormente optaram por evadirem-se outra vez (espera-se que dessa vez para sempre).

Lamentável também foi a postura da maior parte da imprensa Brasileira, que fez coro com a falaciosa tese de asilo político aos cubanos. Esses setores da imprensa, ao defenderem os boxeadores, somaram-se aos empresários alemães, que reduziram o Brasil e o Pan-Americano a uma quitanda onde eles podiam simplesmente entrar, assediar e adquirir alguns atletas novos por baixos preços.

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De Americana-SP.

Foto: Fernando Quevedo, O Globo

quinta-feira, 5 de março de 2009

Metrô de São Paulo, me engana que eu gosto

Nos vagões do Metrô de São Paulo cintilam propagandas reluzentes sobre a suposta “Revolução sobre Trilhos” que o Governo Serra alega estar promovendo. Após quatro gestões a frente do estado mais rico do Brasil, o PSDB insiste em tentar nos convencer que está promovendo uma revolução... Só se for no sentido do desmonte do Metrô.

Em seus catorze anos de governo, os tucanos construíram apenas 11 quilômetros de metrô, a pior média de todos os tempos. Sem se falar na estação que desabou e levando consigo sete vidas. Por falta de investimento, o Metrô atinge apenas 61,3 km, o que, além de insuficiente para nossos 11 milhões de habitantes, é uma cobertura medíocre comparando-se com os 83,2 km do metrô de Santiago (com meros 5,5 milhões de habitantes). E ambos começaram a ser construídos na mesma época.

Por outro lado, durante os sucessivos mandatos tucanos, a tarifa subiu, e muito! De 1995 a 2000 foram 128,01%, a partir daí, a tarifa sofreu cinco reajustes. Agora chega a R$ 2,55... E o Governador Serra ainda tem a cara de pau de dizer que esse aumento é necessário para a expansão.

Por fim, a picaretagem maior é propagandear que o aumento vai servir para custar 240 km com “qualidade de metrô”. Atenção ao detalhe: o aumento da tarifa do Metrô não vai simplesmente garantir a expansão do metrô, já que parte dessa “expansão” é a mera adaptação da rede sob trilhos já existente para a “qualidade de metrô”.

Do jeito que nosso metrô anda combalido, em breve corremos o risco de que o termo “qualidade de metrô” passe a ser pejorativo.


http://www.metro.sp.gov.br/expansao/teexpansao.shtml

http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid237779,0.htm

http://www.metroviarios-sp.org.br/noticia_mais.asp?cod=1091

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De Americana-SP.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Gilmar Mendes e sua balança torta

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Engraçado como esse Gilmar Mendes gosta de dar opinião sem ser convidado, mas esquece de palpitar sobre os assuntos que lhe competem. No caso do MST, o Presidente do Supremo Tribunal Federal sem ser perguntado saiu por ai criticando e acusando o movimento, porém o silencia quanto aos artigos 184 a 191 da Constituição Federal, da qual ele supostamente é o maior defensor. Tais artigos são solenemente ignorados, mas sobre isso o Ministro Gilmar Mendes não dá entrevistas.

E sobre a presunção de inocência, tão ardorosamente garantida por Mendes para gente rica e elegante como banqueiro Daniel Dantas, por que não é também atribuída aos Sem Terra acusados de assassinar os seguranças de uma fazenda em Pernambuco?

Foi amplamente divulgado pela imprensa que, dos quatro seguranças, apenas um era profissional. A despeito disso, todos andavam armados (se bem que, na ocasião, apenas dois deles portavam) e tinham autorização do fazendeiro para garantir a segurança de seus interesses. Ou seja, as “vítimas” dos Sem Terra eram na realidade, quatro jagunços. Não seria importante uma denúncia do Presidente do STF sobre a formação de milícias particulares no interior do Brasil?

Faltou Gilmar falar sobre as leis trabalhistas que foram desrespeitadas na contratação desses “seguranças não profissionais”. Diz-se que foram contratados, mas não firmaram qualquer contrato, muito menos se fez o registro na Carteira de Trabalho. Também valeria perguntar sobre o adicional de periculosidade, as horas-extras e demais direitos trabalhistas dos “seguranças não profissionais”. Não valeria a pena uma análise do Presidente do STF sobre tais afrontas contra a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)?

Faltou a opinião do Ministro sobre a ausência de porte de arma por parte dos “seguranças não profissionais”. Estavam os quatro armados, sendo que apenas um tem porte. Não foram divulgadas informações sobre o registro das armas, mas ninguém seria surpreendido pelo fato de não terem. Será que desrespeito ao Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) não mereceria um comentário do Presidente do STF?

Apesar de toda sua pose garbosa, vale lembrar que as credenciais de Gilmar Mendes nunca foram consensuais dentro da comunidade jurídica. Na época de sua indicação a Ministro do STF pelo presidente FHC, Gilmar Mendes foi alvo de vários protestos de juristas, entre eles Dalmo Dallari.

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De Americana-SP.

Foto: O Globo

Falhas técnicas

Devido ao 1º Encontro Estadual da UJS-SP, passarei a semana em Americana-SP e não terei acesso à internet entre os dias 4 a 8/03 e, assim, deixarei de atualizar o Blog nas referidas datas. Apesar disso, os artigos serão escritos e públicados com data retroativa.

terça-feira, 3 de março de 2009

O Heródoto Tucanou?

Todo bom militante de Esquerda, uma vez por dia faz questão de ler o Vermelho (principalmente o Altamiro Borges), o Luis Nassif, o Paulo Henrique Amorim, o Rodrigo Vianna e o Luiz Carlos Azenha (além de outros com menor freqüência). Porém, fora da internet, os meios de comunicação que mais agradam são os conservadores. Rádio é a Jovem Pan AM e o “Jornal Gente” da rádio Bandeirantes. De jornal o Estadão. Na televisão o “Jornal da Globo” com o William Waack. A exceção é a revista Veja, que é infantil e panfletária, além disso, muito inferior às suas concorrentes progressistas (em particular, a Carta Capital e a Fórum).

No meio de tanto reacionarismo, sempre é válido discordar dos comentaristas da CBN: a Lúcia Hippolito (com seu mundo particular), a Miriam Leitão (sempre torcendo contra o Brasil), o Carlos Alberto Sardenberg (que continua sendo o professor de neoliberalismo apesar dessa baita crise) e, na posição de honra, o Arnaldo Jabor (cada vez mais ressentido e frustrado). O Cony e o Xexéo são bons, mas não devem ser colocados na barca furada dos conservadores. Enfim, no meio de toda essa constelação da CBN, tem um que ninguém entende: o Heródoto Barbeiro.

Sem dúvida, o Heródoto é um dos grandes jornalistas do Brasil, mas de uns tempos pra cá ele anda agressivo com o Governo Lula. Na época do “Opinião Nacional” todo mundo tinha certeza absoluta que o Heródoto era petista. Mais recentemente, na CBN, ele tem sido meio tucano. Pelas suas opiniões, vê-se que ele não é um conservador convicto, nem uma viúva do neoliberalismo, mas mesmo assim ele faz questão de participar das principais picuinhas contra o Governo Lula. O que terá acontecido? Talvez Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira tenha a resposta!

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De Americana-SP.

segunda-feira, 2 de março de 2009

FHC está certo, parcialmente

Apesar de odiar o político, respeito muito o intelectual Fernando Henrique Cardoso. O valor de sua inteligência e conhecimento é inquestionável, bem diferente do caráter do ex-presidente. Também discordo daqueles que pensam que FHC rejeitou suas antigas teorias acadêmicas. O ponto central de sua teoria do subdesenvolvimento é que os países subdesenvolvidos só conseguiriam evoluir de maneira soberana no momento em que houver uma grave crise nos países centrais do capitalismo, fora disso, eles apenas teriam condições para um desenvolvimento combinado e dependente. Durante o período em que FHC foi Presidente da República (1995-2002), os países centrais do capitalismo não sofreram uma grande crise, ou seja, pela teoria do subdesenvolvimento não haveria espaço para que o Brasil fizesse uma evolução econômica soberana e a única alternativa seria um desenvolvimento combinado e dependente. E foi isso que Fernando Henrique fez, inseriu o País na globalização de maneira subalterna e dependente, exatamente como suas teorias.

Mas não tirei FHC da cova para falar de economia e sim de drogas. Recentemente o ex-presidente ganhou as manchetes com uma “polêmica” afirmação: a descriminalização da maconha para uso pessoal. A idéia fazia parte de um relatório Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, ONG da qual FHC faz parte. Concordo com a afirmação, mas em parte, pois acho que a medida é tímida. Defendo a descriminalização absoluta das drogas.

De todos os malefícios das drogas, o mais grave para a sociedade é a violência decorrente do tráfico. O dinheiro do usuário de drogas é o que financia a estrutura de violência, opressão e outros crimes. O consumidor recreativo de maconha que mora no Leblon é quem permite que o traficante do Complexo do Alemão compre rifles AR-15 e granadas. Isso é o lugar-comum que repete-se por ai...

Agora convenhamos: a violência decorre do tráfico ou da criminalização do tráfico? A violência decorre da criminalização. Por ser um produto proibido e altamente combatido, apenas grandes organizações criminosas conseguem se manter nesse lucrativo mercado. E a repressão ao tráfico faz apenas com que ele fique cada vez mais lucrativo. Com mais lucros, os traficantes ficam mais poderosos, mais influentes e compram armas mais potentes. Diante disso, a reação da polícia é sempre mais violenta, deixando o negócio mais e mais lucrativo. Chega um ponto, que é quase um monopólio do tráfico, em que três ou quatro grupos controlam toda a produção e, com isso, são tão ricos que ficam virtualmente indestrutíveis.

Com o fim da criminalização, essas grandes organizações criminosas não serão mais titulares do monopólio da distribuição de drogas e seus constantes investimentos em material bélico se tornará um gasto pesado de ser mantido. Além do mais, se considerarmos o fato de que será desnecessário aos traficantes terem armas tão poderosas, pois não serão mais alvos da polícia. Trata-se exatamente da mesma situação que os Estados Unidos viveram com a Lei Seca. A crimiinalização da droga alcool gerou uma estrutura criminosa que, além de garantir a distribuição de bebida, desenvolvia outras formas de violência muito piores.

Com certeza, a descriminalização não irá resolver os problemas que as drogas causam aos usuários, mas facilitaria o acompanhamento e a atuação de programas de redução de danos. Além disso, os tributos recolhidos desse lucrativo comércio de drogas seria fundamental para investimentos em saúde e campanhas educativas de conscientização dos prejuízos físicos, sociais e psicológicos que as drogas geram aos usuários.

O principal benefício da descriminalização será a libertação da população de algumas favelas e periferias, que vivem sob a ditadura do tráfico de drogas e cujo único contato com o Estado é através da violência policial. Sendo descriminalizadas as drogas, o tráfico será derrotado economicamente, coisa que a opção militar-policial não tem obtido sucesso. Isso só já é motivo suficiente para a descriminalização.

Logicamente, outras medidas deveriam acompanhar a descriminalização. Mas hoje fico por aqui e outro dia retorno ao tema.

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De Americana-SP.

domingo, 1 de março de 2009

Abaixo o BBB! Ao menos deixem o Jornal da Globo livre!

No Brasil, final de novela das oito é igual Copa do Mundo, mesmo que você não suporte o tema, tem que se manter informado, pois é o assunto que domina todas as rodinhas. Copa do Mundo eu adoro, mas final de novela não suporto (acompanho para não ficar isolado, só por isso...).

Muito pior que novela, existe uma porcaria que a Rede Globo tenta enfiar por nossa garganta em todo início de ano: esse programa cretino chamado BBB. De todo o lixo transmitido pela televisão, esse é o que mais me incomoda! Eu poderia dispender centenas de linhas explicando como esse programa é ruim, como explora o pior do ser humano, a falsidade, a burrice etc, mas hoje é domingo e estou com preguiça, então vou fazer me centrar em uma única crítica à programação da Rede Globo.

Não importa o quanto você odeie o BBB, a Globo te força a assistir um pedaço. Se eu entro no G1 para ler as últimas notícias, logo fico sabendo quem atendeu o big-fone. Se tento ver algum filme ruim da Tela Quente, sou surpreendido no intervalo por uma chamada sobre os indicados para o último paredão.

Mas o pior é o que acontece durante o Jornal da Globo (aquele que passa após a meia-noite e meia), quando a maldita emissora me força a assistir um “flash” instantâneo do que está acontecendo na casa! Ou seja, quem se dispõe a acompanhar um noticiário que acaba depois da uma da matina é obrigado a ver um pedaço dessa idiotice! Ao menos deixassem o Jornal da Globo livre disso...

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De Cotia-SP.